Com o tema “Imagens e memórias de 1968”, a primeira noite do XVI Erecom 2018 contou com a exibição de dois documentários com histórias da ditadura: “Comissão da Verdade em Minas Gerais” e “Vozes da Resistência”, dirigidos por Fernanda Sanglard e Vitor Vaiden.
O primeiro documentário exibido, “Comissão da Verdade em Minas Gerais”, com duração de oito minutos, mostra o que são as Comissões da Verdade e como elas chegaram ao Brasil; as principais dificuldades da Comissão da Verdade em Minas Gerais; e o que ela representou naquela época, com depoimentos inéditos de conselheiros e pesquisadores do colegiado da Comissão.
O segundo documentário, com duração de vinte três minutos, “Vozes da Resistência” fala da ditadura com foco em Minas Gerais. Conta com casos e narrativas decorrentes da Comissão da Verdade. O documentário é conduzido a partir de dois integrantes da Comissão da Verdade, Emilik e Carlos Morgado. As histórias são de pessoas que foram torturadas e silenciadas no período da ditadura militar no Brasil.
A respeito do crescimento de pessoas que vêm apoiando candidatos com ideias da ditadura no cenário politico atual, Fernanda Sanglard diz: “De fato, apoiar um candidato que tem ideias do regime ditatorial e homenageia um torturador é resultado de processo equivocado de memória do Brasil. A gente trabalhou pouco a memória do país, os riscos que o regime autoritário representa, mas, por outro lado, há pessoas que sabem e entendem, mas mesmo assim apoiam, porque comungam outros valores e ideias.”
Em relação à polarização política do país, Fernanda fala que isso é um processo importante para entender o que era a retomada de valores e discursos que remetem à ideia de Guerra Fria. Porém é bom relembrar isso, pois não faz mais sentido hoje. Além disso, é importante tentar pensar e respeitar as opiniões divergentes, mas também rever nossos conceitos sobre autoritarismo, seja ele militar ou civil.
De acordo com a jornalista, o que se percebe hoje de pensamentos e comportamentos da sociedade é um resquício do autoritarismo do passado, que tem muito a ver com a vivência autoritária, que pode estar sendo refletida no cenário atual.
Indagada sobre uma possível volta da ditadura ou regime autoritário no país, Fernanda Sanglard comenta.
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