Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Educação
Data: 16/09/2020
Título: “UFJF lança 3° reclassificação de Sisu e Pism”
Candidatos convocados devem efetuar pré-matrícula on-line até domingo (20)
A Coordenadoria de Assuntos e Registros Acadêmicos (Cdara), da UFJF, divulgou nesta quarta-feira (16) os editais referentes a 3ª Reclassificação do Sistema de Seleção Unificada (Sisu 2020.2) e do Processo de Ingresso Seletivo Misto (Pism 2020). Foram chamados ao todo 290 reclassificados, para ingressar no segundo semestre de 2020.
Além da pré-matrícula, os candidatos convocados precisam se atentar às orientações referentes à documentação para as matrículas do Sisu e do Pism, que estão disponíveis no site da Cdara. Ambas as etapas de pré-matrícula on-line e a entrega da documentação são obrigatórias para a validação da matrícula. Caso não sejam realizadas, a vaga será perdida.
Se houver ocorrência de erro na realização da pré-matrícula, o candidato deve enviar um e-mail para cdara@ufjf.edu.br até este domingo (20). Após o período estabelecido pelo edital, a matrícula não poderá ser realizada.
A pré-matrícula on-line do Sisu está disponível no link . Enquanto a do Pism se encontra no endereço . Outras informações disponíveis pelo site www.ufjf.br ou (32) 2102-3970.
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Veículo: Brasil Escola
Editoria: Educação
Data: 16/09/2020
Título: “UFJF (MG) divulga datas de aplicação do Pism 2021”
Seletiva será realizada em dois dias e será dividida por módulos. Edital ainda não foi liberado.
A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), em Minas Gerais, divulgou na última semana as datas para a aplicação das provas do Programa de Ingresso Seletivo Misto (Pism) 2021.
Ficou definido que os exames dos candidatos para os Módulos II e III serão aplicados nos dias 27 e 28 de fevereiro de 2021. Para os inscritos no Módulo I as provas serão nos dias 13 e 14 de março.
Apesar da divulgação das datas a instituição também informou que a aplicação dependerá do cenário da pandemia do coronavírus e, se necessário, as datas podem ser modificadas. Por enquanto as demais datas da seleção ainda não foram liberadas.
De acordo com a UFJF o edital está sendo preparado e irá incluir mudanças na seletiva para que todas as medidas de prevenção sejam aplicadas, garantindo a segurança no dia das provas.
O Pism é uma avaliação seriada e as provas costumavam ser aplicadas no mesmo dia para todos os módulos. Anualmente cerca de 40 mil estudantes, das três séries do Ensino Médio, fazem as provas do Pism e, por isso, a instituição decidiu dividir os dias da aplicação, diminuindo o fluxo de pessoas.
Para mais informações acesse o Site da UFJF.
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Veículo: G1 Zona da Mata
Editoria: Educação
Data: 16/09/2020
Título: “UFJF divulga editais de reclassificação de Sisu e Pism para o segundo semestre de 2020”
Os candidatos convocados devem realizar a pré-matrícula on-line até as 23h59 de domingo (20).
A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) publicou nesta quarta-feira (16) os editais da 3ª Reclassificação do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e do Processo de Ingresso Seletivo Misto (Pism), ambos para ingresso no segundo semestre de 2020.
De acordo com a Coordenadoria de Assuntos e Registros Acadêmicos (Cdara) da UFJF, foram convocados 262 candidatos pelo Sisu e 28 pelo Pism, um total de 290 reclassificados. Os candidatos convocados devem realizar a pré-matrícula on-line até as 23h59 de domingo (20).
As informações sobre as documentações necessárias para as matrículas no Sisu e no Pism e estão disponíveis no site do Cdara. A pré-matrícula on-line e a entrega da documentação são fases obrigatórias da matrícula na UFJF e a não realização implica em perda da vaga.
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Concurso
Data: 16/09/2020
Título: “Ebserh convoca médicos para atendimento no HU-UFJF”
A Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) deu início as convocações dos aprovados no concurso público nº 1/2019. Serão chamados mais de 500 candidatos que irão atuar em diferentes hospitais da rede no país. Para o Hospital Universitário da UFJF, até o momento, foram convocados quatro médicos das áreas de hematologia e hemoterapia, medicina intensiva, oftalmologia e urologia, conforme informações da assessoria.
O resultado final do concurso foi publicado dia 29 de abril. Os editais com a classificação final podem ser conferidos nos sites da Rede Ebserh (www.ebserh.gov.b) e do Instituto IBFC.
Ainda está em vigor a decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 10º Região que determina a prioridade nas convocações de pessoas com deficiência (PCD) a fim de que a Ebserh cumpra a cota mínima legal. No caso dos cargos em que não há PCDs aprovados, a rede pode convocar candidatos das listas de ampla concorrência, negros e pardos (PNP).
