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Leite saudável: Projeto de extensão analisa a qualidade do leite materno

Dayse Siqueira: “Desde que começamos a realizar as análises, registramos cada vez menos casos de contaminação”

Há quase dez anos, a Faculdade de Farmácia da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), por meio do Laboratório de Alimentos e Água, oferece suporte laboratorial para a avaliação da qualidade do leite humano na Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora, por meio da iniciativa extensionista “Qualidade do leite humano ordenhado”, coordenada pela professora Miriam Aparecida de Oliveira. Segundo a nutricionista do hospital, Dayse Siqueira, a parceria surgiu da necessidade de fazer o controle do leite de mães de bebês prematuros e de alto risco internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), que necessitavam receber o leite materno.

Análise do Leite
Segundo Dayse, diariamente, as mães desses bebês são orientadas a retirar o leite no posto de coleta. Depois disso, o líquido é colocado em um recipiente identificado com o nome da paciente e, posteriormente, encaminhado para o lactário. Uma amostra do leite é retirada e encaminhada para a Universidade. Com o resultado da análise, a equipe promove uma reunião com os profissionais envolvidos para discutir o resultado e indicar as possíveis soluções. “Nós percebemos que fazer um controle microbiológico é importante. Com o projeto, tivemos uma melhora na qualidade do leite que, ultimamente, não vem apresentando contaminação. A partir das análises, fazemos alterações e modificações”, afirma Dayse Siqueira, que participa dos trabalhos desde seu início.

Miriam Oliveira (à esquerda): “Todo o esforço deve ser feito para estimular o aleitamento materno”

Para a professora Miriam, que criou a ação extensionista em 2002, todo esforço deve ser feito para estimular o aleitamento materno como prática de alimentação saudável. “Há um consenso científico de que alimentação saudável começa com o leite materno.” Segundo ela, “a importância do convênio com a Santa Casa consiste em poder integrar a realidade dos pacientes e possibilitar um avanço cientifico e tecnológico, atendendo as necessidades da comunidade. Dessa forma, o conhecimento é estimulado e difundido, aprimorando a formação dos profissionais da área de farmácia”.

Para Lílian Araújo, ex-bolsista da iniciativa, participar da análise da qualidade do leite foi fundamental para sua formação profissional e pessoal. “As mães e a equipe do hospital me ensinaram muita coisa. É preciso ter muita responsabilidade, porque oferecer um leite contaminado para uma criança pode acarretar vários problemas”.

Amamentação
Segundo Dayse, no hospital, toda mãe é incentivada a amamentar e a doar o leite materno, para que este seja analisado e, posteriormente, consumido pelo próprio filho. A nutricionista afirma que o número de doadoras aumentou ao longo dos anos. “Antes nós mandávamos em média quatro amostras por mês. Hoje, enviamos cerca de 50 para a Universidade.”

Letícia Rezende: “Amamento minha filha pois quero o melhor para ela”

Letícia Rezende, de 20 anos, acredita ser importante amamentar o filho com o próprio leite. Segundo ela, o leite materno oferece qualidade de vida à filha Lara, que acabou de nascer. “Não amamentei meu primeiro filho. Encontrei no projeto uma oportunidade de amamentar minha filha com um leite de qualidade e mais saudável.” Já para Apoliane de Souza, 18 anos, o projeto é importante, pois a ação orienta as mães em relação à amamentação. “Aqui eles ensinam como devemos retirar o leite e amamentar nossos filhos. Com o leite materno minha filha corre menos risco de adoecer.”