Fechar menu lateral

Mapa da Região: Lucas Coelho

O Mapa da Região é uma ação do INOVAGames que busca mapear toda a comunidade e projetos de desenvolvimento de jogos da Região da Zona da Mata. Conhece alguém que deveria estar por aqui? Manda pra gente!

Você poderia fazer uma breve apresentação e/ou compartilhar um pouco sobre sua formação?

Comecei a “engatinhar” na programação quando tinha por volta dos meus 8 anos por causa do RGSS no RPG Maker e de ActionScript no Flash antigo, entre idas e vindas comecei a trabalhar como programador um pouco antes de iniciar a faculdade. Depois de alguns anos atuando em times de engenharia de software acabei voltando para terminar uma graduação em análise e desenvolvimento de sistemas. Estudo bastante também sobre design de jogos.

Lucas com um dos gatos, Salém

Como você descreve brevemente a sua atuação no mundo dos jogos e quais os projetos em que você está atualmente envolvido e pode/gostaria de compartilhar?

Atualmente eu “financio” de forma independente meus projetos eu mesmo através do meu trabalho principal como programador, estou desenvolvendo um jogo de estratégia para computadores: https://store.steampowered.com/app/2773700/ 

Quais são os maiores desafios que você enfrentou em sua história relacionada a jogos?

Diria que acabou sendo o tempo. Embora a gente tenha uma indústria cada vez maior, no geral sempre foi meio latente e ainda é algo que requer muito estudo e esforço para um retorno financeiro não tão compatível, o que muitas vezes limita a atuação de pessoas que seguem independente no tempo livre ou sequer acabam tentando por sentir uma barreira de entrada (que felizmente fica cada vez menor)

Quais são as recompensas mais gratificantes que você encontrou ao trabalhar nesse campo?

A maior de longe sempre é ver uma pessoa jogando algo que eu fiz. Seja um jogo de escopo de jam na minha frente, um vídeo no YouTube de um lançamento antigo ou conhecer alguém em um evento que se divertiu com algo que eu fiz. É muito legal poder ver diferentes reações de alguém em cima de algo que eu fiz.

Se você estivesse começando agora, qual conselho você gostaria de ter recebido e quais habilidades você considera importantes?

Provavelmente diria pra não se preocupar tanto com qual ferramenta usar e não focar no resultado final, mas sim começar agora e fazer algo pra ver como é. Talvez você nem goste de fazer jogos mas só de jogar, então experimentar o processo é interessante, já que você vai passar maior parte do tempo nele. Eu pelo menos tenho muita tendência a ter a “paralisia por análise” e querer me planejar demais para prevenir problemas. No fim, só pôr a mão na massa acaba me ajudando a ver o que realmente é ou não importante para fazer algo.

De modo geral eu diria que as habilidades mais importantes são as mais pro lado “social”, já que é relativamente improvável que a gente faça algo totalmente sozinho em vácuo, mesmo que você faça todo o design, programação e arte de um jogo ainda alguém vai jogar ele.

Além dos jogos, quais são seus outros hobbies e interesses e/ou existe alguma história curiosa ou engraçada que você gostaria de compartilhar?

Fazer jogos no geral também é meu maior hobby, além de programar e criar ferramentas. Mas duas curiosidades é que eu já troquei de coração (transplante) e em um evento presencial de jogos acabei sendo reconhecido pelo apresentador de um podcast de game design que eu ouço muito. Acho que acabei interagindo tanto online que ele sabia mais quem eu era fisicamente do que ele, porque eu só percebi quem era depois pela voz.

Torecower – o último jogo que Lucas Coelho lançou comercialmente

Como você vê o papel dos jogos no contexto social e cultural?

Jogos não só são um meio como teatro, livros, música e cinema que podem contar histórias, passar emoções, ensinar e educar como podem combinar aspectos de todos esses em uma experiência única, já que um ou mais jogadores podem fazer parte dessa experiência, o que trás um novo meio de imersão nesse processo.

Além disso, com um mercado que cresce e cada vez mais pessoas que tiveram jogos como parte do dia-a-dia, podemos ter uma nova forma de antropofagia cultural já que não só se criam jogos com base em experiências da vida, literatura e mídias tradicionais, mas como de outros jogos e com muitos aspectos culturais específicos do Brasil e das regiões onde vieram cada um desses futuros game designers.

E na sua região? Como você vê o desenvolvimento e trabalhos relacionados a jogos? Em pontos positivos e pontos que gostaria que melhorassem.

Pensando no estado de Minas, acho que por conta da associação e diversos jogos de escala média e conhecidos que vieram daqui (Long Hat House, criadores de Dandara, ansdor, criador do Slipstream), estamos não só representados como relativamente bem unidos. Agora afunilando para a zona da mata mineira, sudeste de minas, diria que é algo latente. É visível nas Global Game Jams que o interesse existe e pessoas tem, tanto entusiastas quanto pessoas que prestam serviços para empresas maiores, o que falta talvez seja mais formas de indexar essa base de pessoas e quem sabe dessa troca de ideias não surjam alguns projetos, talvez alguns estúdios locais.