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Veículo: G1 Zona da Mata
Editoria: Cidade
Data: 17/09/2020
Título: “UFJF e Bombeiros firmam parceria para uso de tecnologia em mapeamento de áreas de risco”
Aplicativo ‘Álea’ vai ajudar no enfrentamento de desastres ambientais e no desenvolvimento de ações de proteção e defesa civil.
Um acordo firmado entre a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais (CBMMG) vai garantir uma melhoria dos trabalhos de prevenção e preparação dos municípios no enfrentamento de desastres ambientais e no desenvolvimento de ações de proteção e defesa civil.
A parceria foi feita por meio de um contrato de licenciamento de tecnologia desenvolvida por pesquisadores da UFJF, por meio do Centro Regional de Inovação e Transferência de Tecnologia (Critt) da Universidade Federal de Juiz de Fora.
Com o uso do aplicativo “Álea”, desenvolvido pelo Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) da UFJF, será possível garantir o mapeamento das áreas de risco em Minas Gerais, com uma tecnologia que permite agrupar e atualizar informações das áreas de riscos de forma padronizada, onde o benefício para a comunidade geral é uma ferramenta para a promoção das ações de Proteção e Defesa Civil que poderá ser usada pelos agentes públicos.
Para a responsável pelo Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) da UFJF, Ana Carolina Vidon, a transferência desta tecnologia é um exemplo de como a pesquisa desenvolvida no campo acadêmico pode contribuir com a sociedade externa.
Segundo ela, o objetivo é “promover a troca de conhecimento entre o Corpo de Bombeiros e a UFJF, permitindo a capacitação de Defesas Civis Municipais e Bombeiros Militares de todo o Estado, por meio o uso do aplicativo, bem como será possível fortalecer a base de dados do programa”.
Conforme o professor Jordan Henrique de Souza, coordenador do projeto e pesquisador da Faculdade de Engenharia, “é importante destacar que não só o aplicativo foi desenvolvido, mas três capacitações para a comunidade em geral, com aproximadamente 1500 inscritos à nível nacional, foram desenvolvidas, abordando o uso do aplicativo assim como os conceitos relacionados aos riscos geológicos e hidrológicos”.
Sobre a tecnologia licenciada
O aplicativo Álea foi criado, em 2017, após a realização de um projeto de extensão. De acordo com o coordenador, ideia do projeto “surgiu da necessidade de ter uma ferramenta institucional para mapear e promover a governança de informações de áreas de riscos de acesso multiagência nas etapas de prevenção, mitigação, preparação, resposta e recuperação voltadas à proteção e defesa civil”.
A tecnologia cria uma base cartográfica de informações de 144 municípios que possuem riscos como quedas de encostas e inundações. Ele ainda relata que, atualmente, os desenvolvedores estão promovendo a ampliação da cobertura para todas as cidades mineiras.
O programador do aplicativo e professor do Departamento de Ciência da Computação, Marcelo Caniato Renhe, explicou que o Álea permite ao usuário delimitar áreas de risco e inserir informações relativas à área cadastrada.
“O usuário visualiza a região em um mapa, especifica a forma do polígono e, em seguida, insere uma série de informações em um formulário de caracterização da área de risco. O aplicativo ainda oferece um conjunto de mapas auxiliares que podem ser visualizados durante o processo de mapeamento, auxiliando o usuário na identificação das características da área”, esclareceu.
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Veículo: G1 Zona da Mata
Editoria: Educação
Data: 17/09/2020
Título: “Com aulas remotas, UFJF retoma semestre letivo na próxima semana”
Alunos de 72 cursos de graduação vão participar do ensino remoto emergencial. A suspensão das aulas presenciais está prevista até o dia 27 de novembro.
Após seis meses de suspensão, a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) retoma o primeiro semestre letivo de 2020 na próxima segunda-feira (21). As aulas dos 72 cursos de graduação serão dadas por meio do ensino remoto emergencial.
As aulas presenciais estão suspensas na instituição desde o mês de março, por causa da pandemia do novo coronavírus. O período de matrículas nas matérias do ensino remoto emergencial se encerrou nesta quarta-feira (16).
As aulas serão ministradas pelas plataformas Google ou Moodle, em conferências que poderão ser acompanhadas ao vivo ou assistidas em outros horários. Segundo a instituição, e-mails institucionais e senhas de acesso às plataformas foram criados para estudantes e professores.
“Há várias dinâmicas à disposição que podem ser oferecidas, que ficam a critério do docente e da escolha do material que ele pretende trabalhar. As avaliações também ficam a cargo do professor, seguindo a previsão do plano do curso encaminhada para os estudantes”, explicou a pró-reitora de Graduação da UFJF, Maria Carmem de Melo.
Para auxiliar no rendimento das aulas remotas, a UFJF preparou conteúdos nas redes sociais, com orientações sobre o uso de câmeras, microfones e demais equipamentos.
Começo e fim do semestre
De acordo com o calendário divulgado pela UFJF, não haverão atividades avaliativas na primeira quinzena de aulas, período reservado para o acolhimento dos estudantes e retomado do conteúdo.
