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Falta de mão de obra qualificada

A falta de mão de obra qualificada tem sido um problema constante, o que exige dos governos mais investimentos nas escolas técnicas.

Um tema recorrente no discurso dos candidatos será a criação de escolas técnicas no país. O tucano José Serra já fez ensaio nesse sentido, esperando-se que Dilma Rousseff e Marina Silva façam o mesmo. Não se trata, sequer, de uma estratégia de campanha, mas de uma necessidade clara que se tem de resolver. Não é de hoje que se fala em qualificação de mão de obra, mas os avanços ainda são precários. A escassez de trabalhadores especializados é uma demanda nacional, e em Juiz de Fora, como a Tribuna apontou na edição de domingo, se acentua em vários segmentos, destacadamente nos setores têxtil, gráfico, de metal-mecânica e de panificação.

Os investimentos na educação têm sido norteados, sobretudo, para o ensino fundamental e para o terceiro grau – o que é louvável -, mas ainda há o vácuo da área técnica, que não seguiu na mesma proporção, embora, reconheça-se, também tenha sido contemplada. É necessário considerar que nem todos têm vocação para a educação formal, cumprindo todas as etapas do ensino, mas há sempre espaço para fazer dessas pessoas especialistas. Hoje, há um considerável número de profissionais que concluiu o curso superior em relação ao de técnicos, que gera, a partir daí, uma situação paradoxal. Funciona o segmento que elabora, mas faltam profissionais para a execução e direção dos empreendimentos.

Os setores apontados pelos recentes levantamentos são a prova material de um cenário que tende a se agravar se os investimentos não forem ampliados. O presidente Lula, ele próprio um técnico, sabe das dificuldades para a qualificação, mas, como não há mais tempo para implantar novas ações, que repasse essa demanda para a próxima gestão sem o risco de solução de continuidade. É o que se espera nas transições. Os governos, independentemente dos mandatários, devem ter em conta que o viés ideológico não pode ser impedimento para a manutenção do que é vital para o país.

Fonte: Tribuna de Minas, Editorial, 15/06/2010