Durante o mês de julho, o Museu de Cultura Popular, no Forum da Cultura, exibe a exposição “Cordel”, reunindo, além de folhetos do cordel brasileiro, peças de artesanato relacionadas com as temáticas dos poemas. A mostra pode ser visitada de segunda a sexta-feira, de 14h às 18h, até o dia 31 de julho.
Clássicos como “O romance do pavão misterioso”, de João Melchíades Ferreira, e “Estória do boi misterioso”, de Leandro Gomes de Barros, entre outros, estão expostos e evidenciam a riqueza da literatura de cordel no Nordeste em temas que refletem a vivência popular. “Unindo histórias populares e alimentando o imaginário das pessoas, o cordel guarda em suas narrativas a identidade do povo. Além do entretenimento, que se dá, principalmente, através do humor, carrega a marca de uma sociedade”, pontua José Luiz Ribeiro, diretor do Forum da Cultura.
A literatura de cordel
O cordel tem origem na Idade Média, com os cantadores e trovadores, que, pela oralidade, contavam suas histórias. Com a invenção da imprensa, em 1450, os versos e poemas passaram a ser impressos em folhetos, que eram pendurados em fios de barbante e comercializados por valores baixos.
A literatura de cordel chegou ao Brasil com os portugueses – que também produziam este tipo de arte – fixando-se nos estados nordestinos, onde encontrou um terreno fértil. Os primeiros poetas e romanceiros populares brasileiros surgiram por volta de 1750 e narravam suas histórias, oralmente, em feiras e praças. O paraibano Leandro Gomes de Barros, grande representante deste tipo de literatura, é considerado o primeiro a imprimir e vender seus versos, em 1893, mas, segundo pesquisadores, acredita-se que outros poetas tenham publicado suas obras anteriormente.