
Nas fotos, as pesquisadoras Renata Reis (em pé) e Renata Carneiro se emocionam ao localizar informações nos documentos.
Duas pesquisadoras da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) estiveram, em Juiz de Fora, nos dias 19 e 20 de março, coletando dados para a pesquisa “Legados de Joaquim Venâncio”. O Arquivo Central da UFJF foi uma das instituições visitadas por Renata Reis e Renata Carneiro.
A pesquisa tem como objetivo descrever e analisar a trajetória do trabalhador Joaquim Venâncio, antes de seu ingresso, no Instituto Oswaldo Cruz (atual Fiocruz), em 1916.
Joaquim Venâncio foi um dos mais importantes técnicos de laboratório da história da Fiocruz. Trabalhou com diversos pesquisadores, especialmente com Adolpho Lutz e sua filha Bertha Lutz. Joaquim nasceu na fazenda Bella Vista, situada em Coronel Pacheco/MG. A fazenda pertenceu a Marianna Cândida Ribeiro de Castro Chagas, mãe do cientista Carlos Chagas.

Segundo Renata Reis, o objetivo da pesquisa, nos documentos do Arquivo Central da UFJF, foi consultar documentação relativa à fazenda e confirmar a hipótese da origem dos pais de Joaquim Venâncio, que foram trabalhadores escravizados da família Chagas. Além disso, as pesquisadoras da Fiocruz trocaram dados e experiências com Dayana Oliveira, doutoranda em História na UFJF, que está finalizando uma tese acerca da história da fazenda Bella Vista e as dinâmicas de tráfico interno de escravizados. Dayana estuda esse tema sob a perspectiva das companhias mercadoras de escravizados, no século XIX, mais especificamente, a Cia Justiniano, que pertenceu ao pai do cientista Carlos Chagas, José Justiniano das Chagas e seu sobrinho Augusto César das Chagas, traficantes que atuaram nesta região.