O Decreto nº 11.216, publicado em 30 de setembro, bloqueou cerca de R$ 328 milhões para as universidades, resultado de uma redução linear de 5,8% no orçamento do Ministério da Educação. A UFJF ainda está avaliando os impactos da decisão e irá levar a pauta ao Conselho Superior (Consu) nesta sexta-feira, 7. Segundo o reitor, Marcus David, a intenção é aguardar o detalhamento das informações sobre o bloqueio para debater junto aos conselheiros as alternativas para o fechamento das contas até o fim do ano.
A situação financeira da instituição já era bastante preocupante, conforme apresentado à comunidade em Audiência Pública realizada em 5 de agosto. Na ocasião, a UFJF havia projetado um déficit orçamentário de R$ 11 milhões em 2022.
Para David, esta é a maior crise enfrentada pelas universidades na história do país e sérios ajustes já estavam sendo realizados internamente, como redução de bolsas e contratos. Cabe agora à UFJF avaliar mais profundamente suas opções para resistir oferecendo formação acadêmica de qualidade. Leia a manifestação da Andifes sobre os cortes.
A UFJF
Polo científico, econômico e cultural de uma região de mais de três milhões de habitantes, a UFJF está classificada entre as cem melhores universidades da América Latina e entre as mil do mundo. Possui mais de 90 cursos de graduação, 44 de mestrado e 26 de doutorado, além de residências nas áreas de saúde, gestão e docência. Todos gratuitos.
Seus dois campi, em Juiz de Fora e Governador Valadares, reúnem 26 mil estudantes, 1.600 professores e 1.500 técnico-administrativos em educação, sendo a grande responsável pela formação qualificada de profissionais nessas duas cidades.
A instituição é ainda responsável pelo Colégio de Aplicação João XXIII, com oferta de ensinos fundamental e médio, e pelo Hospital Universitário, gerido pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). Também fomenta e gerencia importantes espaços culturais de Juiz de Fora, tais como o Museu de Arte Murilo Mendes, o Cine-Theatro Central e o Memorial Itamar Franco, bem como de educação ambiental e científica, a exemplo do Jardim Botânico e do Centro de Ciências.
A asfixia financeira que impacta a instituição e toda a educação do país coloca em risco o acesso e a permanência de estudantes, bem como a oferta de cursos e centenas de outros serviços destinados à população.