Além de ser um documento de planejamento, o PDI serve como uma base para órgãos de controle acompanharem as ações da Universidade e confirmarem se elas têm aderência ou não ao Plano. Entre esses órgãos estão o Tribunal de Contas da União (TCU), a Controladoria Geral da União (CGU) e a Auditoria Interna (Audin/UFJF).
Entre os desafios previstos para a universidade na atualidade, está a questão orçamentária – tema comum às Instituições Federais de Educação Superior (IFES), com a drástica redução dos repasses de recursos financeiros, iniciada em 2016. Na avaliação do pró-reitor de Planejamento, Orçamento e Finanças, Eduardo Condé, além do desafio financeiro, a própria implementação do PDI é também desafiadora e depende do envolvimento da comunidade universitária no cumprimento das metas.
“Nós procuramos indicar na elaboração das metas, o recurso a ser disponibilizado. Mas, com as incertezas orçamentárias, isso é muito difícil. Então cada meta está acompanhada de uma observação referente a ter ou não disponibilidade orçamentária. Isso quer dizer que não dá para cumprir as metas? Não. Quer dizer que talvez não seja possível cumprir a totalidade das metas, porque a gente pode ter um problema relativo a orçamento. Muitas metas não têm relação com o orçamento – questões, por exemplo, de organização, relativas à legislação, formação de comissões executivas de trabalho e capacitação de pessoal. Nesse caso, o desafio é outro: o envolvimento das pessoas no cumprimento das metas”, ressalta Condé.
O PDI é um documento da Universidade aprovado pelo Consu e vai se estender por cinco anos. Nesse período, haverá um desafio adicional: acompanhar essas metas, verificar onde há dificuldade e onde houve avanços
O acompanhamento da realização das metas deverá ser feito semestralmente e o seu desenvolvimento, relatado ao Conselho Superior (Consu) a cada ano. O formato do acompanhamento levará em conta os cinco eixos institucionais – macropolíticas, intervenientes, de sustentação, gestão e avaliação, segundo as ações – com objetivos, metas e indicadores. A Pró-Reitoria de Planejamento, Orçamento e Finanças (Proplan) será responsável pelo monitoramento do cumprimento das metas. Softwares de acompanhamento das evolução das metas estão sendo estudados para a realização da tarefa.
“O PDI não é um documento de gestão. É um documento da Universidade aprovado pelo Consu e vai se estender por cinco anos. Nesse período, haverá um desafio adicional: acompanhar essas metas, verificar onde há dificuldade e onde houve avanços além do previsto, para podermos ter um monitoramento adequado”, destaca Eduardo Condé.
Processo de participação
Com a intenção de criar uma metodologia em diálogo com a dimensão participativa, o PDI contou com comissões de trabalho abertas com estudantes, técnico-administrativos (TAEs) e professores. As inscrições para esses grupos de trabalho foram abertas via Sistema Integrado de Gestão Acadêmica (Siga) e foram direcionadas a todas as pessoas ativas na Universidade. Além das Comissões de Trabalho, o processo de construção contou ainda com as comissões Gestora, Executora e Coordenadora, todas formadas por representantes dos três segmentos.
Desde o momento de apresentação da proposta metodológica por parte da Pró-Reitoria de Planejamento, Orçamento e Finanças (Proplan) até o encaminhamento final ao Consu, 230 pessoas participaram do processo.
“A ideia foi ter uma metodologia que envolvesse a mais ampla participação ou a possibilidade mais ampla de participação, combinada com uma governança, com um modelo de gestão que também garantisse a redação de propostas consistentes e que ao mesmo tempo tivessem equilíbrio dentro da sua elaboração”, afirma o pró-reitor e presidente da Comissão Executiva do PDI e membro da Comissão Gestora, Eduardo Salomão Condé.
O Plano de Desenvolvimento Institucional foi aprovado pelo Conselho Superior em 4 de maio de 2022, após ampla consulta e trabalho dos atores institucionais e daqueles que se inscreveram voluntariamente para participar dos debates. Os trabalhos começaram com a aprovação da metodologia pelo Consu em maio de 2021, chegando à análise do PDI em março de 2022. O documento é válido para os próximos cinco anos (tem vigência até 2027) e poderá ser ajustado com caráter de revisão em 2024, ou seja, quando chegar à metade de sua implantação. Como consta no texto do PDI, é desejável que o Plano não permaneça estático.
Confira o texto completo do Plano de Desenvolvimento Institucional 2022-2027.