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Em comemoração ao centenário do rádio no Brasil, Forum da Cultura apresenta a mostra “Caros Ouvintes: assim era o rádio em Juiz de Fora”

Há quase 100 anos, no dia 7 de setembro de 1922, ouvia-se, no Rio de Janeiro, então capital federal do Brasil, o discurso do presidente da República, Epitácio Pessoa. Durante a Exposição do I Centenário da Independência, com alto-falantes e uma emissora de rádio montada no alto do Corcovado, tiveram início as primeiras transmissões radiofônicas oficiais no país. Na ocasião, havia receptores instalados em Niterói, Petrópolis e São Paulo. A transmissão foi acompanhada pelo juiz-forano José Cardoso Sobrinho, que se encantou com a novidade e com a possibilidade de uma rádio na Manchester Mineira, mas a primeira emissora no Brasil surge só no ano seguinte, em 20 de abril de 1923, fundada por Edgar Roquete Pinto e Henrique Morize: a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, com o prefixo PRA-A.

Programa “A Voz do Bairro”, Bairro São Mateus, em novembro de 1955.

Alguns anos mais tarde, em 1º de janeiro de 1926, José Cardoso Sobrinho inaugura a primeira rádio de Juiz de Fora: a PRA-J, funcionando, a princípio, na residência de seu fundador, na Rua Tiradentes, depois transferida para o prédio onde funcionava a Biblioteca Municipal, no centro do Parque Halfeld. O sonho nascido na Exposição de 1922 tomava forma. A Rádio Sociedade de Juiz de Fora foi a 10ª no país e a primeira em Minas Gerais. Em 1929, Cardoso Sobrinho reúne um grupo de amigos e forma uma sociedade para colaborar na manutenção da emissora, que passa a se chamar PRB-3.

O rádio começou a chegar à casa das pessoas e a se popularizar nos anos 1930, com o advento dos anúncios publicitários. No final da década de 1940, a B3 já podia ser ouvida no Rio de Janeiro e em pelo menos 25 cidades de Minas, ficando popularmente conhecida como Super B3. Mais tarde, a estação mudou-se para a Rua São João, onde possuía um auditório e sua própria orquestra.

Helena Bittencourt

A Rádio Industrial é inaugurada na cidade em 1948, com uma  enorme batalha de confetes na boate Palace Hotel. Dirigida por Alceu Nunes da Fonseca, carioca de Maricá, diretor de várias rádios no interior da Bahia, Rio de Janeiro, Minas e Espírito Santo, a emissora mantinha um contrato com a Nacional para trazer à cidade, toda semana, um artista de renome do rádio brasileiro. Tinha, ainda, um programa semanal animado por César de Alencar e Renato Murce, dentre outros de audiência esmagadora.  

Outra rádio que participou dessa era dourada em Juiz de Fora foi a Difusora, também inaugurada na década de 1940. Contava com programas jornalísticos como o Noticiarista T9 e repórteres como Wilson Cid, que realizaram grandes coberturas, como a do golpe militar de 1964.

 

 

A mostra 

Em comemoração aos 100 anos da primeira transmissão oficial do rádio no Brasil, “Caros Ouvintes: assim era o rádio em Juiz de Fora” surge como uma homenagem afetiva à era de ouro do rádio na cidade, resgatando a memória das primeiras transmissões na Manchester Mineira, os primeiros programas de sucesso, o pioneirismo de Juiz de Fora e a relação do público com as emissoras. A exposição tem seu foco nas rádios PRB-3, Industrial e Difusora.

Parte da mostra “Caros Ouvintes: assim era o rádio em Juiz de Fora”, na Galeria de Arte do Forum da Cultura.

Com início no próximo dia 10 de janeiro e seguindo até o dia 25 de fevereiro, a mostra acontecerá na Galeria de Arte do Forum da Cultura, localizada no segundo pavimento do casarão centenário. Ao adentrar a exposição, o público poderá passear por fotos, revistas, modelos de rádios, gramofone, entre outros itens, contando a história da transmissão da voz, que, ainda nos dias atuais, se faz tão presente no dia a dia brasileiro, mesmo que em outros formatos e valendo-se de outras tecnologias. 

