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Colégios rejeitam uso do Enem este ano

Fernanda Leonel e Fernanda Sanglard
REPÓRTERES

No que depender da opinião de dirigentes de cursinhos, de colégios e membros de sindicatos que representam docentes de Juiz de Fora, a substituição das provas do vestibular da UFJF, pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), não acontece esse ano. Apesar de uma parte do grupo, composta principalmente pelo setor público, admitir como vantajosa a proposta do Ministério da Educação (MEC), todos foram enfáticos, na reunião ocorrida na manhã de ontem com representantes da UFJF, ao defender que uma mudança tão representativa como esta não pode passar a valer já no próximo concurso. Além do argumento de que a adesão seria a terceira mudança aprovada pela federal somente este ano, o que prejudicaria os vestibulandos, os presentes salientaram o pouco tempo de sobra para a preparação adequada dos alunos para o novo modelo, já que o Enem 2009 ocorre em 3 e 4 de outubro.

“Os alunos estão desesperados, não sabem o que estudam, já que o Enem ainda não tem conteúdo programático. Garantiu-se que, como a prova é em outubro, não será cobrado o conteúdo não dado até então, mas isso não existe. E se existir, como conseguiremos concentração dos estudantes pós-outubro nas salas de aula? São cerca de nove mil alunos nos terceiros anos e cursinhos integrados de Juiz de Fora. Essa é uma decisão que afeta muita gente e não precisa ser tomada na correria”, destaca o diretor do Pré-Universitário, Sérgio Castro. A posição também foi defendida pelo diretor de ensino do Cave, Nelson Ragazzi: “O tempo está muito curto, tanto para a discussão do assunto, quanto para a sua adoção. Qualquer mudança será entendida por nós como um desrespeito com os alunos e com toda a estrutura de preparação de candidatos que já está montada.”

No encontro também foi definida uma comissão composta pelo diretor de ensino do Cave, Nelson Ragazzi, e pela representante da Escola Estadual Sebastião Patrus de Sousa, Maria Célia Barbosa, para representar o grupo na última reunião do Conselho de Graduação (Congrad) antes da definição final de adesão ao projeto do MEC. Os dois terão voz, mas não voto, na reunião do conselho, prevista para a próxima quinta-feira, dia 23. A sentença do Congrad, entretanto, caso seja positiva, precisa ser reafirmada pelo Conselho Superior (Consu) antes de 30 de abril; data limite dada pelo MEC para incorporação do novo modelo de seleção.

Fonte: Tribuna de Minas, 18/04/2009