Explorando os caminhos que ligam a arte ao conhecimento científico, a peça “Insubmissas – mulheres na ciência” conta as trajetórias de quatro cientistas que, embora não tenham se conhecido, entraram para a história devido à importância de seus trabalhos – e também pelos obstáculos que encontraram no mundo científico, predominantemente masculino, para registrar seus estudos e transmiti-los para as próximas gerações. O espetáculo é uma produção do Núcleo Arte Ciência no Palco (ACP) e será sediado on-line pelo Centro de Ciências da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
A peça será transmitida em duas ocasiões: nesta sexta-feira, 29 de janeiro, às 21h; e na quinta-feira da próxima semana, 4 de fevereiro, às 16h. A classificação etária indicativa é de 14 anos e a exibição on-line ocorrerá de forma gratuita, acessível tanto na página de Facebook oficial da UFJF quanto no canal do Youtube do Centro de Ciências. Após a peça, a transmissão continua com um bate-papo ao vivo com a equipe do Núcleo Arte Ciência no Palco, aberto para perguntas e interações dos internautas.
De acordo com o diretor do Centro de Ciências, Eloi Teixeira, com a proximidade do Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, comemorado no dia 11 de fevereiro pela Organização das Nações Unidas (ONU), o Centro de Ciências decidiu aproveitar o momento para provocar reflexão em torno dessa temática. “Essa peça trata de um tema muito caro para nós: a inclusão cada vez mais das meninas e das mulheres no universo científico. Nós achamos fundamental que as mulheres tenham essa grande visibilidade. Nós temos grandes cientistas no Brasil e no mundo.”
Cientistas que “se recusaram a viver e morrer em silêncio”
Hipácia, a primeira mulher a ser documentada como matemática, famosa por ser uma grande solucionadora de problemas, foi morta apedrejada. Marie Curie, a primeira pessoa a receber duas vezes o Prêmio Nobel, pioneira em estudos no ramo da radioatividade, passou fome na França. Bertha Lutz, bióloga especializada em anfíbios, não tinha o direito de votar, o que a inspirou a dedicar sua vida inteira pelos direitos das mulheres. Rosalind Franklin descobriu o formato de dupla hélice do DNA, mas foram Crick e Watson que levaram o Nobel por essa descoberta, Rosalind não teve reconhecimento em vida.
De acordo com a integrante do Núcleo Arte Ciência no Palco, Adriana Caruídes, desde a criação do grupo, em 1999, os espetáculos apresentam interações entre arte e ciência. Com o distanciamento social, além da necessidade de adaptação da rotina de trabalho, o grupo também viu a possibilidade de tornar on-line o acesso às produções teatrais e, com isso, alcançar pessoas de diferentes regiões. “Procuramos outros equipamentos públicos pelo país, também voltados para o incentivo e a divulgação da ciência, para firmar parcerias de transmissões. Neste processo, encontramos o Centro de Ciências. Estamos otimistas em relação à apresentação e ao bate-papo posterior.”
Outras informações:
Canal do Centro de Ciências no Youtube
Página da UFJF no Facebook
Canal do Núcleo Arte Ciência no Palco