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Programa “Urbanismo em Minas Gerais” elabora projeto arquitetônico de restauro em Matias Barbosa

Equipe do projeto e representantes da comunidade de Matias Barbosa reunidos em frente a capela a ser restaurada (Foto: Divulgação)

Os patrimônios culturais são todos os bens materiais e imateriais que se referem à identidade, à ação e à memória de um povo. Para preservar os patrimônios de Minas Gerais, o curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), em parceria com o Departamento de Cultura da Prefeitura Municipal de Matias Barbosa, realizou projeto arquitetônico visando à restauração da Capela Nossa Senhora do Rosário e da atual sede da Prefeitura de Matias Barbosa.

A capela é protegida pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e pelo município. Já o prédio da Prefeitura é tombado em âmbito municipal. O projeto de restauro faz parte do Programa de Apoio aos Municípios da UFJF. O trabalho foi coordenado pelo professor Fabio Lima e desenvolvido pelos acadêmicos que integram o núcleo de pesquisa e extensão “Urbanismo em Minas Gerais”.

De acordo com Lima, o objetivo da iniciativa foi resgatar a história das edificações por meio de levantamentos em acervos e diagnóstico da condição atual para, na sequência, propor as intervenções necessárias ao restauro. O professor ainda ressalta que as edificações são vistas como meios de construção da memória social do lugar. “Partindo desse princípio, o projeto propôs ações de recuperação da documentação histórica e restauração das edificações.”

Segundo o secretário de Cultura e Turismo de Matias Barbosa, Ricardo Sartine, depois de uma intervenção realizada em 1969, essa será a primeira vez que a capela receberá um trabalho com profissionais qualificados. “Tanto a igreja quanto a sede da Prefeitura precisam de restauro para a adequação do espaço para melhor servir à comunidade.”
A iniciativa multidisciplinar envolveu cerca de 15 alunos de Arquitetura, Engenharia e Turismo. Em decorrência dos trabalhos, foi elaborado um caderno de restauro com informações sobre as propostas de intervenções. No processo, os universitários tiveram reuniões comunitárias para realizar as modificações de acordo com as necessidades da população local.

Projeto arquitetônico

A capela do Rosário, erguida no século XVIII, é um dos principais bens de valor histórico-cultural da cidade (Foto: Divulgação)

Os trabalhos do núcleo duraram cerca de um ano e começaram a partir de estudo do material histórico da cidade. Com isso, foi possível avaliar o estado de conservação dos bens e analisar o que estava mais danificado. As atividades foram divididas em quatro etapas: levantamento histórico e planialtimétrico, análise das condições atuais, proposta de intervenção e acompanhamento técnico.

Nessas etapas, foram feitos estudos sobre as edificações, levando em conta pesquisas, levantamento fotográfico e relatórios da evolução histórica dos bens. Além disso, foram observados os elementos que caracterizam as edificações, como aspectos funcionais e construtivos, e o estado de conservação desses locais.

De acordo com a arquiteta e integrante do núcleo, Larissa Ribeiro, os trabalhos envolveram um registro de tudo que existia. “Fizemos a produção das plantas, os desenhos técnicos, o levantamento dos danos e verificamos o que precisaria sofrer intervenção. Com isso, desenvolvemos o projeto arquitetônico.”

Primeiramente, o projeto foi enviado para ser analisado na 13ª Regional do Iphan em São João del-Rei. Após ser aprovado, ele foi encaminhado para o Iphan de Belo Horizonte e aguarda aprovação. De acordo com Ricardo Sartine, quando o projeto for liberado, a Prefeitura terá que buscar recursos para a execução das obras.

Benefícios
A arquiteta e integrante do núcleo, Helena Tuler, destaca que a população do município ganhou com a ação. “Acredito que a capela será mais valorizada pelos turistas e pela própria comunidade. A história será resgatada e, com isso, a população terá um sentimento de afetividade maior.”

O bolsista Willian Mendonça, aluno do curso de Engenharia Civil, acredita que integrar a equipe proporcionou um conhecimento maior em diferentes áreas. “Vou terminar minha graduação com uma noção sobre arquitetura e patrimônios culturais. Se eu precisar desse conhecimento na minha vida profissional, terei como base o que aprendi no núcleo.”