Estão abertas as inscrições para integrantes da Universidade Federal de Juiz de Fora e comunidade de Governador Valadares que queiram fazer parte do Grupo de Estudos Relações Raciais, Estado e sociedade (Gerres). Formado por professores, estudantes e técnico-administrativos da UFJF-GV, o Gerres debate questões raciais, aplicação de políticas coletivas, entre outros assuntos relacionados às relações da sociedade.
As inscrições podem ser feitas até o dia 17 de fevereiro, através de uma carta de intenção, que deve ser enviada para o email gerres.gv@ufjf.edu.br. O edital está disponível neste link.
Segundo o docente Braulio Magalhães, a proposta do grupo é discutir as relações de raças em diferentes perspectivas. “Não queremos limitar o debate sobre o racismo a discussões superficiais que ficam apenas na opinião, sem muita construção. A proposta é discutir relações raciais; ampliar a discussão para as estruturas que constituíram as relações, as instituições, o papel do Estado e da sociedade civil”, explica.
Iniciativa surgiu de anseios por diálogos sobre o tema
Composto por estudantes, docentes e servidores técnico-administrativos da UFJF-GV, o Gerres surgiu em 2019, e, mesmo durante a paralisação das atividades presenciais pela pandemia, continua promovendo encontros virtuais. A cada reunião, o grupo analisa um material e contextualiza o tema na realidade da Universidade.
Nesse sentido, o professor do Departamento de Direito destaca a importância de se construir uma discussão ampliada, em um grupo composto por negros e não-negros, que devem estar aprofundados no assunto para atuar nos grandes reprodutores da discriminação. “Como mudar as estruturas estatais? Por que mudar as estruturas estatais? Antes de fazer proposições é preciso identificar como o Estado, a família, a universidade, a sociedade e o comércio se posicionam de forma racista, fazer um processo de desconstrução. Entendemos que isso vai permitir criar uma ambientação adequada para negros e não-negros de todos os campos de atuação, para que isso seja de fato discutido como tem que ser, fazendo resgates, desconstruindo, para a partir daí construir no processo adequado, fazendo as aparas de tudo o que gerou o que temos hoje do racismo estrutural”, finaliza Braulio.