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UFJF recebe verba do Programa Incluir para promover a inclusão de pessoas com deficiência

Aprovado em 2008 pelo Programa Incluir, desenvolvido pelo Ministério da Educação (MEC), o projeto “Núcleo de Atendimento às pessoas com deficiência na UFJF”, coordenado pela Professora da Faculdade de Educação Física e Desportos (FAEFID), Maria Elisa Caputo, ainda está em fase de implantação. A iniciativa recebeu até agora R$ 40 mil do governo para investir na construção de uma sala de atendimento e na reestruturação do espaço físico da FAEFID, de forma que facilite o acesso dos estudantes e funcionários portadores de deficiência. O restante da verba disponibilizada, R$ 80 mil, ainda não foi repassado devido à demora nos processos de licitações.
O projeto consiste em criar um núcleo coordenador de todas as ações relacionado às pessoas com deficiência, onde prestaria atendimento a estudantes, funcionários e a comunidade em geral, que necessitem dos serviços oferecidos pelos projetos de extensão da UFJF. O núcleo promoveria, então, um encaminhamento direto dos interessados a atividades no qual procuram. “É um núcleo centralizador dessas ações, para que a pessoa com deficiência não fique perdida procurando pelo serviço que precisa”, explica a professora.
Estruturado em três etapas, a iniciativa até o momento só conseguiu finalizar a primeira, que consistia em fazer um levantamento do número de estudantes com deficiência na UFJF. Com a colaboração do estudo de Mestrado em Educação Física, do Educador Físico Emerson Rodrigues, foi possível chegar ao número de oito estudantes. São alunos de Pedagogia, Medicina, Comunicação Social, Direito, Psicologia e Ciência da Computação. A tese “A inclusão de pessoas com deficiência nas instituições de Ensino Superior e nos cursos de Educação Física de Juiz de Fora pede passagem. E agora?” faz parte do projeto.
A segunda etapa está relacionada às obras para a instalação de uma sala de atendimento e dois banheiros adaptados na FAEFID. Segundo a professora, a ideia é que fosse implantado na reitoria, entretanto não há espaço. “O núcleo é para ser da Universidade e não apenas da Educação Física”, ressalta. A previsão é que as obras estejam prontas até março de 2010. Além das construções, faz parte dessa etapa a compra de equipamentos de informática para o núcleo, mas devido à demora nos processos de licitações, a verba restante ainda não foi disponibilizada.
E a terceira fase é a inclusão de pessoas com deficiência, da comunidade acadêmica e da sociedade em geral, nos projetos de extensão desenvolvidos na UFJF. Porém, devido a cada ano o projeto mudar de coordenador, por enquanto não se sabe se essa fase será efetivada. “Infelizmente, mais uma vez o projeto vai sofrer descontinuidade, porque não estou coordenando 2009”, declara a professora. De acordo com Maria Elisa, o projeto existe desde 2005, mas todo ano muda de coordenação e o foco das ações. “O ano passado me solicitaram retomar o projeto que estava parado, esse ano já ficou a cargo do núcleo de acessibilidade, criado na UFJF”, afirma.
Para a professora que trabalha há 20 anos com portadores de deficiência, esse é o principal desafio para quem quer trabalhar com atividades voltadas para a inclusão. “Essas rupturas mostram como é difícil trabalhar com deficientes. É uma área que poderia ser mais bem trabalhada, no entanto, devido ao processo de descontinuidade, os projetos não têm efeitos. Não dá resultados”, explica. Para Maria Elisa, o ideal seria criar uma comissão de acessibilidade, onde fossem adotadas ações permanentes. “Esses projetos precisam ser repensados e ter uma continuidade, porque senão a gente acaba ficando muito desanimada”, argumenta.
Apesar de não saber como será daqui pra frente, a professora pensa em seguir com a proposta do projeto. “A gente ainda tem alternativas. Vou buscar trabalhar com projetos de extensão, projetos de treinamento profissional, fazer pesquisas, tudo relacionado à inclusão nas atividades da Faculdade de Educação Física. Pretendo trabalhar agora como pesquisadora e não como uma representante institucional”, anuncia. Maria Elisa tem esperança de que a nova coordenação do núcleo aproveite a iniciativa. “Espero que aproveitem a ideia, já que não aproveitaram a minha experiência”, declara.