Apresentação irá explorar músicas que integraram o repertório do coral em diferentes épocas e canções inéditas, aliadas a elementos visuais e novas propostas cênicas.
As cortinas se abrem. As luzes se acendem. Um grupo se posiciona. As cordas vocais se agitam. Vozes potentes ecoam pelo espaço centenário, alcançando ouvidos atentos. Os corações se aquecem… É o Coral da UFJF que sobe mais uma vez ao palco do Cine-Theatro Central para encantar a todos com o seu tradicional espetáculo de fim de ano. As apresentações ocorrem nas noites de 10 e 11 de novembro (sexta-feira e sábado), às 20h15. Os ingressos são gratuitos e podem ser retirados com antecedência no Cine-Theatro Central e no Forum da Cultura da UFJF.
Perpassando o presente, o passado e – por que não? – lançando perspectivas para um futuro cada vez mais vultoso, o novo espetáculo “Atemporal” propõe uma viagem através da própria história do coro, demonstrando sua força artística no cenário local e nacional, resiliência frente a desafios e longevidade aliada à primorosa qualidade, além, é claro, da capacidade de reinvenção e diálogo com as mais diferentes gerações.
O vasto e eclético repertório do coral serviu como pano de fundo e inspiração para a criação do novo espetáculo. Canções que marcaram diferentes momentos do grupo voltam a ser entoadas e se encontram com clássicos sempre presentes nas apresentações, além de músicas nunca antes interpretadas pelas marcantes vozes dos integrantes. É dessa fina costura cronológica que nasce uma apresentação repleta de nostalgia, sinestesia e irreverência.
Na condução dos trabalhos de planejamento, criação e produção de “Atemporal”, está um corpo técnico que traz na bagagem, uma vasta experiência musical, além da dedicação e paixão pela arte sonora. A cantora e ex-coralista Ana Sukita é a responsável pela direção musical e regência; a cantora Michelle Flores assume a direção artística e preparação vocal dos coralistas, além de integrar o time de sopranos; na direção geral do grupo encontra-se o professor Rodolfo Valverde, do Instituto de Artes e Design da Universidade Federal de Juiz de Fora (IAD/UFJF). Aliados a este trio, estão outros diversos agentes da arte que, em comunhão, criaram uma montagem intensa e repleta de novidades.
Há quase 20 anos o Coral da UFJF traz aspectos cênicos para suas apresentações a fim de proporcionar uma experiência ímpar ao seu público. Esse anseio cresce cada vez mais, tanto que um inédito passo foi dado. De acordo com Michelle Flores, “no espetáculo desse ano, além da movimentação corporal, também iremos conversar com outros elementos visuais que aguçam nossas mais diferentes sensações. Essa será a surpresa, um diferencial que até hoje, mesmo para os que sempre acompanham o coro, nunca foi visto”.
Ao todo estarão 30 coralistas no palco, além da regente. O resultado final que o público terá a possibilidade de contemplar também é reflexo de um importante e cuidadoso processo de preparação que já vem ocorrendo há alguns anos no Coral da UFJF. “Desde antes da pandemia, quando entramos para trabalhar com o coro, tínhamos essa ideia de preparar individualmente os cantores para que o coletivo fosse mais forte. Ao oferecer um atendimento individual ao coralista, conseguimos sanar as questões que ele traz para que, dessa forma, tenhamos um integrante mais maduro dentro do grupo. Com isso fortalecemos a equipe inteira”, explica Michelle.
Além de contar a história do coral, “Atemporal” também se transmuta em uma verdadeira ode aos antigos regentes e arranjadores que passaram pelo grupo e que, com suas sensibilidades singulares, tocaram milhares de vidas ao longo de mais de meio século. Homenagem mais que merecida a nomes como, por exemplo, o maestro Victor Giron Vassalo, primeiro regente do Coral da UFJF e André Pires, que mais criou arranjos para o coro.
Outro diferencial no espetáculo deste ano é a mesclagem das músicas – que serão apresentadas à capela, acompanhadas por pontuais instrumentos – com os recursos do beatbox, uma espécie de percussão vocal popularizada pelo hip-hop, através da qual se reproduzem sons de bateria e efeitos eletrônicos com a voz, boca e nariz. Para alcançar um resultado que agradasse a todas as idades, gostos e estilos, as canções receberam novos arranjos criados pelo atual bolsista e arranjador do coral, Mateus Maier.
Entre as músicas de destaque, está um dos carros-chefes do grupo, “Classe média”, de Max Gonzaga, que ganhou uma nova proposta visual. Juntando-se a este clássico, chegam versões surpreendentes de hits de Gloria Groove e Iza. Outro momento presente é a performance de “Balada do louco”, música de Arnaldo Baptista e Rita Lee e sucesso dos Mutantes lançado em 1972, que ganhou arranjo vocal do maestro André Pires, ex-regente do grupo. Trata-se de um repertório que viaja no tempo, ligando canções da década de 30 até as mais recentemente lançadas.
Na direção cênica de “Atemporal” está o ator Saulo Machado, que traz toda sua experiência no teatro a fim de proporcionar ousadas e experimentais concepções criativas à montagem. “Toda a construção narrativa do espetáculo foi um processo de descobertas interessantes. A ideia de homenagear o coral com seus 57 anos, de uma forma inventiva, divertida, cativante, energética, nos levou a um processo de bastante reflexão e visualização a respeito do que o público gostaria de contemplar”, explica Saulo. “É nesse contexto que a música, o teatro e também a dança se retroalimentam proporcionando uma experiência diferenciada, tanto para o público, quanto para o próprio coro, que está lidando com novas marcações no palco, movimentos mais fluidos e inclusive, interpretação”, acrescenta.
Compondo toda a equipe responsável por tornar o espetáculo possível, encontra-se uma gama diversa de profissionais artísticos como, por exemplo, Júlia Salles, responsável pela cenografia, figurino e maquiagem; Sandro Bade, que atua na sonorização e iluminação; Thiago Andrade, assistente de direção cênica; Otávio Bittencourt, diretor de planejamento e recursos; Pablo Abritta, diretor de arte; Pedro Soares, diretor de motion e fotógrafo; Bárbara Nascimento e Maria Medeiros, bolsistas de cenografia e figurino, entre outros colaboradores. Agentes culturais que acreditam no poder transformador que a arte exerce e sua capacidade de perdurar através dos evos.
O espetáculo “Atemporal” é aberto ao público de todas as idades. Os ingressos poderão ser retirados a partir de terça-feira, dia 31 de outubro, no Cine-Theatro Central e no Forum da Cultura. Cada pessoa poderá retirar até quatro ingressos.
Mais sobre o Coral da UFJF
Criado em 1966, o Coral da UFJF é composto por estudantes, ex-alunos, professores e funcionários da instituição, além de membros da comunidade não acadêmica. Seu repertório é eclético, abrangendo peças eruditas de caráter religioso ou profano, músicas populares e do folclore nacional. Vem atuando no âmbito local, nacional e internacional durante todos esses anos, tendo recebido premiações dentro e fora do país. Buscando a interdisciplinaridade, trabalha com outras linguagens artísticas além da música, como a arte cênica e a dança, efetivando a comunicação com o público.
É vinculado à Pró-reitoria de Cultura (Procult) e tem como sede de seus encontros e ensaios o Forum da Cultura.
Outras informações
Cine-Theatro Central – (32) 2102-6329
Praça João Pessoa, S/N – Centro – Juiz de Fora
Forum da Cultura – (32) 2102-6306
Rua Santo Antônio, 1112 – Centro – Juiz de Fora