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Projeto atua no tratamento de crianças com asma

A bolsista Thais usando o espaçador artesanal em Cauã

Falta de ar, tosse e cansaço. Esses são alguns dos sintomas da asma, doença pulmonar crônica comum na infância. Estudos apontam que, no Brasil, cerca de 20% da população infantil são portadoras da patologia. Para tentar reverter esse cenário em Juiz de Fora, é desenvolvido o projeto de extensão “Respirar”.  Coordenado pela professora da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Marta Duarte, a iniciativa tem como objetivo atuar na prevenção e no tratamento da asma pediátrica.

Em parceria com o programa “Suspirar” da Prefeitura de Juiz de Fora, o projeto atende a crianças e a adolescentes do Sistema Único de Saúde (SUS). As ações consistem em esclarecimentos sobre a doença, orientações sobre os fatores que desencadeiam a crise asmática, além do tratamento com remédios.  “Nós acreditamos que o controle eficaz da asma pode solucionar problemas como a baixa frequência escolar”, declara Marta.

A iniciativa atende a pacientes que procuram atendimento no Departamento de Saúde da Criança e do Adolescente. Esse acompanhamento dura, no mínimo, seis meses. As atividades desenvolvidas contam com a colaboração da bolsista Thais Lopes. A estudante de Medicina ajuda nas orientações junto à comunidade e aos agentes comunitários nas Unidades Básicas de Saúde. “O contato com os pacientes é muito positivo. Você aprende realmente como funciona a rede pública de saúde, quais as dificuldades e as necessidades enfrentadas. Você sai preparado para o mercado de trabalho.”

Para Thais, o trabalho é gratificante, pois os agentes de saúde ficam mais bem informados sobre a doença. “Vários profissionais contam que não conheciam algumas informações básicas que contribuem para uma vida melhor e mais saudável.”

Espaçador artesanal

A coordenadora do projeto, professora Marta Duarte (à esq.), ao lado da bolsista Thais Lopes

Entre as orientações recomendadas aos pais está a utilização do uso correto do inalador em spray, mais conhecido como “bombinha”. Este deve ser usado junto com o espaçador, já que o aparelho reduz o desperdício do medicamento e os efeitos colaterais, como o sapinho e a rouquidão na voz.

O espaçador pode ser encontrado nas farmácias. Mas, devido ao seu custo, é recomendado o uso do aparelho artesanal feito com garrafa plástica, como é usado no projeto. Segundo a professora, os resultados são os mesmos do espaçador comercial e, inclusive, conta com respaldo internacional. “Vários países como África do Sul, Cingapura e Índia já o testaram. No projeto, os pais aprendem a produzi-lo.”

Resultados
Desde sua criação em 2006, em média cinco mil crianças e adolescentes foram beneficiados pela iniciativa. Segundo Marta, o projeto conseguiu alcançar resultados positivos como minimizar e controlar os desconfortos, os distúrbios emocionais e a infrequência escolar provocados pela asma. “Nosso foco é melhorar a qualidade de vida da criança e da família, proporcionando ao paciente um bom desempenho na escola e um relacionamento familiar adequado.”

Por funcionar no ambulatório de Pneumologia do Pronto Atendimento Municipal (PAM) da Avenida dos Andradas, a iniciativa abrange portadores de outras doenças respiratórias. É o caso de Cauã Rodrigues, 2 anos, que possui bronquite e é atendido pela iniciativa há um ano. “Ele dorme melhor e não fica mais cansado. As crises foram controladas”, conta a mãe de Cauã, Adriana Rodrigues.

Visando ampliar ainda mais as ações do “Respirar”, a professora pretende expandir a iniciativa em breve para toda a rede do SUS da cidade.