Acontece neste sábado, dia 16, a exposição fotográfica “Olhares Marroquinos”, de Leonardo Bruno Barbosa. A mostra, que busca evidenciar a relação conflituosa entre o povo marroquino e os turistas, tem curadoria de Guilherme Landim e será sediada na Casa Mágica a partir das 17 horas.
Autor das obras, Leonardo Bruno Barbosa é aluno do Bacharelado Interdisciplinar de Ciências Humanas e foi contemplado com uma bolsa do Programa de Intercâmbio Internacional da UFJF – PII-Grad, entre agosto do último ano até fevereiro de 2017. Foi durante esse período estudando no curso de Sociologia da Universidade de Salamanca, na Espanha, que o universitário teve a oportunidade de viajar para o Marrocos, onde a ideia para a mostra manifestou-se: “eu sabia que nesse país eu queria explorar seu território por meio da fotografia, mas foi no local que a ideia de registrar o incômodo, o olhar de indignação das pessoas, que já se encontram fartas dessa situação, surgiu”, aponta Leonardo.
A exposição, que conta com 58 fotografias registradas nas cidades de Marrakech, Fès, Chefchaouen e outros povoados, analisa o direito de uso de imagem de pessoas. O artista destaca que a concepção para a mostra surgiu a partir de questionamentos a respeito da relação entre os habitantes locais e viajantes, que não medem esforços para conseguir os melhores registros fotográficos. “Essa situação desencadeia um processo de extremo incômodo para aqueles que estão sob a mira de uma lente enquanto vivem sua trivialidade do dia a dia”, pontua o autor da exibição.
Leonardo relembra ainda que a dinâmica do contato com os nativos do país apresentava um conflito permanente e eminente: “No caso de uma das imagens que eu registrei, dois policiais vieram falar comigo, cobrando-me explicações sobre a minha atitude de fotografar uma mulher”. Apesar do acontecimento, o estudante salienta que na maioria das vezes era através do olhar que ele percebia a situação de incômodo dos retratados, de onde inclusive surgiu o nome “Olhares Marroquinos”.
Além disso, o artista completa que as fotografias foram registradas entre o período de 29 de janeiro a 09 de fevereiro de 2017 e se caracterizam como uma autocrítica. Leonardo comenta que a experiência no país o fez rever o modo como utilizava a imagem de pessoas em seu trabalho: “foi como um aprendizado, um respeito a esse povo já tão desgastado pela busca incessante dos turistas em captar algo peculiar na vida de quem está trabalhando”.
