Entre os meses de abril e junho, foram realizadas oficinas destinadas a todo o público interessado no processo de construção e publicação de livros. Com a formação de duas turmas, com encontros nas sextas-feiras e aos sábados, uma série de aulas sobre criação literária, técnicas de design, etapas de produção editorial e estratégias de divulgação das obras foram ministradas pela equipe do projeto. Ao todo, foram aproximadamente trezentas inscrições para a primeira e segunda oficinas deste ano, o processo de seleção incluiu a análise de textos enviados pelos inscritos via formulário.
Em seu segundo ano de realização, a novidade foi que as “Oficinas de Escrita e Produção de Livros” também contaram com a organização de uma turma avançada para participantes de oficinas anteriores.
Para a coordenadora do projeto, Nathalie Reis Itaboraí, a promoção da oficina avançada representa o sucesso dessa iniciativa com o público. “O fato de já termos formado uma geração de turmas demonstra o amadurecimento do projeto. Além disso, permite que o nível de discussão fique mais amplo. Um exemplo disso é a leitura de o “Retábulo de Santa Joana Carolina”, obra densa do escritor Osman Lins, trabalhada durante nossos encontros”.
Como atividade, os alunos criaram releituras dessa obra, contribuindo para o desenvolvimento de uma publicação coletiva. A ideia que guiou a construção desta primeira turma avançada foi a de homenagear o escritor pernambucano Osman Lins, coincidindo com a celebração de seu centenário. A escolha da obra coube a Mayara Moratori Peixoto, doutoranda em Letras e integrante da equipe, que havia estudado o autor no mestrado,
˜Como disse aos alunos, um de seus traços que considero mais fascinantes é o fato de Osman Lins se propor no Retábulo a contar a história de uma vida, do início ao fim. Pode até parecer uma ideia corriqueira, até nos darmos conta de que é necessário coragem para encarar todas as fases da existência humana˜.
Para a integrante do projeto, Melissa Guerreiro, a cultura pernambucana inspirou o desenvolvimento das atividades práticas da oficina. Segundo ela, através de uma adaptação da xilogravura foi possível resgatar a tradição da literatura de cordel.
“A técnica de retirar material, no caso da oficina utilizamos a borracha, e gravar no papel, é uma forma de relembrar o modelo da xilogravura de Cordel. Essa é uma experiência manual e artística muito importante no acompanhamento da produção literária. Com os trabalhos, os alunos conseguirão ilustrar seus textos através da representação gráfica”, comenta Melissa.
O projeto de extensão da Editora UFJF recebe o apoio da Pró-Reitoria de Extensão (Proex) e tem o objetivo de aprofundar os conhecimentos no universo da autopublicação e disponibilizar esse conhecimento para a comunidade.
Para mais informações, confira o perfil no Instagram: @oficinas.editoraufjf
Texto: Camila Borges (estagiária de jornalismo da Editora UFJF)