“É o momento para o estudante trabalhar com a plataforma do docente e também de resgatar os conteúdos que foram trabalhados antes da suspensão das atividades. Não estão previstas avaliações rígidas, pois é um tempo para ajustes e todo mundo ficar mais tranquilo”, explicou a pró-reitora.
Segundo Maria Carmem, diversos problemas são esperados durante o período de adaptação, devido às mudanças em relação a didática tradicional. No entanto, a pró-reitora afirma que a instituição conta com “uma equipe grande de pessoas para dar suporte nas mais diversas áreas. Além disso, temos buscado oferecer capacitações on-line e tutoriais para os professores.”
O primeiro semestre letivo termina no dia 27 de novembro. A data também marca o período de suspensão das atividades presenciais na UFJF.
Já o segundo semestre letivo começa no dia 14 de dezembro e termina no dia 22 de março. Um recesso de fim de ano será realizado entre as datas.
Conselhos e comissões
Por causa da suspensão das aulas presenciais e a necessidade de aprovação de novo sistema, o Conselho Superior (Consu) da UFJF constituiu comissões para tratar da retomada das atividades, além de realizar o Diagnóstico das Condições de Acesso Digital.
As comissões criadas discutiram assuntos relacionados a atividades acadêmicas para o ensino superior e para a educação básica, a avaliação da necessidade de investimentos em questões de tecnologia e infraestrutura, questões de inclusão do segmento estudantil e questões de saúde e trabalho.
A aprovação do sistema foi divulgada no dia 13 de agosto, e o regulamento do ensino remoto emergencial foi lançado em seguida. Confira aqui os detalhes.
Além disso, foram lançadas ações de inclusão digital para alunos de graduação e pós-graduação, pela Pró-reitoria de Assistência Estudantil (Proae).
O reitor da UFJF, Marcus David, ressaltou que a retomada das aulas é resultado de meses de trabalho a avaliação.
“Estaremos iniciando uma atividade que é inédita pra vários membros da nossa comunidade universitária. Para alguns, será a primeira vez que praticaremos o ensino através de meios remotos. Dificuldades, obstáculos poderão surgir, mas com competência, dedicação e esforço que a nossa comunidade sempre demonstrou, temos a segurança de que a Universidade vai continuar caminhando no desenvolvimento das suas atividades acadêmicas, com a qualidade que sempre marcou as nossas ações”, afirmou.
Mais informações sobre o ensino remoto emergencial podem ser obtidas pelo site da UFJF ou pela Central de Atendimento, no número (32) 2102-3911 ou e-mail faleconosco@ufjf.edu.br.
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Veículo: FDR
Editoria: Saúde
Data: 19/09/2020
Link: https://fdr.com.br/2020/09/17/ufjf-cria-protocolo-sanitario-para-retorno-ao-campus/
Título: “UFJF cria protocolo sanitário para retorno ao campus”
As aulas presenciais ainda não voltaram no campus da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). No entanto, um protocolo de biossegurança foi criado visando a proteção da saúde de alunos e funcionários que precisarem ir até a instituição.
Em agosto a UFJF aprovou o ensino remoto emergencial, o ERE, ou seja, as aulas virtuais.
Mas, há aquelas pessoas que precisam frequentar a instituição, seja por não poder fazer trabalho remoto, seja aluno que precisa de acesso à internet. Esse Protocolo de biossegurança agora aprovado é destinado à essas pessoas.
Protocolo sanitário da UFJF
O texto é divido em partes, em cada uma delas é descrito uma medida que deve ser tomada pelas pessoas para garantir a saúde de casa.
Antes de sair de casa:
- Lavar bem as mãos e o rosto;
- Coloque a máscara de tecido;
- Evite tocar os olhos, o nariz, a boca e a máscara sem antes higienizar as mãos.
Deslocamento até a instituição:
- Ao tossir ou espirar, cobra o nariz e a boca com lenço ou com o braço, jamais com as mãos;
- Se não higienizar as mãos, não toque nos olhos, nariz, boca e máscara;
- Levar álcool em gel a 70%;
- Caso use transporte público, evitar encostar em superfícies, buscar manter distância de 2 metros de outras pessoas e ficar próximo às janelas, que deverão estar, idealmente, abertas.
Ao chegar à UFJF:
- Realize a higienização completa das mãos com água e sabão ou com álcool em gel a 70%.
Medidas adotadas pela Universidade
Esse mesmo documento afirma que a instituição fará marcas no chão para garantir o distanciamento social, também instrui a manter, pelo menos, 1,5 metros de distância entre as pessoas.
Outra medida é a descontaminação constante dos espaços em que as pessoas frequentam. Assim, os funcionários, por exemplo, do setor administrativo estão sendo instruídos quanto às condutas de distanciamento social, bem como quanto ao protocolo de higienização das bancadas após cada atendimento.
