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Estudantes aprendem anatomia de uma forma inusitada

Alunos aprendem com peças anatômicas e naturais

Uma viagem pelo corpo humano, desvendando os seus mistérios. Esse é o convite do projeto de extensão “Anatomia Humana” aos estudantes do Ensino Fundamental e Médio de escolas públicas e particulares de Juiz de Fora. A iniciativa, coordenada pelo professor do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Juiz de Fora (ICB/UFJF), Sérgio Maciel, tem como objetivo mostrar e complementar o conhecimento adquirido em sala de aula.

Para Maciel, iniciativa desperta curiosidade dos alunos

Por meio de aulas expositivas, o projeto possibilita aos alunos conhecerem, de perto, a estrutura e a organização do sistema humano. Órgãos, ossos e partes do corpo são demonstrados em peças anatômicas e naturais. Com isso, “os participantes têm a oportunidade de pegar um componente ósseo, ver um cadáver, o cérebro, a textura e a consistência. Eles não só satisfazem a curiosidade natural, como vêem de forma palpável o material que estão estudando”, explica o coordenador.

As atividades desenvolvidas no Laboratório de Anatomia, no ICB, contam com a colaboração do bolsista Marcelo Henrique de Souza, que é responsável por guiar as visitas, explicando os componentes e sua fisiologia. Um trabalho que requer preparação e oferece desafios, como adequar a linguagem ao público-alvo. “Quando vejo que estou usando muitos termos técnicos, eu tenho que voltar e adaptar o vocabulário para o cotidiano deles”, declara.

Estudantes atentas à explicação do bolsista Marcelo Souza

O universitário relata que, durante a visita, o que mais desperta interesse nos alunos é o momento de conhecer e visualizar os aparelhos genitais. “Para eles é tudo muito novo, pois estão tendo contato com a realidade do corpo humano, o que só viam em livros.”

O estudante, que está no quarto período do curso de Medicina, acredita que o projeto possibilita o crescimento profissional em diversos sentidos. “É uma experiência muito boa, pois é como se fosse uma revisão do conhecimento que já aprendi. Também é uma oportunidade de ter o contato com o ofício da docência, onde eu posso ensinar, explicar, lidar com os alunos e aprender a me adequar com esse ritmo de preparação de uma aula.”

As visitas são realizadas toda terça-feira, a partir das 13h. Além de instituições de ensino de Juiz de Fora, o projeto já recebeu alunos de outras cidades, como Ipatinga, Barbacena e Muriaé. Cerca de 500 estudantes por semestre participam da iniciativa.

Na hora da escolha

Para Eliana Balena, a iniciativa auxilia na escolha da profissão

Além de mostrar a importância de se conhecer o corpo humano, a iniciativa também auxilia em um momento decisivo na vida de todo estudante: a hora de escolher a profissão. De acordo com Maciel, é comum adolescentes optarem por cursos relacionados à saúde em função do projeto. “Já tivemos alunos que gostaram tanto da visita, que acabaram se interessando pela Medicina. Isso é muito gratificante para nós.”

A psicóloga do curso Cave Granbery, Eliana Balena, que acompanhou a visita de uma turma de terceiro ano do Ensino Médio, acredita que esse tipo de iniciativa pode fazer a diferença para aqueles que ainda não sabem qual carreira pretendem seguir. “Essa proximidade com a vida acadêmica de um médico, o impacto de ver as peças e o mal-estar inicial que causa, para alguns é suportável, já para outros é decisiva.”

A inciativa despertou o interesse de Ana Paula em conhecer a área de saúde

Eliana orienta que, antes de tomar qualquer decisão, o aluno deve procurar conhecer os cursos da UFJF. É o que pretende fazer a estudante Ana Paula Lima. A jovem, de 17 anos, está em dúvida entre Engenharia de Produção e Medicina e por isso resolveu conhecer melhor essas duas áreas. O primeiro passo foi conhecer o Laboratório de Anatomia. “Eu gostei do que vi, pois tive contato com um estudante do curso de Medicina, que já esteve na mesmo situação em que estou.” Para Ana Paula, a parte mais interessante foi a exposição dos cadáveres. “Não achei tão chocante como falam e não me assustei com as coisas que eu vi.”

No final das atividades, a jovem ainda não tinha a certeza sobre a escolha da profissão, mas já dava indícios de qual, possivelmente, será sua opção. “Estou mais para o lado da Medicina. Eu ainda não visitei o curso de Engenharia, mas gostei muito das coisas que eu vi aqui. Essa visita me incentivou ainda mais a essa escolha.”

Outras informações: 2102-3105