Com o fim do distanciamento dentro das instalações da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), o Conselho Superior (Consu) continua deliberando sobre as condições do retorno integral das atividades na instituição. Na reunião desta sexta-feira, 18, a expectativa é votar o fim das escalas de revezamento dos servidores, entre outros assuntos. A exigência do passaporte vacinal da comunidade acadêmica, assim como a melhora do quadro epidemiológico de Covid-19 no país, permitem agora que a UFJF, após dois anos da suspensão das atividades presenciais, caminhe para retornar com seu funcionamento pleno e de forma segura. Acompanhe as últimas notícias sobre a retomada integral das atividades.
Alunos e servidores que já estavam tendo aulas ou trabalhando em sistema híbrido (remoto e presencial) serão esperados presencialmente nas próximas semanas. Cerca de 10 mil estudantes ingressaram na Universidade nos últimos dois anos em formato remoto – esses ‘calouros’ passarão a frequentar os campi de Juiz de Fora e Governador Valadares a partir de 18 de abril, quando começa o primeiro semestre letivo de 2022.
Alguns cursos ainda estão finalizando os conteúdos de 2021 e, por isso, terão calendários específicos, com data de retorno posterior. Servidores com condições de saúde descritas na Instrução Normativa 90, do Governo Federal, também permanecem por enquanto em home office. Ainda assim, a UFJF se prepara para recepcionar a todos com otimismo:
“Desde junho do ano passado, iniciamos o processo gradual de retomada de atividades presenciais, mas, na realidade, é que a grande satisfação teremos agora com o início do semestre de 2022, com a oportunidade de retomar integralmente as atividades presenciais. Voltaremos a ter a Universidade viva, pulsando com toda comunidade, mais uma vez cumprindo seu papel como importante agente na vida da cidade”, afirmou o reitor Marcus David.
A vice-reitora, Girlene Silva, que acompanhou de perto o trabalho das equipes da área da saúde da UFJF no enfrentamento da pandemia, diz que o grande desafio da instituição é “fazer essa travessia com segurança”, ou seja, permitindo a presencialidade plena, mas com medidas de proteção à vida.
“Estou otimista, somos capazes de inferir as consequências desses dois anos de afastamento. Mas, agora já superamos a etapa do isolamento, avançamos e temos uma boa perspectiva sobre a presencialidade. Desejo que, nos campi de Juiz de Fora e Governador Valadares, a gente possa nos encontrar e reencontrar e que a Universidade possa, de maneira mais plena, não só pensar na formação dos estudantes, mas na repercussão desse retorno para nossas vidas”, resumiu sobre as expectativas do retorno.
Equipe multidisciplinar de saúde contribuiu para a vacinação de Juiz de Fora (Foto: Alexandre Dornelas/UFJF)
No dia 11 de março de 2020 a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou a pandemia do vírus Sars-Cov2. Seis dias depois, a UFJF, há exatos dois anos, interrompeu suas atividades presenciais. O mesmo aconteceu com todas as instituições públicas de ensino superior. A maior do país, a Universidade de São Paulo (USP) retornou integralmente com suas atividades no último dia 14.
“Não foram dois anos fáceis. Conhecíamos muito pouco sobre o que estava acontecendo, mas a gente tinha a clareza de que, num momento em que a gente conhece pouco, o bom senso e a ciência nos diziam para nos recolhermos. E assim fizemos”, relembra a vice-reitora sobre a decisão de suspensão das atividades em 17 de março de 2020.
Nesses dois anos, a partir de intensas deliberações, os conselhos internos da UFJF organizaram o funcionamento em formato remoto emergencial das aulas e o trabalho em home office, assim como pautaram todas as medidas de proteção com protocolos a serem seguidos pela comunidade acadêmica. As pesquisas na instituição, assim como em todo mundo, intensificaram-se na busca por respostas sobre a doença e para seu controle com as vacinas.
“É importante destacar que a Universidade nunca parou, nos mobilizamos em todas as áreas e setores, um esforço muito grande da Universidade para melhorar as condições de vida da sociedade. Depois houve um esforço para adaptarmos todos os cursos à modalidade de ensino remoto, e fizemos isso garantindo qualidade, inclusão e condições de trabalho”, resume o reitor Marcus David.
A chegada do imunizante trouxe alívio e, ao mesmo tempo, muito trabalho para as equipes de saúde da instituição, que atuaram na vacinação da população de Juiz de Fora. A atividade, de caráter extensionista, contribui para o cenário apresentado hoje, com 79% da população brasileira com 5 anos ou mais totalmente imunizada.
“Quando olhamos para esses dois anos, a instituição foi capaz de dar a resposta pronta à sociedade, quando se organizou para contribuir com a imunização da população, com importante papel na realização de exames de alta qualidade, na produção de insumos como álcool gel, máscaras e face shields. Fomos capazes de responder prontamente, quando nossa população ainda sequer tinha condições de solicitar o auxílio emergencial. Capazes de organizar para acolher essa população tão vulnerável e excluída”, comenta Girlene Silva.