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Passados oito meses da gestão “Reconstruir a UFJF”, esta série de reportagens apresenta à comunidade acadêmica um balanço do que foi realizado e as perspectivas para 2017, a partir das informações e ações das pró-reitorias e diretorias da administração superior. Nesta primeira matéria, destacamos o trabalho da Diretoria de Inovação:

A Diretoria de Inovação é o organismo responsável por conduzir a Política de Inovação da Universidade, em articulação com outras pró-reitorias, com o propósito de estimular pesquisadores, nos três segmentos universitários, a converterem o conhecimento que geram em patentes, serviços tecnológicos e empreendimentos inovadores. No sentido inverso, a Política de Inovação deve fazer a prospecção de empresas que possam se utilizar das expertises existentes na instituição, no sentido de elevar sua competitividade através da inovação.

Passo importante no processo de atualização do conteúdo científico produzido dentro da UFJF, a Diretoria foi constituída para integrar, no mesmo espaço institucional, o Centro Regional de Inovação e Transferência de Tecnologia (Critt), as empresas juniores e as ações dirigidas à implantação do Parque Tecnológico de Juiz de Fora.

“Para que o Parque não se torne apenas um empreendimento imobiliário, ele depende do êxito das ações de estímulo à inovação e ao empreendedorismo na UFJF, às quais vão se somar esforços de atração de investimentos para a sua área que disponham de conexão com as pesquisas desenvolvidas na instituição. Nesse sentido, ele é o desaguadouro da mudança de ambiente que as iniciativas que estão sendo desenvolvidas intentam alcançar. A Pró-reitoria de Infraestrutura e Gestão, a Reitoria e o Critt estão trabalhando para desembaraçar os nós que impedem hoje o lançamento do edital para as obras de infraestrutura”, afirma o diretor de inovação da UFJF, Ignacio Delgado.

Para otimizar a dinâmica de trabalho, de acordo com Ignacio, foi preciso uma readequação da estrutura física e institucional do Critt, que envolveu, dentre outras ações, a retomada das obras de reforma e ampliação no prédio do estabelecimento; o resgate de atividades organizacionais e das portarias que regulamentam funções e competências; o levantamento de orçamentos para consultoria, atualização de procedimentos e preparação do planejamento estratégico; além da reaproximação com entidades e órgãos de coordenação das ações de inovação no âmbito universitário, como a Rede Mineira de Inovação, a Sociedade Brasileira Pró Inovação Tecnológica (Protec), a Rede Mineira de Propriedade Intelectual e o Fórum Nacional de Gestores de Inovação e Transferência de Tecnologia (Fortec), dentre outros.

“O contato com essas redes estava muito ‘frio’, então nós o reestabelecemos. Temos trabalhado muito na capacitação dos colaboradores para que façam cursos e participem dessas redes, e a própria direção também tem participado. E, finalmente, fizemos um esforço grande, também com o apoio da Pró-infra, para melhorar a situação da infraestrutura do espaço, que estava muito perdida”, ressalta o professor.

Com a recuperação funcional do espaço, em outubro foi possível, dentre outras atividades, a retomada do edital para seleção de novos negócios, alinhados com a proposta de suporte oferecido pela Incubadora de Base Tecnológica (IBT) da instituição. Foi a primeira vez que o Critt lançou um edital contínuo, que permite a submissão de propostas de forma atemporal.

Para que nós conseguíssemos manter o prestígio que a IBT tem no cenário estadual e nacional, precisávamos ter também regularidade, e no ano de 2015 não foi lançado um edital de incubação porque o espaço onde as empresas incubadas estão instaladas estava com as obras paralisadas. Então, com um apoio muito forte da Proinfra, nós conseguimos encerrar essa obra e pudemos lançar o edital”, explica o Diretor de Inovação.

Além da dinamização das parcerias já existentes e da instituição de novos acordos, eventos importantes com o Sebrae e a Embrapa foram realizados. Um dos principais frutos da parceria entre a Universidade e esses grupos de desenvolvimento sócio-econômico se deu com a criação do Grupo de Trabalho Desenvolvimento e Inovação na Mata Mineira (GDI-Mata), que envolve a UFJF, o IF Sudeste, a Prefeitura de Juiz de Fora, a Embrapa, o Sebrae e entidades empresariais. O GDI-Mata tem o objetivo de coordenar e intensificar a colaboração entre a Universidade e empresas na região. Ignacio argumenta que o Grupo deve funcionar como um polo de intercâmbio entre o conhecimento produzido na Universidade e as empresas privadas e afirma que “a expectativa é de que, com o GDI, tanto as atividades de transferência de tecnologia, de proteção ao conhecimento, e de incubação de empresas se alarguem, em função das demandas que serão colocadas por parte dos atores econômicos da região.”

