Lavar bem as mãos, com água e sabão, é um ato simples que pode salvar vidas. Como já dizia a música, escrita pelo compositor Arnaldo Antunes, e que embalou a infância de milhares de crianças que acompanhavam o saudoso programa infantil Castelo Rá-Tim-Bum: “a doença vai embora junto com a sujeira. Verme, bactéria, mando embora embaixo da torneira”. Com aspecto lúdico, a mensagem da canção é clara: é preciso lavar as mãos para evitar a propagação de doenças. Essa conscientização também é um dos objetivos do projeto de extensão da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), “Mãos limpas previnem infecções na infância: ensinando higienização das mãos nas escolas”.
A iniciativa, coordenada pelo professor da Faculdade de Enfermagem, André Luiz Alvim, visita escolas municipais de Juiz de Fora e reflete, juntamente a alunos, professores e funcionários, como a boa higienização das mãos pode evitar doenças, por exemplo, a pneumonia, a diarreia e as infecções respiratórias.
Além de atuar em escolas, a ideia é envolver a comunidade local, fazendo campanhas de conscientização. “A higiene das mãos é considerada mundialmente como a única medida eficaz, simples, de baixo custo e racional para prevenir a transmissão de doenças e microrganismos, em especial, no período da infância. No entanto, torná-la um hábito nas escolas continua sendo um grande desafio”, explica Alvim.
Dados alarmantes
Como explica Alvim, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), alguns dados sobre a saúde infantil são alarmantes. “No mundo, cerca de dois milhões de crianças, abaixo de cinco anos, morrem todo ano de diarreia e pneumonia. A pneumonia mata mais do que Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), malária e sarampo, juntos. Dessa forma, uma maneira de evitar essas mortes é com o uso do sabão. A higienização das mãos é uma medida simples e eficaz para prevenção de doenças da comunidade.”
Além disso, o coordenador do projeto ainda apresenta outros fatores, como, o fato de a pneumonia ser uma doença que afeta crianças e provoca diversas hospitalizações anualmente e a diarreia, um agravo relacionado a pobreza que mata milhões de crianças. “Ambas, principalmente, são atribuídas aos países em desenvolvimento. Outro grave problema de saúde pública: as infecções respiratórias que acontecem em períodos sazonais, como outono e inverno. Todas essas alterações podem ser evitadas por meio da higienização das mãos.”
Diante deste cenário, a higiene das mãos é considerada mundialmente como a única medida eficaz, de baixo custo e racional para prevenir a transmissão de doenças e microrganismos. No entanto, torná-la um hábito na população em geral, em especial, nas escolas continua sendo um grande desafio.
“A literatura mostra que higienizar as mãos adequadamente previne 30% das diarreias, 20% das pneumonias e outras doenças respiratórias. Apesar desta constatação, em países em desenvolvimento, de acordo com as informações do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), menos da metade das escolas primárias têm acesso à água segura e educação em saúde para a higiene”, alerta Alvim.
Dia internacional da higienização das mãos
No dia 5 de maio é comemorado o “dia internacional da higienização das mãos”. A prática foi instituída em 1847 e, desde então, enfrenta vários desafios. Na data, o projeto extensionista fará uma ação na Escola Municipal Tancredo Neves, disseminando o tema para toda a comunidade escolar.
“Vamos celebrar esse dia ensinando para as crianças, de modo a torná-las cidadãos conscientes de seu papel no contexto da prevenção das infecções e redução de agravos em saúde”, afirma o professor da Faculdade de Enfermagem. “Acreditamos que incentivar o protagonismo de crianças e professores das diversas escolas de Juiz de Fora promoverá a quebra de paradigmas em relação à higienização das mãos, que ainda é considerada um desafio global para saúde pública”, finaliza.
Aprendizado dentro e fora das salas de aula
Muito se engana quem acredita que o aprendizado é apenas para os integrantes das comunidades escolares juiz-foranas. O estudante do curso de Enfermagem, Bruno Henrique Ataide da Trindade, é um dos bolsistas do projeto de extensão. De acordo com o aluno, a iniciativa promove um grande aprendizado durante sua carreira acadêmica de forma que, permite desenvolver a habilidade de educação continuada em saúde com crianças.
“Essa é uma parte da população que eu ainda sinto dificuldade em comunicar e passar o aprendizado. Porém, o curso de Enfermagem exige isso do estudante. É preciso que tenhamos a capacidade de falar com qualquer público. Falar do tema de Higiene das Mãos está sendo bem produtivo, pois é um tema que nos cerca durante todo curso e está sendo de grande ganho poder lidar com isso de forma mais didática e lúdica”, afirma Trindade.
Apesar dos desafios em trabalhar com crianças, Trindade sente que o aprendizado é muito gratificante, pois as atividades planejadas, muitas vezes, tomam rumos diferentes. “As crianças sempre têm muitas contribuições a fazer sobre o tema e temos sempre que nos adaptar à realidade delas. Não existe público melhor para propagar o conhecimento que o infantil. Ao ensinar para elas, estamos transmitindo também para seus colegas e seus familiares, contribuindo com a comunidade no geral”, finaliza o estudante.
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