Os bebedouros estão sendo adaptados para que ninguém possa beber diretamente neles, mas apenas em garrafas ou copos. A UFJF também orienta quanto a necessidade de fazer a higienização das mãos antes e depois de fazer uso dos bebedouros.
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Cultura
Data: 17/09/2020
Título: “Curta de aluna da UFJF participa de festivais nacionais e internacionais”
“Vida dentro de um melão”, de Helena Frade, foi criado a partir de registros familiares
As memórias, afetos e saudades que carregamos dos momentos em família são tesouros imateriais, mesmo que ainda possamos registrar momentos especiais em fotografias, vídeos. Mas a maior parte do passado fica nas lembranças, nos registros orais, e sorte de quem tem sensibilidade para transformar isso em música, livro, teatro, dança, pintura… cinema. A estudante do IAD Helena Frade se valeu de registros audiovisuais de sua família feitos na infância e adolescência para o premiado “Vida em um melão”, curta que mistura documentário e ficção e será uma das atrações da Mostra Competitiva Regional do 4º CineBaru, que terá sua edição on-line entre os próximos dias 23 e 27. A produção também foi selecionada para participar, em novembro, do 15º Festival ComuniCurtas, na Paraíba, e no 10º Circuito Penedo de Cinema/10º Festival de Cinema Universitário de Alagoas.
O curta-metragem já possui uma trajetória em vários festivais, incluindo o 3º Festival de Cinema de Rua de Remígio (Paraíba); 15º Festival Taguatinga de Cinema (Distrito Federal); 12th International Inter-University Short Film Festival (IIUSFF), em Bangladesh; 4º Festival Ecrã (Rio de Janeiro); 2º Festival de Cinema no Meio do Mundo – FESTCIMM Garanhuns (Pernambuco). A resposta da crítica e público pode ser vista nas conquistas até o momento: Prêmio Seu Zé (Remígio); prêmio de Melhor Direção de Arte (Remígio); prêmio ComuniCurtas 15 anos, Melhor Som, Trilha Sonora e Direção de Arte, além de Menção Honrosa da Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Norte (FESTCIMM).
Equipe com mais de 20 pessoas
“Vida dentro de um melão” foi realizado por Helena como Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) do bacharelado de cinema e audiovisual da UFJF, com supervisão de Alessandra Brum, e teve na equipe de produção alunos de vários cursos da instituição, como cinema, moda, artes visuais e design.
“Este filme só foi realizado porque tive o suporte do curso de cinema e audiovisual, do IAD, professores e demais funcionários e das amigas do curso. Nós filmamos a animação com uma câmera profissional disponível no Estúdio Almeida Fleming para uso dos alunos do curso. Se eu fosse alugar estes mesmos equipamentos em alguma produtora/locadora, por exemplo, dentro das limitações do orçamento do filme, não conseguiríamos pagar. É questão de importância política e social significativa ter acesso a equipamentos profissionais de filmagem e de edição como temos em uma universidade pública”, ressalva.
“Trabalhamos com uma equipe consideravelmente grande para o padrão de um filme universitário. Éramos ao todo 24 estudantes de vários cursos”, continua. “Todas as pessoas se envolveram e abraçaram o filme com muita dedicação, profissionalismo e carinho, na base da amizade e da confiança. Outro exemplo muito importante foi o fato de o Pedro Baapz, que assina o som do filme junto à Stella Maria Flor, ter cedido o estúdio Mixirica Recs como espaço para desenvolvermos as gravações sonoras do curta-metragem. Um salve para essa galera toda.”
Relíquias de família
Entre os motivos para uma equipe tão grande está a decisão de usar as fotografias e vídeos feitos por ela na época que moravam na mesma casa a própria Helena, os pais, a irmã e os avós, mescladas à animação que transforma a obra não apenas em uma homenagem à família, mas transforma o curta com um visual onírico e de fantasia e poesia.
“Ter passado um período da adolescência/juventude filmando e fotografando minha família foi um privilégio. A princípio eu nem cogitava a possibilidade de usar esses registros em um filme, era mais uma experimentação com a câmera. Só resolvi fazer o curta-metragem utilizando estas imagens durante a graduação em cinema e audiovisual quando conheci alguns trabalhos e artistas que me chamaram a atenção para a possibilidade de fazer cinema a partir de registros caseiros e imagens já existentes. Depois disso, voltei o meu olhar para as coisas que havia filmado até então e comecei a pensar e a desenvolver o filme tomando como partida estas imagens”, explica.
Nostalgia e “pirações”
Ainda de acordo com a jovem cineasta, o exercício de filmar a família sempre guardou um quê de estranheza, pois muitas vezes imaginava que o registro mais recente poderia ser o último dos avós. Por isso, escolher as imagens tornou-se um desafio de edição e montagem. “Quando assistia (às filmagens), meus sentimentos eram revirados de uma forma nostálgica muito forte. Além disso, eu tinha anos de registro, mas não queria que totalizassem mais de 5 minutos de tela, com medo de que ficasse cansativo. Como montadora, a estratégia que utilizei para abarcar um pouco mais de filmagem foi utilizá-las de forma acelerada, o que se desdobrou como uma proposição metafórica sobre a ação do tempo em nossas vidas e sobre a fugacidade das memórias”, filosofa.
