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Professora do departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental fala sobre crescimento acelerado das algas em congresso

A ficologia, área da botânica que estuda as algas, está sendo debatida em congresso que acontece desde segunda-feira, dia 19, até a próxima sexta-feira, dia 23, em Parati (RJ). O 13º Congresso Brasileiro de Ficologia (CBFic), que neste ano tem como tema central “Ficologia e sustentabilidade”, conta com a participação da professora Maria Carolina Soares, do departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da Faculdade de Engenharia da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

A professora Maria Carolina compõe uma das mesas redondas, abordando fatores relacionados à ocorrência de florações em sistemas aquáticos. “As algas têm um papel importantíssimo na biosfera. Elas são grandes produtoras de oxigênio no nosso planeta, são como as árvores dos oceanos. Além disso, são produtoras primárias, formam a base da cadeia alimentar desses ecossistemas, onde nós os homens estamos muitas vezes no topo”, explica Carolina Soares.

Outra grande importância das algas é que são indicadoras de determinados problemas ecológicos. Um exemplo é quando se vê um tapete de alfaces-do-mar ou de algas azuis em uma zona aquática. A pesquisadora esclarece que o fenômeno pode ser uma indicação de poluição e pode levar à destruição da biodiversidade em uma massa de água como lagos e estuários, uma vez que as algas que morrem são decompostas, levando à diminuição do oxigênio e o aumento de nitrogênio na água. “Tal assunto é abordado no curso de Engenharia Sanitária e Ambiental da UFJF, principalmente, no que diz respeito à sua ocorrência em água para abastecimento humano”.

Cascata de efeitos ecológicos

Maria Carolina abordará, na mesa redonda, o crescimento acelerado das algas, denominado eutrofização e que pode gerar problemas na proteção de sistemas de águas doce e costeiras.  “A eutrofização é ocasionada a partir de descargas de esgotos domésticos e industriais dos centros urbanos e das regiões agricultáveis. Este processo provoca um enriquecimento, principalmente de fósforo e nitrogênio, nos ecossistemas aquáticos e, consequentemente, causa perda das qualidades cênicas como também o desencadeamento de uma cascata de efeitos ecológicos, os quais resultam em redução da biodiversidade aquática e no crescimento intenso de organismos muitas vezes indesejáveis, como algas e macrófitas aquáticas.”

Segundo a professora, o aumento da atividade humana em bacias de drenagem tem acelerado o processo de eutrofização nas últimas décadas. “Devido à alta densidade populacional e a intensa atividade industrial, estudos têm demonstrado que a qualidade da água de muitos reservatórios no Sudeste do Brasil está comprometida devido ao alto número de nutrientes e metais tóxicos, que podem levar a morte como aconteceu em 1996 no Nordeste do Brasil onde 50 pessoas morreram por intoxicação por causa cianotoxinas.” O incidente ficou conhecido como Síndrome de Caruaru.

Alga como biocombustível

Outro tema que será discutido no 13º CBFic é a utilização de algas na produção de biocombustíveis. Elas poderão se tornar uma das maiores fontes ambientalmente corretas para produção de combustíveis. Como pequenas fábricas biológicas, as algas realizam a fotossíntese para transformar dióxido de carbono (CO2) e luz do sol em energia. Pelo processo de fotossíntese, produzem lipídios e

podem gerar até 15 vezes mais óleo por acre do que qualquer outra planta utilizada para produção de biocombustível. Além disso, possuem a vantagem de se reproduzir de forma extremamente rápida, seja em água salgada, doce ou até mesmo contaminada, sem ocupar terras agricultáveis.

Outras informações: (32) 2102-3419 (Engenharia Sanitária e Ambiental)

Fonte: Diretoria de Coimunicação – UFJF