No dia 13 de agosto de 2018, Andreia de Freitas Rodrigues, conservadora-restauradora de bens móveis do Arquivo Central, defendeu sua tese intitulada “Entre o divino e o humano: o lugar da vanitas mineira nos séculos XVIII e XIX”, no Programa de Pós-Graduação em Artes da UERJ.
A tese de Andreia apresenta uma análise sobre as imagens da vanitas localizadas em Minas Gerais e produzidas ao longo do século XVIII e início do XIX. Para tal e além de toda trajetória iconográfica dessas imagens, buscou compreender a conformação inicial dessa Capitania pela perspectiva das práticas religiosas, culturais e sociais que se desenvolveram a partir da atividade mineradora e da interferência local exercida pela Coroa Portuguesa. Essa relação, evidenciada pela afirmação do poder real, originou uma sociedade colonial de características peculiares, fortemente influenciada pela vivência religiosa e estrutura cultural resultante da atuação das organizações religiosas leigas. Tendo um entendimento mais amplo do período e local, é possível apreender para que ou para quem e por quais razões tópicas como a vanitas, a morte, o desengano – utilizadas como instrumentos de orientação moral -, a exemplo do que já ocorrera anteriormente em outros locais após as reformas religiosas, também são exploradas pela produção artística, especialmente a pintura.
A palavra vanitas significa “vacuidade, futilidade” e pode ser compreendida como uma alusão à insignificância da vida terrena e à efemeridade da vaidade. Pinturas feitas no estilo vanitas querem lembrar a efemeridade da vida e da futilidade de agradar, e a certeza da morte. A ilustração deste post é uma cópia da capa da tese da Andreia. Ela usou a imagem de uma pintura, realizada com a técnica de têmpera sobre madeira, por Manuel da Costa Ataíde, na Igreja de São Francisco de Assis, em Ouro Preto/MG, entre 1802 e 1812.