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Meta demanda que o País dobre o número de formados na área de Engenharia

Para 2014, a Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) definiu como meta formar 100 mil engenheiros, o que significa mais do que dobrar o número de formandos de 2008. Afinal, técnicos ou tecnólogos não entram nessa conta e o Censo da Educação Superior do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) indica que, no ano de referência, formaram-se nas diversas especialidades da engenharia 47.098 profissionais.

Parte da responsabilidade pela meta está nas mãos da comissão formada pela Capes com o objetivo de propor ações indutoras e estimular o desenvolvimento da pesquisa, da pós-graduação, da produção científica e da inovação tecnológica nesta área do conhecimento. Para Sandoval Carneiro Júnior, presidente da comissão e diretor de relações internacionais da Capes, a taxa de formação de engenheiros no Brasil é inferior à de outras nações. “Dos países do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), o Brasil é o que menos forma engenheiros. A Rússia forma 190 mil por ano, a Índia 220 mil e a China 650 mil”, diz ele com base em dados de documento elaborado pela comissão e entregue ao ministro da Educação, Fernando Haddad.

Para a indústria, a escassez de engenheiros é um fato preocupante desde 2008. “Mesmo com a recessão em 2009, setores como a construção tiveram demanda além do esperado. Não só não houve desemprego de engenheiros como os salários, em média, aumentaram 20%”, afirma Marcos Maciel Formiga, representante da CNI (Confederação Nacional da Indústria) e membro da comissão da Capes. Para ele, se a taxa de crescimento econômico continuar acima de 5%, haverá necessidade de duplicar o número de engenheiros formados anualmente.

Segundo Carneiro Júnior, um dos riscos imediatos da falta de mão de obra qualificada é o de encarecimento do setor produtivo. Ele acredita que as empresas passarão a buscar profissionais estrangeiros, a custos elevados e com a exigência de adaptação do conhecimento técnico à realidade local. Além disso, intensifica-se a dependência brasileira de inovação tecnológica. “O Brasil entra numa fase de crescimento e precisamos sair do modelo econômico baseado na exportação de materiais primários e commodities, cujo valor agregado é pequeno”, alerta Carneiro Júnior. De acordo com ele, para mudar esse quadro, é necessário contar com profissionais capazes de desenvolver inovação tecnológica.