Esquentando os tamborins para o carnaval 2013 o Forum da Cultura, da UFJF, apresenta a mostra “Mascarada”, ocupando o Museu de Cultura Popular e a Galeria de Arte. São mais de 100 peças de acervo e de colecionadores particulares, numa exposição que traça um painel da cultura mundial através das máscaras.
A exposição exibe peças feitas de materiais diversos como madeira, metal, epóxi, papel marche, procedentes de Veneza (Itália), Índia, Grécia, Japão, Chile, Cuba, Bali, Angola, Juiz de Fora, Paraty (RJ), dentre outras localidades.
A exposição funcionará de segunda a sexta-feira, das 14h às 18h, até o dia 17 de fevereiro com entrada gratuita.
A mostra
A mostra tem o objetivo de revelar a importância das máscaras na história da humanidade, como um objeto de sacralidade, divertimento, imagem de cada cultura, elemento político da representação e de desenvolvimento do artesão em cima de todo o esse processo.
Passear pela exposição significa de início, um contato com a África e a mulher africana, observando representações da natureza e o seu elemento principal, a figura de “Mama África”.
Num segundo momento temos a representação da Pólis, por meio do teatro grego, onde as máscaras representam figuras e protagonistas da dramaturgia grega que, através de suas narrativas, contribuíram para a organização política da sociedade grega.
Existem ainda, peças que representam sátiros e figuras mitológicas, representando o passado, presente e futuro. Além disso, a mostra traz uma relação entre natureza e cultura, observadas nas máscaras balinesas, povoadas por princesas e reis, além de cômicas, grotescas e deformadas, que estão presentes nas representações de Bali.
Chamam a atenção, ainda, personagens do período do renascimento, como as figuras da “Comédia dell’Arte”, tais como Arlequim, Colombina, Pantaleone e o Pierrot, apresentadas com fantasias carnavalescas, cheias de glamour e já retratadas pelo nosso carnaval, quando da realização dos bailes italianos no carnaval brasileiro, no início do século XX. Entre outras curiosidades, encontramos uma máscara cubana a partir de uma folha de fumo.
Na galeria de Arte, encontramos máscaras de diversos espetáculos teatrais, máscaras dos populares “papangu” e, ainda, as representações de figuras políticas da nova república brasileira que pertencem aos blocos do carnaval atual.
Para o visitante o circuito termina com a representação dos gêneros – tragédia, drama e comédia- e uma alegoria da caveira dourada, representando a finitude que, desaponta na quarta-feira de cinzas.
A cultura por detrás das Máscaras
As Máscaras são elementos importantes da história da cultura brasileira, tanto na representação popular do nosso carnaval como no resgate de outras culturas. Elas sempre exerceram uma atração especial no ser humano e representam tradições culturais que retratam os homens que as fizeram e usaram. De forma particular, elas preservam superstições, crenças, tradições e muita beleza, guardadas em cada forma e molde.
A Máscara não é um objeto específico do carnaval, sua origem está ligada à religiosidade. Na África, por exemplo, mesmo nos dias atuais, ela ainda conserva sentido primordial de manifestar divindades e transmitir ao seu portador todo o seu poder.
O teatro também as adota com várias finalidades. No teatro grego e romano, por exemplo, ela é reconhecida como meio de identificação entre o ator e o personagem, que nada mais é do que a máscara e o personagem.
Na pré-história, as máscaras eram pinturas feitas na cara, usadas como forma de representar deuses e forças maiores que as dos homens. Naquela época, um homem ao colocar a máscara recebia as forças nela contida, que o ajudavam a caçar, a curar doenças e muito mais. Mais tarde, na China, a crença era de que elas ajudavam a afastar os maus espíritos e também tinham o poder de cura.
No Brasil, de um modo geral, a cultura das máscaras se estendia por todos os grupos indígenas. Porém, esse costume só se tornou notório no século XVII, através do carnaval brasileiro. O uso de máscaras se propagou e tornou-se ainda mais popular, depois da realização do primeiro Baile de Máscaras, em 1840, no Hotel Itália, no Rio de Janeiro.