“Tentei fazer uma curadoria cuidadosa, ciente da responsabilidade que envolveria a exposição dos meus familiares. Ainda durante essa etapa, deparei com diálogos bem interessantes que não recordava de ter filmado. Em alguns vídeos havia umas ‘pirações’ coletivas, umas viagens sobre disco voador, que optei por usar em sobreposição a outras imagens.”
Sobre o uso de bonecos/marionetes, ela cita a influência do filme “Branco sai, preto fica”, de Adirley Queirós, que tem uma cena em que aparece um cartaz com os seguintes dizeres: “Da nossa memória fabulamos nóis (sic) mesmos”. “‘Vida dentro de um melão’ surge muito dessa proposta de fabulação sobre algumas memórias e de inventar novos significados e outros mundos a partir de imagens já existentes. Nasce também da necessidade de me conectar com um cinema de invenção e de afeto. Era importante para mim que fosse uma realização possível, dentro da nossa limitação de orçamento”, afirma.
Foi a partir dessas questões que surgiu a ideia de assumir e incorporar o que ela chama de “o tosco e o precário” como forma de propor uma subversão destes códigos, usando essas estratégias como força estética. “É um pouco por isso que o filme assume umas estranhezas, através de uma estética cuidadosamente artesanal, desde a dublagem imitando a voz de meus familiares com bordões um tanto quanto caricatos, à despreocupação em mostrar os fios de nylon que movimentam os personagens. Ainda que o filme tenha aspectos oníricos e utilize estratégias características da ficção, gosto de pensá-lo como documentário até para puxar o tapete da igrejinha desse gênero cinematográfico.”
“Rito de passagem”
Se a proposta de “tosco e precário” + a duração do curta (17 minutos) podem dar a ideia de que o projeto foi de rápida e fácil execução, Helena Frade deixa claro que não. Segundo ela, foram dois anos de muito trabalho, pensando nas etapas de produção, em tornar o filme realizável e ainda ter que lidar com as cargas emocional e afetiva. “Olhando hoje, me parece que em certa medida o curta-metragem foi quase um rito de passagem, uma forma pessoal de lidar com o luto e com algumas transformações próprias da vida. É um retornar para casa, mas é também um voar para outros mundos, sozinha e acompanhada ao mesmo tempo”, reflete.
Dentre os detalhes que justificam o longo prazo de produção, Helena conta que os cômodos e cenários são praticamente uma réplica da casa original, em que a diretora de arte Ana Paula Romero lidou com todas as proporções originais das maquetes. Detalhes que passariam despercebidos a quem nunca frequentou o imóvel, como os descascados nas paredes, foram reproduzidos, assim como as plantas e desgastes dos móveis, além das camadas de tecidos.
“Isso fica perceptível quando uma cena de filmagem caseira é complementada por uma cena de animação, e vice-versa. Às vezes esses dois tipos de imagens podem até se confrontar, mas em sua maioria, elas se complementam. Acredito que a poetização e as livres distorções através da animação não deixam o filme menos verdadeiro ou menos relacionado a um real. A animação e as imagens de arquivo são só estratégias diferentes para falar das mesmas coisas: as memórias daqueles tempos, do cotidiano em família, da vida vivida com aquelas pessoas, a partir do meu olhar e subjetividade”, argumenta.
“Tem umas partes do filme que são engraçadinhas, principalmente quando defino cada um deles a partir de bordões caricatos, mas ao mesmo tempo tem instantes que são um pouco mais duros de engolir. Foi curioso porque eles mesmos se identificaram com algumas escolhas depois de assistirem. Confesso que durante o processo achei perigoso ‘traduzi-los’ através de pequenas frases e gestos, até porque não é possível resumir alguém assim. Mas o filme assume essas brincadeiras íntimas, essas implicâncias, através destes recortes.”
Ela cita o exemplo da avó, que assistiu ao curta duas vezes. “Ela relatou que se ver na tela com imagens da família reunida deu muita saudade. Eu, minha mãe, meu pai e minha irmã já perdemos a conta de quantas vezes assistimos. Não tem uma vez que meu pai não chora. É um filme de afeto, que mexe bastante com as nossas emoções.”
Reconhecimento de público e crítica
A recompensa para tanto trabalho, além da questão afetiva/familiar, está no feedback obtido entre público e crítica nos festivais dos quais “Vida em um melão” já participou. Helena confessa que um de seus medos era que o filme, por se tratar de um tema tão pessoal, fizesse sentido apenas para seus familiares, mas que a recepção e retorno do público têm sido positivos. “Ele causa uma certa identificação por parte de algumas pessoas, porque acaba tocando em determinadas questões mais ou menos universais, como o cotidiano, a memória, a família e o mundo que parece inconcebível sem alguém que a gente ama. Saber que o filme interessa a outras pessoas importa muito para mim”, comemora.
