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‘Sob Nova Direção, novo espetáculo, do Divulgação

Vitor Medeiros, Michell Costa e Hugo Dutra em cena do espetáculo 'Sob Nova Direção'

 

Com estreia marcada para o dia 19 de setembro, às 20h30, no Forum da Cultura, SOB NOVA DIREÇÃO abre a temporada de espetáculos do Grupo Divulgação para o semestre. O espetáculo fica em cartaz até 18 de novembro e, na semana seguinte, o núcleo de adolescentes mostra SANTANA DOS FERROS, seguido das comemorações dos 18 anos de criação do núcleo de terceira idade que, por sua vez, encena JORGE E CAYMMI, AMADOS DA BAHIA.

Durante o mês de outubro também fica em cartaz, aos sábados e domingos, às 16h45, o espetáculo infantil CADÊ? que cumpriu temporada de sucesso no primeiro semestre. Uma boa oportunidade para rever o musical infantil que foi muito aplaudido por crianças e adultos.

 

SOB NOVA DIREÇÃO

 

O texto de José Luiz Ribeiro poderia ter como subtítulo “Depois da última valsa”. Narra a trajetória de três arquitetos recém formados que lutam para criar uma empresa a partir da reforma de uma garagem.

De forma bem humorada, o texto radiografa os conflitos entre a teoria e a prática, os erros e os acertos dos três protagonistas. Tendo como fundo a sociedade atual, a encenação, em ritmo de comédia, mostra a guerra religiosa que se instala na sociedade brasileira e a intolerância que se delineia numa sociedade que ascendeu economicamente, mas que demonstra a ausência de estofo e refinamento.

Depois da luta pela reforma do espaço, a ação dos três heróis culmina com a hora da inauguração do empreendimento e todos os acontecimentos adversos gerados pela inexperiência do corpo funcional.

Para o autor “A sociedade brasileira passa por grandes transformações. A cada instante somos surpreendidos por leis de inclusão que provocam exclusões. O sentimento de que todos somos iguais perante a lei desaparece a cada avanço que busca a chamada justiça social.”

Mais uma vez o Grupo Divulgação põe o dedo na ferida e, através do riso, convida o espectador a refletir sobre a necessidade de mudança, em especial no momento que podemos usar o voto como instrumento de avanço da cidadania.

 

O elenco e a técnica

 

Márcia Falabella interpreta a personagem Helena Vasconcellos

 

Capitaneado por Márcia Falabella e Fátima Amorim, veteranas atrizes do Grupo Divulgação, o elenco conta também com Vitor Medeiros, Hugo Dutra e Michell Costa nos papeis dos três jovens arquitetos, Saulo Machado representa o pedreiro que subiu na vida e tornou-se empresário, Daniel Machado faz o jovem pintor de paredes que aspira fazer um curso universitário e Taysa Ferreira vive uma secretária recém formada que causa um grande dano à nova firma.

Márcia Falabella reafirma seu talento com uma impagável criação de Helena Vasconcellos, uma pirata de coquetéis, que entra em conflito com Martha, uma síndica religiosa que quer impor seus valores de crença em uma sociedade laica.

O texto e a direção são de José Luiz Ribeiro, a iluminotécnica de Yago Navarro, a sonotécnica de Amanda Oliveira, o programa sonoro é de Jocemar de Souza e as fotos são de Jesualdo Castro e Márcia Falabella.

 

GD por Dousseau

O futuro acadêmico de jornalismo e jovem ator Vitor Dousseau faz, no programa do espetáculo, o seu depoimento sobre o grupo:

 

DIVULGAÇÃO: SUA MEMÓRIA, SEU TEMPO E SUA VANGUARDA.

Vitor Dousseau

 

Falar do Grupo Divulgação é como se fôssemos contar uma história, uma história na qual seus personagens de várias épocas circulassem pelos corredores do Forum da Cultura, ao mesmo tempo, ao som de uma única música que representa todos esses seres que vivem por lá. E não é uma música qualquer. Diria que o hino do grupo – ‘Sempre é Preciso Sonhar’ – representa todo o esforço e toda garra para se conseguir chegar a um espetáculo alinhado e de muita, mas muita qualidade.

Sua importância ímpar para a cultura juiz-forana e da nossa região é vital para a celebração dessa arte maravilhosa que é o teatro e isso resulta num trabalho impecável que encantou e continua encantando gerações nesses 46 anos. O Grupo Divulgação representa aquilo que há de mais puro no convívio e no contexto teatral: que é ser grupo, fazer parte de um mesmo ideal, no qual o teatro, de um modo geral, nos dá essa vibração, essa energia, essa capacidade de emocionar, alertar, nos fazer rir e acima de tudo nos fazer refletir sobre as memórias e desmemorias de nosso tempo.

Desde quando foi criado em 1966, na então Faculdade de Filosofia e Letras, o grupo mostra sua qualidade e seu importante papel social na vida de quem assiste suas montagens. O GD realiza seminários anuais para discutir o teatro, trazendo à Juiz de Fora profissionais renomados. Além, claro, dos cursos que são oferecidos regularmente para o núcleo de adolescentes, da terceira idade e os mergulhões que são realizados duas vezes ao ano.

Seu potencial de retratar o cotidiano, a sociedade, os bons e maus costumes rendeu ao grupo diversas premiações ao longo desses anos de trabalhos ininterruptos, tendo montagens apresentadas em grandes centros e também no interior do Brasil. Além dos textos de José Luiz Ribeiro, seu fundador, o grupo já montou peças de vários autores, como Lorca, Tchekhov, Shakespeare, Molière, Nelson Rodrigues, Dias Gomes, Jorge Andrade, dentre outros.

Em 26 de janeiro de 2012 recebeu o título de patrimônio imaterial do município que, através da lei 12.484/20120, declara o Grupo Divulgação como bem de utilidade pública para fins de tombamento. Sua trajetória, sem dúvida alguma, não vai parar por aí. Se reinventando sempre, sem perder sua essência, o Divulgação quer contar ainda muitas e muitas histórias, formar gerações de espectadores que saibam apreciar essa arte milenar e que dela seja extraído sempre o máximo possível.

Uma citação de García Lorca é sempre utilizada antes das montagens do GD serem apresentadas. A frase diz que a cultura de um povo é medida pelo seu teatro e ela se tornou uma das marcas do grupo que luta por esse ideal. É impossível não associar o teatro de Juiz de Fora ao Grupo Divulgação que, através de sua vasta experiência e longo caminho percorrido, mostra sua contribuição eloquente e absolutamente encantadora a cada um de nós. Que se abram as cortinas para o sonho continuar!

 

CADÊ?, EM OUTUBRO

Márcia Falabella e Fátima Amorim no espetáculo infantojuvenil 'Cadê?'

 

Para o mês de outubro, aos sábados e domingos, às 16h45, o Divulgação programou o retorno do musical infantil “CADÊ”, que foi apresentado no primeiro semestre e volta agora em curtíssima temporada.

No elenco Márcia Falabella vive a personagem Garoa, contracenando com Fátima Amorim no papel de Neblina. Um espetáculo que discute, no universo infantil, a ordem e a natureza das coisas. O texto, a direção e a música de José Luiz Ribeiro. Uma boa opção para se programar no mês da criança.