As crises experimentadas no Antropoceno trouxeram a natureza e as cosmopolíticas indígenas para o centro tanto da reflexão sobre o que vem a ser política (De La Cadena, 2010) quanto do entendimento da vida.
Seres-terra como montanhas, rios, ou a própria mãe-terra tornam-se sujeitos em contextos de mobilização política. Ganha espaço a percepção da vida em seus emaranhados e processos “mais que humanos” (Tsing, 2019).
Os modos indígenas de viver e habitar a terra (território, planeta, cosmos…) vêm se mostrando cruciais no enfrentamento da crise e nas políticas voltadas à vida que se estendem, para além da luta por direitos indígenas, ao horizonte dos futuros ou mundos possíveis aos viventes.
Dando continuidade aos debates do ciclo “Universidade no Antropoceno”, realizados pelo Centro de Pesquisas Sociais da UFJF,Fancy Baniwa e Nicole Soares conversam sobre tecnologias do corpo e da terra e políticas de re-existência elaboradas por povos indígenas no Brasil atual.
Terça-feira 18h no Canal do CPS – Youtube
Sobre as debatedoras:
Francy Baniwa, indígena da terra indígena Alto Rio Negro, município de São Gabriel da Cachoeira-AM. Mestra e Doutoranda em Antropologia Social no museu nacional (UFRJ). Faço parte do Laboratório de Antropologia de Arte, Ritual e Memória (LARMe/MN).
Nicole Soares é professora do Departamento e do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal do Espírito Santo. Doutora em Antropologia Social pelo PPGAS-UnB. Realizou dois estágios pós doutorais no PPGAS-Museu Nacional (UFRJ), em 2016 e em 2020. É coordenadora do grupo de pesquisa Gaia: núcleo de estudos dos povos da terra.