“Fico muito feliz de ter a oportunidade de exibir o filme publicamente, estar participando de debates, ouvindo e conversando sobre o curta-metragem com outras pessoas”, prossegue. “Gosto de pensar como o filme está sempre em construção, se alimentando de novas histórias a cada vez que o exibimos. Outro dia recebi um e-mail de uma pessoa que assistiu ao filme e me escreveu suas impressões. No fim, tinha uma poesia que ela fez inspirada em uma parte do filme. Esse gesto mexeu bastante comigo. É gratificante receber um retorno, seja ele acompanhado de críticas negativas ou positivas; o interessante é o filme estar em movimento, sendo pensado e discutido por diferentes olhares e perspectivas.”
Enquanto “Vida dentro de um melão” prossegue o caminho bem-sucedido em festivais, Helena Frade tem aproveitado a pandemia para trabalhar com as possibilidades de experimentações em montagem audiovisual e de fazer cinema a partir de imagens já produzidas.”Mas venho nutrindo essa prática como uma forma de exercício mesmo, sem maiores ambições, pelo menos a princípio. Estudo no mestrado em artes, cultura e linguagens da UFJF e estou desenvolvendo uma pesquisa teórica na linha de cinema e audiovisual, o que tem sido meu foco principal e maior empolgação no momento. Desejo muito fazer outros filmes, e tenho algumas ideias relacionadas à animação que pretendo amadurecer para realizar no futuro, se for possível. Por enquanto, estas propostas estão no campo da intenção, soltas em papéis.”
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Veículo: Correio Braziliense
Editoria: Economia
Data: 18/09/2020
Título: “Andifes prevê que novos cortes do orçamento podem parar federais”
A advertência foi feita em coletiva, na tarde desta sexta-feira (18), pelos representantes dos dirigentes das instituições federais de ensino; Eles também cobraram respeito pela autonomia das universidades
Em coletiva, na tarde desta sexta-feira (18), representantes da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) comentaram a nomeação de reitores das universidades federais que contrariam a escolha popular e a redução no orçamento de 2021. No encontro, foi ressaltada a importância do respeito à autonomia das universidades na escolha dos reitores e levantada a possibilidade de algumas universidades terem o funcionamento comprometido em razão da diminuição de verbas no próximo ano.
O encontro foi pautado na discussão do Conselho Pleno da Andifes, que se reuniu hoje mais cedo. Entre os presentes, estavam o reitor da Universidade Federal de Goiás (UFG) e diretor executivo da Andifes, Edward Madureira Brasil; o reitor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e vice-presidente da Andifes, Marcus Vinicius David; a reitora da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), Joana Angélica Guimarães da Luz; o reitor da Universidade Federal do Tocantins (UFT), Luís Eduardo Bovolato; e o reitor da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Paulo Afonso Burmann.
A questão orçamentária
Tomou lugar na reunião a discussão da situação orçamentária de 2021 que reduz em 17,5% o orçamento para as despesas discricionárias, o que inviabiliza o funcionamento das universidades. O reitor da UFJF e vice-presidente da Andifes, Marcus Vinicius David, ressaltou que os danos se estendem para toda a educação. Ele destaca que a Andifes já está atuando junto a parlamentares para tentar reverter a situação. “A proposta de lei orçamentária que foi enviada para o Congresso Nacional e que trás esse grande corte, principalmente nas despesas discricionárias das universidades, é um comprometimento do funcionamento dessas instituições.”
Segundo Edward Madureira, as verbas já está há três anos sem reajuste, o que leva a um orçamento que caminha de forma decrescente. Ele aponta que os cortes podem não só deixar as instituições com despesas em aberto, mas também comprometer o funcionamento de alguns serviços essenciais.
“No ano de 2021, onde ainda estaremos vivendo sob impacto da pandemia, as nossas despesas tendem a crescer muito mais do que crescem naturalmente de um ano para outro”, afirma. “Caso a gente não reverta isso, certamente nós teremos interrupção de serviços essenciais. Uma vez interrompidos, significa a interrupção de atividades (das universidades)”, alerta Edward.
Além disso, o reitor Marcus Vinicius David reforça que a política de austeridade não é algo recente, mas uma política que se estende desde 2014. “Sucessivamente, nós estamos alternando uma situação de congelamento de orçamento, corte de orçamento e, quando temos aumento, foram coisas muito pontuais e específicas”, afirma. “Tem uma regra econômica que fala que, quando você tem um período muito longo de austeridade, a estrutura pública não aguenta por muito tempo. É o que as universidades estão sentindo hoje”, destaca.
