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400 mil mortos

Os novos estudos do letramento[editar | editar código-fonte]

Em contrapartida, no início dos anos de 1990, as novas Tecnologias de Informação e Comunicação se popularizaram para o consumo. Dessa forma, duas perspectivas teóricas surgem nos estudos de letramento. Se por um lado elas se aproximam, uma vez que ambas reconhecem que a leitura e a escrita são práticas plurais, por outro elas se diferenciam pela forma como compreendem tal pluralidade. A perspectiva intitulada de letramentos múltiplos entende a existência da multiplicidade de práticas de letramento envolvendo a leitura e a escrita, resgatando os estudos de gêneros do discurso e problematizando o surgimento de gêneros do discurso nos espaços digitais.[8][9]

Já a perspectiva dos multiletramentos surge com um grupo de professores-pesquisadores que já trabalhavam com discussões sobre conflitos étnico-raciais, de gênero e outras formas de inclusão escolar, a partir do multiculturalismo crítico. Tais professores reuniram-se, em 1996, durante um colóquio em Londres e resolvem criar um grupo que pensaria como inserir as novas Tecnologias de Informação e Comunicação no ensino de línguas por meio do manifesto A Pedagogy of Multiliteracies: designing social future.[10] O New London Group (ou Grupo de Nova Londres), atentando a uma vasta gama de práticas sociais de linguagem, propõe dois significados para o prefixo “multi”. O primeiro está atrelado ao trabalho, já desenvolvido por eles, de pensar como incluir a diversidade de grupos socioculturais presentes na sala de aula, compreendendo que também cabe à escola, por meio de uma pedagogia sensível às demandas desses grupos, trabalhar os conflitos existentes na sala de aula, a partir do multiculturalismo crítico. Desse modo, o segundo significado de “multi” está relacionado à multiplicidade de linguagens, já que os sujeitos leem e valem-se, no processo de produção escrita, de várias modalidades (grafia, imagens, sons, gestos, cores, fontes etc.), sejam essas multimodalidades mobilizadas na interação em espaços online ou offline.[11]