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Núcleo de Adolescentes do Grupo Divulgação apresenta “Os Cegos e a Morte” em curta temporada

Com o título de Patrimônio Imaterial de Juiz de Fora, o Grupo Divulgação estreia mais um espetáculo, desta vez com o encerramento do curso do Núcleo de Adolescentes. A fragilidade da existência humana é o tema de “Os Cegos e a Morte”, que entra em cartaz nesta quinta-feira (21), às 20h e cumpre curta temporada no teatro do Forum da Cultura. A entrada é franca.

Trecho da peça apresentada entre os dias 21 e 23 de novembro, no Forum da Cultura da UFJF. Foto: Márcia Falabella.

Trecho da peça apresentada entre os dias 21 e 23 de novembro, no Forum da Cultura da UFJF. Foto: Márcia Falabella.

O espetáculo conta com dois textos do dramaturgo belga Michel de Ghelderode (1898-1962), “Os Cegos” (1933) e “O Estranho Cavaleiro” (1920 ou 1924). Na primeira parte, “Os Cegos” (escrita em 1933), três cegos estão em busca do caminho de Roma, onde planejam obter a benção do papa e conseguirem o milagre da visão. Mas o trio nunca saiu da região de Flandres, na Bélgica, e ignora os conselhos de um caolho, afinal “em terra de cego, quem tem olho é rei”. Os cegos pensam escutar os sinos da capital italiana, quando na verdade, seguem a ouvir os de Bruxelas. 

Já na segunda parte, “O Estranho Cavaleiro”, um grupo de velhas vive em um asilo à espera da Morte. Quando esta tem a sua chegada anunciada, começa a desordem entre elas. Mas a iminência da finitude também traz reflexão. Para José Luiz Ribeiro, também diretor do espetáculo, a questão da “inconsequência” do ser humano é o que une os dois textos.

“Ghelderode retrata uma sociedade em transformação e em muita dificuldade. Os cegos têm um caminho, indicam para eles aonde podem cair e eles não acreditam. É uma população que caminha cegamente para um lugar, como se não tivesse resposta. E em “O Estranho Cavaleiro”, que é justamente a Morte, o autor mostra a torpeza da vida. Todas estão velhas e aguardando a Morte. Mas ela leva justamente uma criança, é uma ação rodrigueana”, conta.

O humor negro rege a encenação. O trabalho é considerado “fora da curva” pelo próprio José Luiz Ribeiro. Porém existem pelo menos dois motivos para a escolha desses textos em particular.

“Normalmente o teatro com adolescente é muito voltado para as angústias do jovem e nesse trabalho nós quisemos dar uma interpretação mais aberta. Primeiro, eles convivem com a morte de avô, de avó, esse momento acontece. E convivem ainda com a inconsequência do mundo. Por isso nós escolhemos esses dois textos”, finaliza. 

 

Serviço

Evento: “Os Cegos e a Morte”, de Michel de Ghelderode

Local: Teatro do Forum da Cultura – Rua Santo Antônio, 1112 – Centro

Dia: 21, 22 e 23 de novembro, às 20h

Entrada: Franca