GDi Mata plataforma de negócios e inovação

O reitor da UFJF, Marcus David, participou, no dia 23 de novembro, do lançamento da plataforma de negócios e inovação (foto: Alexandre Dornelas/UFJF)

 

portal GDI Mata

Na ocasião, a gerente de Inovação e Transferência de Tecnologia do Critt/UFJF, Débora Marques, apresentou o portal e destacou a preocupação em torná-lo de fácil acesso para o empresariado (foto: Alexandre Dornelas/UFJF)

Desafios para os próximos anos

O horizonte básico da gestão Reconstruir a UFJF é estabelecer a Universidade como o núcleo fundamental de um ecossistema favorável à inovação, mirando o desenvolvimento regional. Tal perspectiva envolve a definição de um arcabouço institucional que favoreça a atividade inovadora, o estabelecimento de um roteiro de iniciativas para estimular a inovação e o empreendedorismo, a criação de uma infraestrutura adequada a tais propósitos e o fortalecimento de parcerias estratégicas. O conjunto destas ações pavimentam o terreno para a operação do Parque Tecnológico de Juiz de Fora.

Para que esta perspectiva se materialize, segundo Ignacio, o objetivo é fazer de 2017 o ano de desencadeamento do programa “Desafios de Inovação na UFJF”, a ser desenvolvido de forma permanente daí em diante, com a finalidade de disseminar na Universidade a cultura da inovação e do empreendedorismo. “O que a gente quer é pôr as pessoas para pensar e desenvolver ideias”, argumenta.

Já para o próximo ano, o programa pretende envolver quatro projetos. O primeiro deles é o “Empreenda!”, em articulação com o Sebrae, com previsão de execução em 24 meses, envolvendo a mobilização de pesquisadores e estudantes para responder a demandas de soluções tecnológicas de empresas âncoras nas áreas de fármacos, saúde, tecnologias da informação e comunicação, e engenharias.

Já o “Start Up UFJF”, desenvolvido em parceria com o Centro de Gestão do Conhecimento Organizacional (CGCO), a Faculdade de Engenharia e o Diretório Central dos Estudantes (DCE), é um desafio para a busca de ideias e soluções inovadoras associadas à operação do SIGA, que já possui sua comissão para formatação do projeto em processo de definição.

Por sua vez, o “Desafio Biomassa”, proposto pela Pró-reitoria de Pós-graduação e Pesquisa (Propp) e apoiado pela Embrapa, é uma iniciativa que visa a busca de soluções inovadoras para aproveitamento de resíduos orgânicos da UFJF, que se encontra em estudos de viabilidade. Por fim, o “Desafios do GDI-Mata” é um conjunto de objetivos a serem definidos a partir de demandas das empresas que apareçam no âmbito do Grupo.

“Qual é o sentido de se fazer os desafios? É criar um clima de emulação dentro da Universidade para as pessoas converterem aquele conhecimento que estão adquirindo numa ideia inovadora que depois possa ter aproveitamento, para criar uma mentalidade nesse sentido. E, no horizonte, lá na frente, desembolar os imbróglios jurídicos que ainda estão nos impedindo de fazer isso. Nós esperamos que tudo isso convirja em atividade que estarão integradas no Parque Tecnológico de Juiz de Fora. Então é isso o que nós vamos fazer”, projeta o diretor.

Além do programa “Desafios de Inovação na UFJF”, está prevista, ainda, a continuidade do “Programa Formação Empreendedora”, a ser desenvolvido pela IBT em 2017, contando com a colaboração da Pró-reitoria de Graduação (Prograd) e da Propp. Trata-se de uma iniciativa voltada para despertar e capacitar talentos para a atividade empreendedora. Também pretende-se lançar, em março, o “Laboratório de Ideação”, com três turmas por ano (março, julho e outubro), com o propósito de estimular a criatividade e a inovação e auxiliar empreendedores no desenvolvimento de novas ideias por meio da identificação de oportunidades no mercado.

Por fim, as atividades regulares da IBT e dos setores de transferência de tecnologia e proteção ao conhecimento envolvem palestras em diferentes ambientes da universidade, para sensibilização de estudantes, técnico-administrativos em educação (TAE’s) e professores, no sentido de promover sua integração às ações regulares do Critt.

“A inovação tecnológica é um dos componentes fundamentais do desenvolvimento sustentável, do ponto de vista ambiental e do bem-estar social. Sem ela, as empresas tendem a operar nas linhas de menor resistência para elevação de sua competitividade, buscando a redução do custo do trabalho e a exploração predatória de recursos naturais. Daí a inescapável exigência de uma aproximação entre a academia e o universo empresarial, para favorecer a conversão de conhecimento em processos e produtos, sem prejuízo da pesquisa básica, das funções precípuas das instituições de pesquisa e das empresas, além da observância de normas capazes de assegurar que os benefícios gerados por tal aproximação possam ser compartilhados por toda a comunidade acadêmica”, finaliza Ignacio.

Outras informações: (32) 2102-3435 – Centro Regional de Inovação e Transferência de Tecnologia da UFJF