A Visita, de José Luiz Ribeiro, tendo alcançado expressivo sucesso em sua primeira temporada, entre maio e junho, volta em cartaz, no teatro do Fórum da Cultura, da UFJF, sendo apresentada no mês de agosto, de quarta a domingo, às 20h30min, a partir do dia 07.
O espetáculo narra a saga de quatro universitários e uma vestibulanda dentro de uma república e a complicação que se dá com a chegada de uma tia do interior que vem a Juiz de Fora para fazer exames médicos.
A história
Mikael é um estudante de Educação Física que recebe a tia, fazendeira do interior, e complica a vida dos outros membros da república com a invasão do espaço. Um novo embate se trava com a aposentadoria relâmpago da velha empregada, que traz um ajudante extremamente conscientizado das novas leis e cria um clima de luta de classe dentro da casa.
A luta entre o campo e a cidade, a invasão do espaço vital e as exigências do cotidiano destes universitários que lutam para sobreviver longe de sua cidade de origem traçam um painel crítico diante do caos da modernidade.
Assim, problemas comuns como a disputa de um único banheiro na casa, a necessidade de transporte sempre cheio e a ocupação paralela com estágios, bolsas e empregos noturnos tornam-se objetos de discussão através do riso. Segundo o autor, José Luiz Ribeiro, “o painel marca as pequenas situações do dia a dia e servem, através do riso, como pontuação para entender a vida destes jovens numa cidade universitária”.
O autor
Ultrapassando a uma centena de textos escritos, encenados e premiados, José Luiz Ribeiro entrega “A Visita” em mais uma montagem do Grupo Divulgação. No ano de seu cinqüentenário, no ofício do teatro, considera este seu último trabalho dramatúrgico como “uma fábula do tempo presente”. Há 47 anos à frente do Grupo Divulgação, se transformou em um produtor de texto que atenda ao sempre renovado elenco, ao momento social e às necessidades de refletir sobre teatro e sua função.
Autor de “Girança”, “A Escada de Jacó”, “Todomundo”, “Grito Mudo” e dezenas de textos infantis, como “O Senhor dos Papéis”, Ribeiro considera sua dramaturgia uma conseqüência de sua formação jornalística e do ofício de professor durante várias décadas. Das suas inúmeras montagens, sempre recebe pedidos de espectadores e depoimentos sobre espetáculos que marcaram vidas dos integrantes do público.
O elenco
Capitaneado por Márcia Falabella, que faz a tia fazendeira, e Fátima Amorim, que faz a empregada que se liberta pela aposentadoria, veteranas do Grupo Divulgação, o elenco possui destaques, sendo que, o afilhado vivido por Saulo Machado consegue arrancar boas gargalhadas da platéia. O grupo é completado por Tamime Cassola, que vive uma estudante de enfermagem e Marina Metri, uma vestibulanda que não consegue ser aprovada na Federal e que trabalha como vendedora no shopping para pagar o cursinho. O time é reforçado por Michell Costa, como estudante da Educação Física e titular da República, Yago Navarro, um estudante de Cinema, que trabalha como garçom para pagar a faculdade particular, Taysa Ferreira, que faz uma estudante de engenharia mecatrônica e Jefferson Oliveira, que representa o vilão da história.
Na equipe técnica atua Victor Dousseau como sonotécnico e Douglas como iluminotécnico. A programação gráfica é de Franciane Lúcia e no apoio estão Andréia Oliveira e Nilce Duarte.