Um convite à reflexão sobre os desafios que envolvem as relações entre a imprensa e a área de segurança pública, bem como à compreensão de conceitos fundamentais à formação técnica e social de jornalistas e de agentes públicos do setor. Assim pode ser descrita a breve resenha do livro “Segurança Pública e Jornalismo: desafios conceituais e práticos no século XXI”, que o jornalista e professor da Faculdade de Comunicação da UFJF, Ricardo Bedendo, lança no dia 29 de outubro, às 19h30, no Forum da Cultura, da UFJF.
Uma das questões centrais do livro é a proposta de reafirmação da expressão Jornalismo de Segurança Pública, em substituição à tradicional terminologia “jornalismo Policial”. Para o autor, é fundamental o entendimento de que boa parte dos fatos e pautas da área não são apenas de origem ou de resolução policial. Nesse sentido, Bedendo observa que é preciso ampliar os olhares e experiências sobre os contextos da vida e perceber a fundo as inter-relações de circunstâncias que acompanham os registros. Para tanto, é importante uma sólida formação já nas escolas de comunicação, que capacite o profissional a interagir com os diversificados cenários e lhe faça pensar sobre as dimensões e ligações entre credibilidade e ética.
O autor ressalta que o livro é uma contribuição ao debate sobre as crescentes responsabilidades de todos os atores sociais envolvidos na dinâmica da segurança pública. “A história de algumas polícias do mundo, inclusive a brasileira, por exemplo, nos instiga a perceber o quanto é importante recorremos ao passado para compreendermos expressões, culturas e ações no presente. Esse estudo se torna cada vez mais essencial para jornalistas e agentes públicos do setor”.
Editado pela editora Insular, o livro se divide em dois eixos de pensamento. O primeiro é sociológico e apresenta as trajetórias de algumas instituições policiais no mundo e a discussão acerca do contemporâneo conceito de Policiamento Comunitário. O segundo foco é na formação jornalística, com ênfase em aspectos teóricos e práticos do dia a dia da imprensa diante desse especializado fluxo de informações. A obra é prefaciada pelo tenente-coronel da Polícia Militar de Minas Gerais, Alexandre Nocelli, considerado uma das maiores referências no país sobre o estudo e a aplicabilidade de conceitos e de ações da filosofia de polícia comunitária.