Através dos registros fotográficos, será possível conferir, entre outros, a equipe da rádio PRB-3 cobrindo o carnaval de 1958; os artistas no estúdio da emissora; o Segundo Festival da Música Popular Brasileira, em junho de 1969, no Cine-Theatro Central; o palco da Rádio Industrial em 1950; o registro do discurso de Menelick de Carvalho, prefeito de Juiz de Fora, na inauguração da Biblioteca Municipal, em 1934; e os radialistas Wilson Cid, Geraldo Magela Tavares, José Carlos de Lery Guimarães, Mário César, Luiz Antônio Horta Colucci em ação, além da talentosa Helena  Bittencourt, também destaque na exposição.

Passando pelas fotografias, o público poderá observar algumas das “Revistas do Radialista”. Ao lado das edições, os visitantes poderão acessar um QR Code com todas as páginas de cada uma das revistas. As edições de 1954, 1955 e 1965 trazem informações e registros valiosos de como funcionava o rádio em suas primeiras décadas na cidade. Através dos exemplares, que possuem em torno de 25 páginas, é possível conferir radialistas que eram destaque em sua profissão, entrevistas sobre o rádio, colunas, notícias, artigos e letras de músicas, propagandas da época, entre outros. 

 

Visitação 

O retorno das atividades presenciais da UFJF está sendo realizado de maneira monitorada e gradual, visando a preservar a saúde e a vida das pessoas em meio ao contexto da pandemia de Covid-19. Dessa forma, alguns protocolos estritos que permitam a manutenção da segurança para todos os usuários deverão ser seguidos. Para visitação da mostra, será necessário:

  • apresentação do comprovante de vacinação em dia (pode ser o cartão de vacinação físico ou digital, disponível no App ou site do ConecteSUS), juntamente com o documento de identidade;
  • uso obrigatório de máscara;
  • poderá ser feito agendamento prévio por meio eletrônico (e-mail forumdacultura@gmail.com) e/ou telefone (32) 3215-3850, a fim de evitar filas e/ou aglomerações. Em casos de grupos, o agendamento é necessário;
  • levar consigo a própria garrafa de água. Será disponibilizado nos bebedouros apenas o sistema de enchimento através de torneiras;
  • manter o distanciamento físico de, no mínimo, 1,5m;
  • número máximo de 4 pessoas por vez dentro da área expositiva para garantir o distanciamento físico;
  • o tempo médio de visitação será de 25 minutos.

As visitas mediadas acontecem de segunda a sexta, com entrada franca, das 10h às 18h.

 

Nas Redes Sociais 

No contexto de retorno gradual, buscando possibilidades sensíveis para que mais pessoas possam ter acesso aos conteúdos, “Caros Ouvintes: assim era o rádio em Juiz de Fora” será levada também para o universo digital, com uma versão on-line, que poderá ser acompanhada através dos perfis do Forum da Cultura no Instagram e no Facebook.

Os conteúdos da exposição virtual serão postados sempre às quartas e sextas-feiras, a partir das 12h, totalizando 16 publicações. Será possível fazer uma viagem de volta no tempo através de fotos que registram os anos dourados do rádio na Manchester Mineira e textos que contarão sobre as primeiras transmissões – tanto as registradas de forma oficial quanto as anteriores a estas e experimentais –, as rádios pioneiras da cidade, os programas de sucesso, bem como eram elaborados e recebidos pelo público. Também será possível conferir como eram as revistas das rádios, um modelo de script utilizado, gravações e gramofone, entre outros. A mostra on-line acontece até o dia 25 de fevereiro. 

 

Forum da Cultura

Instalado em um casarão centenário, o Forum da Cultura é o espaço cultural mais antigo da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Em atividade há mais de quatro décadas, leva à comunidade diversos segmentos de manifestações artísticas, abrindo-se a artistas iniciantes e consagrados para que divulguem seus trabalhos.

 

Endereço e outras informações:

Forum da Cultura

Rua Santo Antônio, 1112 – Centro – Juiz de Fora

www.ufjf.edu.br/forumdacultura

E-mail: forumdacultura@gmail.com

Instagram: @forumdaculturaufjf

Facebook: /forumdaculturaufjf

Telefone: (32) 3215-3850