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AUDIÊNCIA PÚBLICA: Alternativa à BR-440 em debate

KATHLENN BATISTA
E LIDIANE SOUZA
Repórteres

Um traçado alternativo ao atual projeto da BR-440 foi proposto ontem em audiência pública na Câmara Municipal, que contou com a participação de representantes do Comitê Diga não à BR-440, autoridades de trânsito, políticos da região e os deputados federais Virgílio Guimarães (PT) e Júlio Delgado (PSB). Com faixas e cartazes de protestos, os integrantes do comitê reivindicaram a suspensão das obras, iniciadas em setembro do ano passado. Em um plenário lotado, o professor Cézar Henrique Barra Rocha, da Faculdade de Engenharia da UFJF, defendeu um novo caminho, que, segundo ele, seria mais econômico para os cofres públicos e não traria tantos prejuízos ambientais e sociais. Pelo projeto que está sendo desenvolvido, a rodovia vai ligar a BR-040 à BR-267, em trecho que coincide com a margem esquerda da Avenida Brasil, na altura do Mariano Procópio. As obras incluem quatro viadutos. Já o professor é favorável à construção de um acesso que iria interligar as três rodovias que cortam Juiz de Fora (MG-353, BR-040 e BR-267). O projeto já em andamento teve R$ 120 milhões anunciados pelo Governo federal. Já o apresentado por ele teria custo de R$ 51 milhões. Não estiveram presentes na audiência representantes do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e da empresa Empa S.A. Serviços de Engenharia, que realiza os trabalhos da via.

De acordo com Barra, o anel viário estava previsto desde 1996, no Plano Diretor da Cidade. Essa alternativa, segundo ele, seria composta por dois trechos. O primeiro, que seria denominado Via Remonta, sairia do entroncamento da BR-267 com a Avenida JK, no Bairro Santa Lúcia, na Zona Norte. O acesso seguiria em direção ao Bairro Grama, entre a Mata do Krambeck e a barragem da Represa de São Pedro, finalizando na MG-353. Próximo ao Hospital João Penido começaria o segundo trecho, que cortaria o Bairro Floresta até a BR-267.

Virgílio Guimarães, autor do plano que federalizou a nova via, afirmou que solicitou verbas para a obra com o objetivo de incluir Juiz de Fora nos projetos contemplados com recursos do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) 2, do Governo federal. “Eu não tinha conhecimento da polêmica. Não podemos fazer obras sem consultar a população e sem um estudo de impacto ambiental”, assegurou. O deputado, com o apoio de alguns vereadores, sugeriu alterações no traçado para amenizar os possíveis danos à região.

Com nove quilômetros de extensão, a BR-440 não possui um estudo de impacto ambiental (EIA) e seu respectivo relatório (Rima). “Não houve necessidade de licenciamento da rodovia, porque ela tem menos de dez quilômetros, assim como não foi feito o impacto de vizinhança por não ser obrigatório”, observou o assessor jurídico da Agenda JF, Marcus Motta. O único licenciamento concedido pelo órgão para a construção da via foi referente à movimentação de terra para o primeiro trecho, que vai da BR-040 ao Campo do União, no São Pedro. Pelo projeto, a nova rodovia ligará a Cidade Alta à Região Nordeste, passando pelos bairros Bosque do Imperador, Viña del Mar, São Pedro, Vale do Ipê, Borboleta e Democrata, terminando no Mariano Procópio.

Fonte: Tribuna de Minas, 21/04/2010