Jornalista Cláudia Gabriel lança livro com textos sobre o dia a dia, experiências de viagem e o universo feminino.
Histórias contadas por um autor que é personagem ou seria um personagem que virou autor? O universo das crônicas de Cláudia Gabriel é amplo. Ali cabem fatos recentes, vivos, misturados ao tom pálido das lembranças. Esta é apenas uma pequena descrição sobre o livro “Licor de Cassis”, que a jornalista Juizforana lançará em Juiz de Fora, no dia 17 de maio (sábado), no Fórum da Cultura da Universidade Federal de Juiz de Fora; e em Belo Horizonte, no dia 22 de maio (quinta-feira), na Galeria de Arte da Assembleia Legislativa de Minas Gerais.
Os temas são triviais – uma imagem, frases soltas que despertam a curiosidade, situações vividas em viagens. O medo de um possível tremor de terra em Montes Claros, um cardápio exótico em Uberlândia, o chuveiro de hotel que remete ao difícil equilíbrio entre o frio e o quente no amor. Ela fala também de encontros – com uma freira que foi sua professora na infância, com um cantor que surpreende os passageiros num ônibus em Montevidéu, com um turco na Croácia, com os nativos da Ilha de Páscoa, no Chile, que a levaram a repensar toda a escolha profissional.
Cláudia Gabriel explica, na primeira pessoa, como surgiu a ideia do livro: – “Conheço pessoas que escrevem criativamente desde a infância. Inspiração revelada quase ao mesmo tempo das primeiras palavras. Comigo, não foi assim. Sempre escrevi por dever da profissão. E nunca pensei em ir além. Mas os textos de outros cronistas fisgaram aquela vontade camuflada dentro de mim… Lendo Martha Medeiros, Fabrício Carpinejar, Leila Ferreira, J.P. Cuenca, Antônio Prata, Clarice Lispector, eu sentia que também tinha algo pra falar.”
“As primeiras crônicas foram escritas assim, sob o impacto de outras leituras. Ficaram guardadas, escondidas… Até que resolvi me
expor e criei um blog. Hoje, três anos depois, publico o primeiro livro. “Licor de cassis”, mesmo nome do blog, traz 80 textos em 176 páginas.”
“Escrevo sobre desencantos e desencontros, a ditadura do Tempo na dança dos relógios, a solidão, as cenas de uma caminhada e até sobre um xampu que, silenciosamente, ensinou-me sobre o tempo certo das coisas e a necessidade da espera.
“O prefácio do livro é da jornalista e escritora Leila Ferreira. Começo o meu caminho literário com o Licor de Cassis. Espero que venham outros sabores em novos títulos – licor de menta, de café, de chocolate… Doses pequenas, mas nem sempre suaves. E uso um trecho de uma das crônicas do livro como resumo do que sinto nessa experiência: ‘Não importa de onde venho, nem pra onde vou. Com os budistas, aprendi o segredo e a metáfora de apreciar o caminho. Sem pressa de chegar. Tento levar o conselho para a vida. Nem sempre consigo. Mas meu treino, como viajante, um dia vai me ensinar’.”
A autora iniciou sua carreira na TV Tiradentes (SBT) e foi repórter da Globo Minas, em BH, entre 1997 e 2007. Atualmente, é servidora pública na Assembleia Legislativa de Minas. O projeto gráfico do livro é assinado pelo Designer Gráfico, Knorr.