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Resenha de jogos: Why the chicken didn’t cross the road?

Autor:
– Emerson Caneschi Coelho de Souza (emerson.caneschi@gmail.com)

A boa e velha: “Por que a galinha atravessou a rua?”, tendo sua resposta em diversas formas possíveis, com visuais limpos e agradáveis feitos em Unity (Figura 1). O jogo foi produzido por: Eu de Leonard, Gabreu, Jpsalim, RPerobeli e @sthefxn.

Figura 1: Tela inicial do jogo Why the chicken didn’t cross the road?. Fonte: Página do jogo no site da Global Game Jam.

Com essa essa temática simples que pôde ser desenvolvida em uma condensada experiência de jogo, controlando uma galinha que deve enfrentar desafios ao atravessar a rua, com carros, pedestres e surpresas que devem ser tidas pelos jogadores em primeira mão. Utilizando o teclado é possível se movimentar para todas as direções, e não tem uma barra de vida, somente um contador de mortes no canto superior da tela (Figura 2).
Os visuais impressionam, pelo humor e mortes dá a vontade de revisitar logo em seguida, sendo o único pecado não ser maior para que pudesse se divertir ainda mais. Para um jogo feito na Jam, é impressionante os resultados.

Figura 2: Captura de gameplay. – Fonte: Página do jogo no site da Global Game Jam.

Em uma arte estilizada que salta aos olhos, o jogo apresenta uma grande aventura da galinha que é cômica e funciona, abordando a piada conhecida. No final o jogo fica com gostinho de quero mais que é comum em boas experiências e faz o jogador tornar a jogar mais de uma vez após concluir. As mortes da galinha são trazidas com muita criatividade vinda dos criadores e como não é algo punitivo faz o jogador sorrir e apreciar o humor do jogo.

Página do jogo no site da Global Game Jam: Why the chicken didn’t cross the road?

 

Entrevista

João Pedro Salim e Gabriel Pereira Senra são participantes no INOVAGames e concordaram em contribuir respondendo e trazendo mais informações. Começando com o Salim:

Emerson Caneschi: – A ideia do jogo da galinha e a temática surgiu como?

João Pedro Salim: – A ideia do jogo veio através de uma interpretação do “Make Me Laugh”, visto que, em uma Game Jam, é muito importante ver as diferentes possibilidades de trabalhar o tema proposto.
Inicialmente, pensamos em fazer algo que fizesse referência ao humor. Assim, adotamos a ideia de fazer um jogo baseado na piada de “Por que a galinha atravessou a rua?”. Isso já resolvia o tema, mas para adicionar algo engraçado e diferente, reforçando o tema, colocamos coisas inesperadas dentro do jogo, como botas de super velocidade e tubarões saindo de bueiros.

EC: – Muitos querem programar, mas não sabem como começar, que abordagem recomendaria para essas pessoas?

JPS: – Para quem quer começar a programar jogos, minha recomendação é, surpreendentemente, começar. Que seja um jogo “bobo”, como uma cópia de “Space Invaders”, um jogo de plataforma simples ou até mesmo um RPG de texto no console. O importante não é fazer um jogo bom, mas adquirir ferramentas e experiências que, ao longo do tempo, vão te permitir fazer bons jogos.
Além de começar, é muito importante ter ousadia e curiosidade. Por mais que uma mecânica pareça difícil de ser implementada, procure tutoriais, olhe a documentação e, mais importante, tente fazer.

Para encerrar, Gabriel Pereira, o integrante que participou do desenvolvimento com alguns aspectos de polimento e na produção das artes vai falar um pouco também:

EC: – Você já se considera um desenvolvedor experiente? Como aprendeu a criar essas artes?

Gabriel Pereira: – Eu tenho esse hobby de desenvolver jogos desde de pequeno, faz mais ou menos uns 12 anos desde que eu entrei pra esse mundo, durante esse tempo fui capaz de aprender e desenvolver muita coisa, então sim, acredito que sou um desenvolvedor experiente, mas claro, sempre existe muito a se aprender.
As artes que criei para a nosso projeto na Global Game Jam, o “Why the chicken DIDN’T cross the road”, foi um desafio que eu me coloquei de desenvolver artes em um estilo em que eu nunca tinha trabalhado antes e posso dizer que gostei muito do resultado, aprendi a fazer durante a própria jam e foi muito divertido.

EC: – Considera que atingiu as suas expectativas durante essa Jam?

GP: – Sim, com certeza. Quando eu dei a ideia do jogo, ficamos sentados por vários minutos conversando e dando ideias de coisas a serem postas para dificultar a vida da galinha a atravessar a rua e esse momento foi muito engraçado e divertido, foi aí que percebemos que realmente era uma boa ideia e seguimos com ela.
No final o jogo ficou super divertido e engraçado e acredito que as artes que eu fiz ficaram legais também e contribuíram para o resultado final.

EC: – A respeito do polimento do jogo, quais aspectos as pessoas tendem a pecar ao desenvolver um jogo?

GP: – Eu participei muito pouco do desenvolvimento do código do jogo nessa game jam, no máximo umas duas horinhas no final, para adicionar alguns pequenos detalhes de algumas ideias que eu tive e arrumar algumas coisas pequenas.
Acredito que o que as pessoas mais pecam é querer dar um passo maior que a perna, e isso é tanto para a parte do aprendizado como para a parte do próprio desenvolvimento. Quando se vai aprender a desenvolver um jogo, se tentar aprender diversas coisas ao mesmo tempo (overpacking), você vai se encontrar num verdadeiro inferno de informações em que em pouco tempo você vai desistir.
Já na parte do próprio desenvolvimento, é importante entender aquilo que dá e o que não da para fazer em determinado período de tempo, você não vai conseguir fazer um GTA 5 para uma game jam, por exemplo.