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Indicadores do Censo 2010 para Juiz de Fora

JF tem 28 mil mulheres a mais do que homens

Segundo IBGE, população jovem, entre 15 e 29 anos, representa mais de um quarto dos juiz-foranos

A população feminina de Juiz de Fora supera a masculina em mais de 28 mil habitantes. De acordo com os primeiros dados definitivos do Censo Demográfico 2010, divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), dos 516.247 residentes na cidade, 272.223, ou 52,7%, são mulheres. Já os homem – 244.024 – representam 47,3% do total. Embora o resultado não seja considerado atípico por especialistas, a diferença de quase seis pontos percentuais na proporção entre os sexos está acima da relação do estado (50,5% de mulheres) e do país (51% do público feminino). A pesquisa aponta, ainda, que mais de um quarto dos moradores do município têm entre 15 e 29 anos.

A demógrafa do IBGE Luciene Longo observa que, embora nasçam mais homens, a mortalidade superior do sexo masculino já nas primeiras idades contribui para que o percentual de mulheres se sobreponha rapidamente. A especialista aponta que, a partir dos 20 anos, elas já são maioria em Juiz de Fora. Luciene explica que o panorama é característico de grandes centros, nos quais a população masculina está mais sujeita a mortes violentas, principalmente entre os jovens. “O Estado do Rio de Janeiro, por exemplo, é o que tem a maior proporção de mulheres no Brasil, sendo que, na capital, a razão é de 90 homens para cada cem mulheres”, exemplifica. A relação, de 1,11 mulheres para cada homem, é a mesma que em Juiz de Fora.

Outro fator que impacta o equilíbrio entre os sexos é a maior propensão dos homens à morte com o envelhecimento. Segundo a demógrafa, a partir dos 40 anos, a diferença percentual entre a população masculina e feminina começa a aumentar. “Na faixa entre 75 e 79 anos, por exemplo, temos 61% de mulheres, já mostrando que elas são a grande maioria nas idades mais avançadas”, comenta. Para o professor de Geografia da População e Demografia da UFJF Luiz Fernando Soares de Castro, os dados locais, em sintonia com os brasileiros, também são decorrentes da maior expectativa de vida feminina e da maior exposição dos homens a fatores externos, como acidentes e homicídios. “Esta superioridade implica em maior disponibilidade de mão de obra feminina, perceptível em determinados setores da economia.”

País dos jovens

De acordo com Luciene Longo, a concentração de habitantes entre 15 e 29 anos não é um fenômeno juiz-forano, mas característica do momento atual do país. “Há 20 anos, a base da pirâmide etária brasileira era mais larga. Essas pessoas que, hoje, têm até 35 anos, eram essa base, que foi subindo, à medida em que as taxas de fecundidade foram caindo, e estreitando a parte inferior”, explica. “Durante algum tempo, ainda teremos essa formatação populacional, até que esse grupo chegue à terceira idade, e a pirâmide se inverta”, completa. “Confirmadas as tendências esperadas de mortalidade e fecundidade, a população do Brasil deve continuar envelhecendo. A participação de pessoas com idade entre 15 e 64 anos, que compõem a parcela de população em idade ativa, tende a aumentar, contribuindo para o bônus demográfico, isto é, mão de obra disponível para incorporar-se ao mercado de trabalho”, explica Soares de Castro.

http://www.tribunademinas.com.br/cidade/jf-tem-28-mil-mulheres-a-mais-do-que-homens-1.457553