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Ciência – 40 anos da conquista da Lua

Até hoje é difícil avaliar a dimensão exata daquele “pequeno passo”, o primeiro dado por um ser humano em solo lunar. Para os EUA foi, certamente, um grande salto político e militar numa corrida espacial impulsionada pela Guerra Fria na qual os soviéticos levavam clara vantagem. Para o mundo, a mais simbólica imagem do quão longe a Humanidade poderia chegar.

Quarenta anos depois do histórico pouso, em 20 de julho de 1969, a façanha científica se revela ainda mais excepcional, quando se constata que o satélite terrestre foi o único outro mundo conquistado pelo homem até hoje. Planos existem muitos – e agora não só de americanos e russos, mas também de europeus, chineses e indianos. Entre eles o de retornar à Lua e ainda o de transformá-la num trampolim para se chegar a Marte. Segundo cientistas, no entanto, ainda está bem distante o dia em que o homem dominará a sofisticadíssima tecnologia necessária para caminhar em solo marciano. É preciso dinheiro, dizem, muito dinheiro, e um imperativo político tão poderoso quanto o da Guerra Fria. Na opinião dos especialistas, a disputa foi o maior estímulo para que o homem chegasse tão longe.

– O foguete que coloca um satélite em órbita é o mesmo que lança um míssil – explica o astrônomo Naelton Mendes de Araujo, da Fundação Planetário. – Quando os russos lançaram o Sputnik (o primeiro satélite posto em órbita, em 1957), a mensagem que mandaram foi: temos um foguete capaz de lançar uma bomba atômica. E cada vez que o satélite passava por cima dos EUA, era como se dissesse “isso poderia ser uma bomba”.

Um mês depois do lançamento do satélite, os soviéticos lançaram o primeiro ser vivo ao espaço, a cadelinha Laika. Finalmente, em 12 de abril de 1961, a URSS enviou o primeiro homem à órbita do planeta, Yuri Gagarin. A resposta americana não tardaria. Num discurso feito em 25 de maio daquele mesmo ano, o então presidente dos EUA John F. Kennedy anunciou um programa espacial para levar o homem à Lua em dez anos. O investimento foi maciço, à altura do desafio. O Projeto Apollo (de 1959 a 1972) teve verba de US$ 136 bilhões em valores atuais, um recorde total.

Fonte: Jornal O Globo, 18/07/2009