Fechar menu lateral

Apresentação

O NERFI

O Núcleo de Estudos em Religiões e Filosofias da Índia (NERFI) é um Grupo de Pesquisa oficialmente registrado no CNPq., desde 2010. É parte integrante do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Religião (PPCIR) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

A criação do núcleo teve como objetivo principal contribuir para a consolidação dos estudos sobre a Índia na academia brasileira através da promoção de iniciativas conducentes à investigação sistemática da pluralidade de tradições religiosas e filosóficas que se desenvolveram no subcontinente indiano ao longo de mais de quatro mil anos.

As atividades do NERFI incluem, por um lado, (i) o estudo de práticas rituais e devocionais, narrativas mitológicas, sistemas de moralidade, e produções artísticas; (ii) e, por outro, a reflexão em torno dos princípios metafísicos, ontológicos, lógicos, éticos e estéticos que caracterizam a especulação filosófica, de caráter cognitivo e soteriológico, das principais escolas de pensamento, viz., Vedānta, Sāṃkhya, Nyāya, Vaiśeṣika, Yoga, Mīmāṃsā, Jainismo, Budismo, Cārvāka e Vyākaraṇa. Dentre as fontes de investigação, destacam-se as narrativas originalmente escritas em sânscrito tais como (i) os Veda(s), Dharmaśāstras, Mahābhārata e Rāmāyaṇa, a literatura erótico-devocional, as fábulas do Pañcatantra, as peças de teatro (nāṭakas); (ii) e os Upaniṣads, sūtras budistas e jainistas, e todas a literatura comentarial. Além destas, destacam-se, ainda, as fontes textuais modernas e contemporâneas de caráter sócio-antropológico, histórico e literário. São três as vertentes básicas de orientação metodológica: (i) hermenêutica, que fundamenta a leitura intertextual das obras em sânscrito; (ii) comparativa, que traz à tona as correlações com outras tradições religiosas e filosóficas, em especial, a européia e a latino-americana (brasileira); e (iii) histórico-crítica, que empreende a revisão crítica dos fatores coloniais e neo-coloniais (orientalistas) que condicionam as produções modernas e contemporâneas de caráter acadêmico e não-acadêmico. O grupo desenvolve suas atividades por meio de projetos específicos dentro das diversas linhas de pesquisa. Além da organização de seminários e workshops e da produção de livros e ensaios críticos, o grupo tem como uma de suas metas centrais a tradução e publicação de edições críticas dos originais em sânscrito.

LINHAS DE PESQUISA

As Tradições Soteriológicas dos Upaniṣads

Objetiva o estudo dos (i) principais Upaniṣads, matriz filosófica fundacional cuja sacralidade reflete uma eficácia epistemológica na realização da identidade fundamental entre o si-mesmo (ātman) e a totalidade (brahman); (ii) suas correntes hermenêuticas, viz., as escolas do Vedānta e suas correlações textuais (e.g., o Bhagavad-Gītā), disciplinares (e.g., tantra, yoga ) e pedagógicas; (iii) e tríade de vias soteriológicas (mārga), viz., conhecimento (jñāna), devoção (bhakti) e ação (karman).

As Escolas Filosóficas do Budismo

Objetiva o estudo dos textos fundamentais do Budismo na Índia: a tradição Theravada (Veículo dos Anciãos) e a tradição Mahāyāna (Grande Veículo). A primeira tem seus desdobramentos contemporâneos no Śrī Laṅkā e a segunda disseminou-se pela China, Japão, e outros. A importância da corrente Mahāyāna reside na revisão crítica do princípio de impermanência (anitya) e na formulação da noção de vacuidade (śūnya). Suas duas principais escolas são o madhyamaka (Nāgārjuna) e o yogācāra (Vasubandhu).

Estruturas Míticas, Simbólicas e Sociais

Objetiva o estudo das tradições literárias enquanto expressão dinâmica de espiritualidade, sensibilidade artística e sociabilidade: as tradições ritualísticas, épicas e mitológicas (Vedas, Mahābhārata); as tradições artísticas do teatro, cinema, dança e música (Nātya-Sāstra, Bollywood); as tradições de estruturação sócio-política, suas codificações clássicas (Dharmaśāstras) e seus discursos contemporâneos de ‘subalternidade’; e as tradições ficcionais de uma contemporaneidade pós-colonial.