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Divulgação apresenta peça de suspense e ambiente sombrio

O novo espetáculo adulto encenado pelo Grupo Divulgação (GD), “Ossos do Ofício”, estreia nesta quarta-feira, 26, às 20h30, no Forum da Cultura. A peça fica em cartaz até o dia quatro de dezembro e promete surpreender o público com uma proposta diferente da que estão acostumados a ver nas montagens do GD.

Enredo

A trama tem início quando Lindomar Flanel, um estrangeiro, chega à cidade de Sossego com a ideia absurda de transformar ossos de defuntos em ouro. Com isso, acaba desestruturando todos os poderes da cidade: o poder político, representado por um funcionário da prefeitura; o poder da sanidade mental, por um boticário; e o poder religioso, através da Guardiã das Almas.

José Luiz Ribeiro, autor e diretor da peça, afirma que o nome de Lindomar Flanel é uma homenagem ao personagem Flanel, de Lima Barreto, no conto “Nova Califórnia”, que, em suas palavras, “é um livro iluminado”. Porém, não se trata de uma adaptação. “Eu apenas utilizei a ideia da transformação do osso em ouro, mas a estrutura é completamente diferente. Quem vier esperando o conto, não vai encontrar”, afirma.

Uma revisão de valores

A iluminação, juntamente com a sonoplastia, é responsável por comandar o espetáculo, mostrando as cenas sugeridas pela narrativa. O cenário é único, não realista, dividido em vários espaços, como o cruzeiro e a cova.

Usando um figurino atemporal, os oito atores presentes no elenco prometem uma grande surpresa ao público. Márcia Falabella, atriz do Divulgação há 25 anos, afirma que a proposta é bem diferente dos últimos espetáculos apresentados pelo grupo pela opção de trabalhar com uma linguagem teatral que foge ao realismo e naturalismo. “Nós também estamos trabalhando com máscaras e, com isso, o ator é obrigado a trabalhar corporalmente de uma outra forma. A minha expectativa é muito grande. A história propõe uma grande reflexão do momento que a gente vive. O público vai se surpreender”, garante a atriz.

Em seu terceiro espetáculo com o GD, Jefferson Oliveira relata que esta “é uma peça sombria, mas também com alguns elementos de comédia que é uma marca do grupo. O público pode esperar muita surpresa e calafrios, é uma peça que vai mexer com a cabeça de todos”.

Para José Luiz, a mensagem principal se apoia na ganância humana. “O baixo mundo pós-moderno precisa de uma revisão dos seus valores humanistas, que estão desaparecendo da face da terra”, conclui.