Respeito ao voto
O diretor-executivo da associação Edward Madureira reforçou a posição da Andifes em defesa da nomeação do primeiro colocado da lista tríplice enviada ao ministério da Educação (MEC). Ele lembrou que o artigo nº 207 da Constituição Federal estipula a autonomia universitária e que o exercício dela já é uma prática em toda vida universitária das instituições. “Por esse motivo, cada universidade, dentro dessa autonomia, também regulamenta e define o processo de escolha dos seus dirigentes”, destaca.
Edward lembra que há cerca de 30 anos a vontade da comunidade universitária representada nas urnas e a lista tríplice definida nos conselhos universitários vinham sendo respeitadas na nomeação feita pelo MEC. O diretor executivo afirma, porém, que a realidade mudou. “Nesse período do ano passado para cá, isso deixou de ser um prática corriqueira e temos pessoas com percentual de representatividade na comunidade universitária muito baixo sendo nomeados como reitor”, pondera.
O diretor executivo destaque que essa é uma situação que acarreta um problema de legitimidade nas novas gestões. “Uma pessoa que não participou desse processo, ou que participou e teve o seu projeto rejeitado, ela não tem legitimidade perante essa comunidade (universitária)”, pontua. “É um risco grande de estagnação da universidade, um risco de conflitos internos, e isso leva, sem dúvida, a uma dificuldade de gestão.”
“Quando a Andifes reafirma sua posição de defesa da nomeação do primeiro colocado da lista, do que foi vencedor na consulta à comunidade, não está fazendo juízo de valor se o segundo ou terceiro colocado têm ou não capacidade de gestão, mas apenas reafirmando a posição de defesa e do respeito à vontade da comunidade acadêmica”, reforça a reitora da UFSB, Joana Angélica Guimarães.
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Veículo: G1 Zona da Mata
Editoria:
Data: 18/09/2020
Título: “Microrregião de Juiz de Fora concentra maior número de casos e óbitos por Covid-19 na Zona da Mata, aponta nota técnica da UFJF”
Levantamento do Grupo de Modelagem Epidemiológica também apontou que a macrorregião Sudeste registrou mais de 2.100 internações pela doença, desde o início da pandemia de coronavírus.
A 11ª nota técnica realizada Grupo de Modelagem Epidemiológica da Covid-19, composto por pesquisadores da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), foi divulgada nesta quinta-feira (17) e mostrou que a microrregião de Juiz de Fora registrou mais casos e óbitos pelo coronavírus na macrorregião Sudeste desde o início da pandemia.
Segundo os pesquisadores, nesta nota foram avaliadas as distribuições temporal e espacial dos casos e óbitos confirmados e internações no Sistema Único de Saúde até o dia 12 de setembro, bem como as taxas de incidência e mortalidade da doença.
Macrorregião teve mais 2 mil internações por Covid-19
Segundo a nota técnica, no período de 5 de abril a 12 de setembro, foram registradas 2.129 internações por Covid-19 no SUS Fácil Minas Gerais na macrorregião Sudeste, de residentes na macrorregião.
Cerca de 52% dos pacientes eram maiores de 60 anos e 52,2% do sexo masculino, 18% dos pacientes morreram durante a internação neste período. As microrregiões com maior número de internações foram Juiz de Fora (37,3%), Leopoldina/Cataguases (16,1%) e Muriaé (14,1%).
De acordo com pesquisador Mário Círio Nogueira, um dos autores do documento, não se observou uma redução nas internações no setor público na macrorregião Sudeste e na maioria de suas microrregiões. “As redes regionais de saúde têm funcionado, pois a grande maioria das internações ocorreram dentro da microrregião de residência do paciente, evitando assim grandes deslocamentos”, esclarece.
O documento ressalta que um dos critérios da Organização Mundial de Saúde (OMS) para que se considere a pandemia sob controle é um constante declínio no número de hospitalizações por Covid-19, tanto em leitos de enfermaria quanto de UTI por um período de 2 semanas.
Isso não foi observado para a macrorregião Sudeste e para a maioria das microrregiões. Juiz de Fora, por exemplo, teve aumento de internações por 4 semanas antes de ter pequena diminuição na última semana.
Juiz de Fora é a microrregião com maior número de casos e óbitos
A macrorregião de saúde Sudeste teve taxa de crescimento no período mais recente menor que Minas Gerais e maior que o Brasil e todos os três tiveram uma desaceleração no crescimento comparado há 3 semanas.
As microrregiões de saúde da macro Sudeste com maiores taxas de crescimento no período mais recente foram Ubá, Carangola e Santos Dumont (superior à taxa do estado).
“A maioria dos casos e óbitos continuam ocorrendo nos municípios maiores, que são polos regionais de saúde, como Juiz de Fora, Ubá, Muriaé e outros. A microrregião com maior número de casos e óbitos ainda é Juiz de Fora”, observou Nogueira.
A nota ressalta que nenhuma microrregião esteve, durante as duas últimas semanas, com o Número Reprodutivo Efetivo (Rt) abaixo de 1, que seria mais um dos critérios da OMS para considerar a epidemia controlada.
