Pesquisadores da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) desenvolveram, em parceria com o Centro Regional de Inovação e Transferência de Tecnologia (Critt), um novo modelo de anel vaginal. O dispositivo intravaginal tem por objetivo a liberação de insumos farmacêuticos ativos e/ou outros insumos químicos ou biológicos, com características diferenciadas de adaptação ao colo do útero e cúpula vaginal. Isso permite uma ampliação da superfície de liberação desses insumos, com maior contato tecidual, sem retenção de fluidos biológicos e adequado conforto genital.
Os professores da Faculdade de Farmácia, Nádia Rezende Barbosa Raposo e Marcos Antônio Fernandes Brandão, o professor da Faculdade de Medicina, Geraldo Sérgio Farinazzo Vitral, e os doutorandos do Programa de Pós graduação em Saúde (PPgS), Laura de Andrade Junqueira e Francisco José Raposo são os responsáveis pelo projeto. “O Critt foi um ator importante na fase de proteção intelectual tecnologia. No setor, foram redigidas as patentes, cujas titularidades pertencem à UFJF. Acreditamos que o Centro ainda será muito importante nas fases de prospecção e de transferência da tecnologia”, aponta a pesquisadora Nádia Raposo sobre a contribuição do Critt para com o projeto.
Criação da tecnologia
Segundo Laura de Andrade Junqueira, a ideia da criação do dispositivo surgiu a partir da identificação das limitações dos anéis vaginais comerciais, em conjunto com a percepção de que a tecnologia inovadora de impressão 3D poderia auxiliar na superação destas limitações.
“Já existem alguns anéis vaginais disponíveis comercialmente. Entretanto, o maior problema é a baixa adesão da paciente ao tratamento devido às características dos dispositivos atuais, como dose fixa, formato que não privilegia o conforto e a anatomia. O presente dispositivo foi desenvolvido para permitir, diferentemente dos que já existem no mercado, um maior conforto para paciente na utilização da via vaginal. Dentre as funcionalidades desta inovação sobressaia maior facilidade de adaptação na genitália interna feminina, permitindo uma liberação mais homogênea de insumos farmacêuticos. Além disso, o dispositivo é produzido empregando a manufatura aditiva, ou impressão 3D, a qual possibilita a individualização da terapêutica, através da personalização do tamanho e dosagem do dispositivo”, explica Junqueira.
A doutoranda ainda aponta que o dispositivo possibilita a diminuição da frequência de administração de substâncias, o que pode promover a adesão terapêutica. “Diferentes tipos de fármacos podem ser incorporados neste dispositivo, tanto para a obtenção de ação local, como também efeito sistêmico. A tecnologia de impressão 3D, utilizada na produção do dispositivo, possibilita a personalização de doses e tamanhos, o que pode contribuir para a eficácia e segurança da terapêutica.”
O dispositivo ainda está em desenvolvimento e não está disponível comercialmente.
Pesquisadores podem contatar o Critt para obter auxílio no desenvolvimento e patenteamento de suas tecnologias através do link: https://www2.ufjf.br/critt/sitemap/setores/orientacao-de-projeto/
Outras patentes do Critt
Sabe-se que o crescimento dos países passa pelo investimento em pesquisa, desenvolvimento e inovação. O governo federal, por meio do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), utiliza esse mecanismo para incentivar investimentos em inovação por parte do setor privado. Com isso, busca aproximar as empresas das universidades e institutos de pesquisa, potencializando os resultados em P&D.
A Lei 11.196/05, que passou a ser conhecida como “Lei do Bem”, cria a concessão de incentivos fiscais às pessoas jurídicas que realizarem pesquisa e desenvolvimento de inovação tecnológica.
Saiba mais: Lei do bem
Conheça as tecnologias disponíveis: Vitrine Tecnológica
Outras informações
Programa de Pós-Graduação em Saúde / Centro Regional de Inovação e Transferência de Tecnologia (Critt)
Créditos
Autor: Karla Edwirges
Revisão: Vinicius Hoki
Designer: Tamires Yukie