Defesa remota foi realizada através da plataforma BigBlueButton (Reprodução)
O Programa de Pós-Graduação Multicêntrico na área de Bioquímica e Biologia Molecular, do campus Governador Valadares da Universidade Federal de Juiz de Fora (PMBqBM/UFJF-GV) realizou na última quarta-feira, 20, a primeira defesa remota de dissertação de mestrado. A medida foi adotada em razão da pandemia do novo coronavírus.
Através da plataforma BigBlueButton disponibilizada pela Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, o pesquisador Alan Reis de Oliveira defendeu durante cerca de três horas o trabalho intitulado “Síntese, caracterização e uso de nanodispositivo magnético para remoção de poluentes químicos e microbiológicos de ambientes aquáticos”.
Para a professora Cibele Velloso, coordenadora local do PMBqBM, a experiência com a plataforma foi adequada. “De forma geral, tanto a apresentação do aluno quanto a arguição pelos membros da banca transcorreu bem”.
De acordo com o pesquisador Alan Reis, “apesar da transmissão apresentar instabilidade algumas vezes, foi possível um bom andamento da defesa, que seguiu os mesmos protocolos de uma banca presencial”.
A apresentação demonstrou a possibilidade de desenvolvimento de nanodispositivos magnéticos para tratamento avançado de água, especificamente através da descontaminação magneticamente dirigida. O dispositivo é composto por nanopartículas de óxidos de ferro ligadas covalentemente a um polímero hidrossolúvel. “A combinação das nanoparticulas de óxido de ferro com a fração polimérica faz com que o nanodispositivo seja capaz de responder a presença de um campo magnético, de eliminar micro-organismos e remover poluentes orgânicos dissolvidos em água”, destacou o professor Ângelo Denadai, orientador da pesquisa.
A partir de agora Alan vai submeter o trabalho a avaliação de uma revista científica, disponibilizar os resultados obtidos com a comunidade científica geral e tentar o doutorado. “Possivelmente o trabalho dará sequência a outras pesquisas que versem sobre a utilização de materiais avançados na descontaminação de ambientes aquáticos, explorando o mecanismo e avaliando a remoção de outros compostos químicos e micro-organismos importantes. Contribuir com a pesquisa científica no Brasil deve ser considerado prioridade, uma vez que é a maior ferramenta de desenvolvimento da sociedade.”, ressaltou Alan.
A banca foi composta pelos professores Pedro Pires Goulart Guimarães, do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais; e Michel Rodrigues Moreira, do Instituto de Ciências da Vida da UFJF-GV.