Entre os dias 25 e 27 de outubro, a Faculdade de Comunicação (Facom) sediará a XII Conferência Brasileira de Mídia Cidadã. Promovida pela Cátedra Unesco/Umesp de Comunicação para o Desenvolvimento Regional e pela Rede Brasileira de Mídia Cidadã, o evento reunirá pesquisadores e comunicadores que estudam e praticam uma comunicação voltada para a defesa de uma sociedade igualitária e mais justa.
Visando trazer o debate e as contribuições de fora da academia com profissionais e ativistas que trabalham com mídias em movimentos sociais diversos, militantes e colaboradores de instituições públicas e privadas que tenham a cidadania como o principal objetivo, o evento contará com mesas redondas e grupos de trabalho, além de uma feira e uma Mostra de Vídeo Cidadão.
O professor Bruno Fuser, um dos coordenadores dessa edição, lembra como foi o convite para trazer o evento para a UFJF: “A relação entre mídia e cidadania é um tema meu de pesquisa há
décadas e acompanho os eventos da área. Participei diversas vezes da Conferência e, no ano passado, quando o evento foi na UFES, fui convidado a trazer o evento para a Facom, quando passei a dividir a coordenação com a professora Cláudia Lahni.”
Com o tema central “O direito à comunicação na luta por uma cidadania ativa”, a proposta é contrapor a ideia do esvaziamento de uns termos, como cidadania, que segundo os organizadores do evento, nos últimos tempos corre o risco de ser entendido como uma cidadania passiva.
Bruno Fuser entende que a discussão do tema “pode trazer muitas contribuições para deixarmos de lado o discurso meio que transformado em lugar comum sobre cidadania para valorizarmos a cidadania ativa”.
“Não se trata de aceitarmos passivamente as dádivas do Estado, ou das empresas, com esse discurso, como se todos os direitos estivessem assegurados, mas de deixarmos claro que o cidadão é essencialmente criador de direitos, e isso vai se dar na luta em todos os aspectos e na participação política. E o direito a comunicação é um dos aspectos dessa batalha”, afirma o professor coordenador do evento.
Outros temas também serão discutidos: os direitos humanos e participação política, a mídia cidadã e o direito à comunicação dos movimentos sociais, o movimento LGBT e feminismos, o movimento negro, juventudes.
E sobre isso, a professora Cláudia Lahni lembra que esses temas têm conquistado mais espaço na mídia, mas ainda há muito a melhorar: “Precisamos ocupar o espaço da mídia massiva, dando voz para os movimentos e para as minorias sociais e também dar voz a eles, porque tem ocasiões que a grande imprensa fala deles, mas de forma negativa”.
A professora da disciplina de Comunicação Comunitária na Facom explica o desenvolvimento do tema dentro da Universidade: “Nós enquanto academia, trabalhando ensino, pesquisa e extensão temos feito o possível para que as pessoas possam exercer o direito à comunicação, inclusive atendendo as novas diretrizes curriculares para o curso de Jornalismo”.
Sobre a importância da cidade de Juiz de Fora receber esse evento, na UFJF, Cláudia Lahni demonstra o quão significativo isto é, sobretudo pela forma com a qual a Universidade e o Estado tem lidado com os temas centrais do evento.
“Estamos vivendo um momento muito bom com a atual reitoria, que vem atendendo as demandas das minorias sociais e dos movimentos sociais populares. O Governo do Estado tem se posicionado publicamente através de suas ações diversas pelo respeito à todas as pessoas. Então, trazer o evento para Juiz de Fora, uma das maiores cidades de Minas Gerais e referência na Zona da Mata, é importantíssimo para o debate do tema”, acrescenta a professora.
As inscrições para a submissão de trabalhos ao evento estão abertas até o dia 24 de setembro. A taxa de inscrição varia entre R$20 e R$60. Mais informações podem ser obtidas através do site oficial do evento: https://www.ufjf.br/midiacidada2017/