Fechar menu lateral

Cidade – Trânsito em Juiz de Fora

Enquanto a implantação de novas estradas são defendidas por alguns especialistas, outros apostam em soluções menos onerosas para retirar o tráfego de passagem do Centro. O professor do Departamento de Transportes e Geotecnia da UFJF, José Alberto Castañon, defende o percurso pela Avenida Brasil, que coincide com a BR-267. “O ideal seria que os caminhões utilizassem a via que está pronta. Já temos uma rodovia cortando a cidade, e os veículos deveriam utilizá-la como acesso para a Zona Norte. Lá continuariam na 267, perto do extinto terminal Santa Lúcia, e já sairiam na BR-040. As construções desses novos acessos representam um custo ambiental e financeiro muito alto. Além disso, não há pesquisa que mostre a quantidade de veículos que deixariam de circular pelo Centro e se realmente sobrecarregam tanto o tráfego central. Porém, essas decisões são muito mais políticas do que técnicas.”

Para Castañon, a sobrevida do tráfego da área central seria alcançada com a adoção de outras medidas. “Temos que retirar os automóveis do Centro, proibindo o acesso e, em contrapartida, aumentando os estacionamentos no entorno e investindo em transporte público.”

José Ricardo Daibert, consultor e especialista em transporte e mobilidade urbana, defende a construção dos anéis rodoviários, mas destaca outras ações. “Fundamental é investir no transporte público. Realizar estudos, finalizar projetos e buscar recursos. A segunda coisa a ser feita é eliminar a carga de caminhões que trafegam pela cidade, atualmente, utilizando itinerário esdrúxulo. O próximo passo é começar a quebrar os paradigmas: investir em garagens subterrâneas e retirar a carga ferroviária da cidade. É mais caro, mas não há mais como solucionar os problemas, que já são históricos, crônicos e caóticos. Se não agirmos logo, a saída será discutir as formas de restrição de uso dos veículos particulares. Mas até isso, se não tivermos qualidade no transporte público, não teremos como fazer.”

O subsecretário de mobilidade urbana da Settra, Carlos Eduardo Meurer, garante que a Prefeitura vai priorizar projetos de melhoria do transporte público e de reestruturação urbano-viária. “Umas das principais ideias é transformar a Avenida Brasil no grande corredor estrutural de transportes da cidade, incluindo projeções de novas pontes e mergulhões. A Brasil, por exemplo, formaria uma conexão com a via estrutural São Pedro, ou BR-440. Por isso, estamos em contato com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) para avaliar o traçado da nova via e minimizar possíveis problemas na concepção, pois o ideal é que o novo projeto esteja ligado diretamente à Avenida Brasil e não às vias do Bairro Mariano Procópio.” Esta semana, a MRS anunciou a contratação de uma empresa, que já iniciou os estudos para sondar a viabilidade da reformulação do sistema viário de Juiz de Fora.

Fonte: Tribuna de Minas, 10/05/2009.