No dia 27 de maio, às 20h, acontece no Forum da Cultura, da UFJF, o lançamento do livro “Memórias do Cineclubismo – A trajetória do CEC – Centro de Estudos Cinematográficos de Juiz de Fora”. A obra é organizada pela Professora Cristina Musse e pela mestranda em Comunicação, Haydêe Sant’Ana Arantes.
As autoras fizeram o processo da história e da rememoração de um grupo, reconstruindo a identidade do cineclube CEC- Centro de Estudos Cinematográficos de Juiz de Fora – fundado em 1957 por jovens estudantes, que atuou durante vinte anos como pólo de atividades culturais promovendo sessões, mostras, festivais e cursos de cinema. Vários membros do CEC contribuíram de forma relevante para o crescimento de ações em prol da cultura da cidade. E, mesmo após o término do grupo em 1977, as ações continuaram repercutindo no ambiente urbano.
Durante exaustivo levantamento de dados, por dois anos, Haydee e Christina analisaram documentos, jornais, depoimentos, fotografias, entre outros elementos que compuseram a narrativa sobre os vinte anos de história do CEC. No livro, o cinema é tratado como um instrumento de sociabilidade e o cineclube como um “lugar de cultura” e de ressignificação do espaço público. Nesse cenário o cineclube tinha algumas características básicas, como ser uma espécie de entidade de associação livre, estar legalmente constituído e ter como finalidade principal o debate e a pesquisa sobre cinema.
De acordo com indicações da pesquisa, o cineclubismo surgiu com a proposta de uma educação cinematográfica com o intuito de formar público e de ser um circuito exibidor de filmes alternativos, que não passavam nas salas comerciais. No entanto, seu projeto revelou-se maior no sentido de que atuou na formação de gostos, de opiniões, de visões sobre o mundo, conseguindo formar críticos, produtores culturais, cinéfilos e videomakers, incorporados às rotinas da cidade.
O viés historiográfico é a principal metodologia para constituição do livro, através de leitura de documentos, como atas, correspondências, boletins, artigos, recortes de jornais do CEC-JF, suportes impressos publicados no jornal Diário Mercantil, principal jornal da época. Além disso, as pesquisadoras agregaram arquivos que foram doados ou cedidos por pessoas que participaram do cineclube, tais como fotos e apostilas. A revisão bibliográfica apresentada por Haydee e Christina contém ricas referências na área de memória, história oral, sociabilidade e identidade. No último capítulo do livro, apresenta-se a descrição detalhada das três fases distintas da história do cineclube.
As autoras promovem o desvelamento de histórias com profundidade e oferecem mais de vinte relatos que narram as histórias de vida dos depoentes, através de entrevistas no método de história oral com os cineclubistas,os quais vivenciaram as distintas fases do CEC, colaborando para a valorização da subjetividade dos sujeitos na produção do conhecimento.