Sem título, de Manoel Lopes
Cores vivas e marcantes sob traços difusos. Essa é a substância da exposição “Expressionismo Abstrato”, que será inaugurada nesta quarta-feira, dia 30, na Galeria de Arte do Forum da Cultura. A mostra é a estreia de Manuel Lopes Ferreira, aposentado de 47 anos, que pela primeira vez exibe seus quadros ao público. A mostra ficará em cartaz até 12 de dezembro, de segunda a sexta feira, das 14h às 20h30.
Aposta no expressionismo
Lopes começou nas artes plásticas há dois anos, por incentivo de sua antiga patroa e atual curadora de seu acervo, Zaida Mendes Machado, para quem trabalhava como motorista. “Eu o via desenhando para todo canto, mas as figuras não eram muito boas. Ele tinha sensibilidade, mas não era bom com formas. Então decidi dar tinta e tela para ele, e sugeri que trabalhasse sem ser figurativo, apenas tentando expressar as emoções que sentia”, contou Zaida. Ele experimentou e gostou: “No abstrato, as possibilidades são infinitas, as pessoas veem o que querem, de acordo com o estado de espírito, clima, temperamento, etc.”, completou Lopes.
Em relação as técnicas usadas, Lopes utiliza desde o gotejamento até os traços livres. O artista sofre de uma paralisia parcial de mão e braço direitos devido a um acidente de trabalho e por essa razão, tem de adaptar os pincéis para realizar os movimentos. Além disso, normalmente se vale também de palitinhos de churrasco para pintar.
Outra marca de seu trabalho, de acordo com o próprio pintor, é que os quadros são feitos para serem tocados, pois “são frutos da espontaneidade e devem ser sentidos. Mesmo que uma pessoa não possa enxergar, poderá ter acesso a obra pelo tato”. Lopes ainda dá preferência às cores primárias e quentes para dar vida para ao ambiente.