Para verificar o comportamento da pandemia nos municípios do interior, os pesquisadores agruparam em “polo” e “outros”.
Os polos são as maiores cidades, são as referências regionais para a atenção secundária e terciária do sistema de saúde. Apenas na última semana houve um aumento na proporção de casos no “interior”, o mesmo não ocorrendo com os óbitos. Tanto os casos quanto os óbitos continuam mais concentrados nas grandes cidades da região.
Grupo de Pesquisa
O grupo de modelagem epidemiológica da Covid-19, formado por pesquisadores da UFJF, utiliza dados de diversas fontes oficiais sobre a pandemia no município de Juiz de Fora e na macrorregião Sudeste de Minas Gerais.
O objetivo maior é auxiliar nos planos de contingenciamento de leitos, profissionais e equipamentos de saúde no decorrer do crescimento da infecção.
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Veículo: Correio Braziliense
Editoria: Opinião
Data: 18/09/2020
Link: https://www.correiobraziliense.com.br/opiniao/2020/09/4876423-inteligencia-versus-crime.html
Título: “Currículo respeitável e trajetórias negras”
A sociedade brasileira sempre destinou lugar de subalternidade à mulher negra. É esperado que ela esteja em situação vulnerável e excluída dos postos profissionais mais valorizados. Herança contundente da escravidão, mulheres negras são corpos sem mente, destituídos de sentimento e discriminados. A elas são atribuídas a procriação, a nutrição dos filhos alheios e a satisfação sexual à lascívia dos senhores.
O contrato social estabelecido, que é sobretudo de raça e gênero, de forma nem sempre velada reserva às negras os degraus inferiores da sociedade. Só lhes é permitido ocupar espaços de servidão, evidenciando uma divisão racial do trabalho (vide dados do emprego doméstico no Brasil).
Nessa divisão, mulheres negras definitivamente não são acadêmicas e, quando conseguem romper as barreiras raciais, com frequência, são lembradas de que estão fora do lugar. Seus currículos são conferidos, averiguados e questionados por descrentes negros e brancos, homens e mulheres. E a indignação é, perversamente, verbalizada na expressão “um currículo respeitável”.
Desde o pós-escravidão no Brasil, as discriminações raciais têm atuado como eixos estruturantes dos padrões de exclusão social e relegaram a população negra à marginalidade do projeto de estruturação social, produziram abismo socioeducacional e, por consequência, reflexos no universo acadêmico.
A educação, um dos direitos fundamentais da humanidade, compreende uma das mais importantes áreas de mobilidade social. No entanto, é de difícil acesso à população negra, com reflexos na preparação de mulheres. Mas não sem resistência.
Ao longo do século 20, os movimentos negros organizados surgiram em contextos específicos e acumularam experiências educacionais para elevar política, moral e culturalmente a comunidade negra. Paulatinamente, a mobilização coletiva vem consolidando importantes pautas para inserção de negros nos programas educacionais, sobretudo por meio das políticas afirmativas como proposição à educação superior, registrando avanços consideráveis.
Em 2019, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), fundação vinculada ao Ministério da Educação, registrou 210.163 pesquisadoras matriculadas nos cursos de pós-graduacão no país. Do total, 12,9% são mulheres negras, entre as quais apenas 2,9% declararam-se pretas.
A partir desse resultado, pode-se inferir que, quanto mais escuro o tom da pele, menor a presença das mulheres negras na academia, ou seja, no Brasil, 132 anos depois de assinada a Lei Áurea, ainda é notória a ausência de mulheres negras no ensino superior.
Como reflexo, no mercado acadêmico, quando examinamos o perfil racial das docentes nas principais universidades, por exemplo — Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e Universidade de Brasília (UnB), a representação de professoras negras não ultrapassa os 2%. Situação semelhante é relatada por alunas e professoras de outras universidades.
Somos poucas e nossos passos vêm de longe. A construção de um currículo respeitável se faz com abnegação, estudo, reflexão, investimento financeiro, noites sem dormir, isolamento social, publicações e vivências práticas. As conquistas são graças ao esforço pessoal e ao ativismo das que vieram antes. Para chegar até aqui, foi preciso ocupar espaços nas rachaduras da estrutura.
Não é apenas um currículo respeitável. Também, há que considerar a trajetória. Isso não cabe no Lattes! Aceitar um currículo respeitável, principalmente de uma negra em posição de destaque, sem julgamentos e incômodos, é grande desafio para a nossa sociedade, é quebra de paradigmas. Exige exercício diário para rever valores, conceitos e crenças.
O caminho para implodir o pilar do racismo estrutural é romper com o padrão estigmatizado e promover a ascensão das mulheres negras a outros patamares da escolarização. É preciso avançar rumo a outra estrutura, mais plural e diversa, com representatividade e empoderamento de meninas, jovens e mulheres negras nas diversas áreas acadêmicas.
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