A 2ª Semana da Consciência Negra da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) segue até a próxima sexta-feira, dia 29. Na programação, palestras, minicursos e debates, todos gratuitos e abertos ao público. Para participar, basta realizar inscrição nos próprios locais e horários dos eventos. A iniciativa é uma promoção da Diretoria de Ações Afirmativas (Diaaf), visando à igualdade de direitos e oportunidades.
Confira a lista completa de atividades aqui.
Segunda-feira, 25 de novembro
Nesta segunda-feira, 25, das 18h30 às 22h, a Faculdade de Serviço Social realiza a ‘7ª Semana de Igualdade Racial: vidas negras importam’. A atividade acontece no auditório da Faculdade de Administração e Ciências Contábeis (antigo anfiteatro da Facom). Nesta edição, o tema será ‘Racismo e Saúde Mental’
As discussões serão conduzidas, de forma interdisciplinar, pela assistente social, feminista negra e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rachel Gouveia Passos; e pela psicóloga, feminista negra, integrante do ‘Coletivo Odoyá de Psicólogxs Negrxs de Juiz de Fora e região’ e professora da Faculdade Machado Sobrinho, Gilmara Santos Mariosa.
Quarta-feira, 27 de novembro
Na quarta-feira, 27, às 14h, no Auditório da Faculdade de Administração e Ciências Contábeis, terá início o minicurso “Epistemologias Negras: Racismo Estrutural e Interseccionalidades na construção de pesquisas racializadas”, ofertado pela graduanda em História, Bianca Marlene da Silva, e pelo mestrando em Geografia, Diego Dhermani Lopes Germano. A iniciativa será realizada em três sessões de quatro horas cada uma, nos dias 27, 28 e 29 de novembro.
“Buscamos através deste minicurso abordar epistemologias negras, considerando, que na construção da sociedade brasileira e ocidental, as questões étnico-raciais, foram de algumas maneiras, sumariamente apagadas, o que configura o que podemos chamar de epistemicídio. Neste sentido. objetivamos apresentar tais epistemologias como possibilidades de caminhos teóricos para interpretação de uma realidade racializada”, explicam os professores.
O Auditório da Faculdade de Administração e Ciências Contábeis também sediará, na mesma data, às 17h, o minicurso “Masculinidades Negras: representação e representatividade”. A atividade, proposta pelo mestrando em Comunicação na UFJF, Davi Carlos, e pelo mestre em Ciência da Religião, Lucas Soares, acontecerá em duas sessões de quatro horas cada uma, nos dias 27 e 28 de novembro.
“Os meios de comunicação são importantes mediadores de representações que perpassam o social, e que, com isso, ajudam a produzir discursos em torno da identidade cultural de grupos e indivíduos. O minicurso deseja refletir sobre as formas como os homens negros são representados nos meios de comunicação e, discutir como o debate sobre as masculinidades negras ganha campo nas redes sociais digitais”, apontam os proponentes.
Às 19h, no Auditório 2 do Centro de Ciências, será realizada a mesa “História Pública, Áfricas e Pós-Abolição”.
“A ideia da discussão é uma parceria entre o Laboratório de História Oral, que está dando os seus primeiros passos com a chegada da professora Hebe Mattos ao Departamento de História da UFJF, e do Afrikas, grupo de estudos conduzido pela professora Fernanda Thomaz, da cadeira de História da África. A proposta é resgatar essa questão do papel da História na constituição dessas memórias negras no Brasil e, principalmente, no pós abolição, com recorte aqui em Minas Gerais”, explica a proponente e doutoranda em História na UFJF, Giovana de Carvalho Castro.
Giovana acrescenta que, para o referido debate, os grupos de pesquisa vão realizar duas mesas na 2ª Semana da Consciência Negra. “Essa primeira mesa para pensar um pouco da formação dessa subjetividade negra do pós abolição e dessa cidadania e da constituição desse indivíduo dentro de um espaço de uma ordem pós escravocrata. E a outra, na quinta-feira, dia 28, para discutir como que a cultura se intercruza nesses espaços, com recorte em Minas Gerais. Por isso, a presença da historiadora Patrícia Lage, que pesquisou lazer de libertos em Juiz de Fora, e da professora Gilmara Mariosa, que é uma das pioneiras nos estudos sobre a constituição de cultura negra em Juiz de Fora. É um esforço coletivo para conseguirmos ressignificar essas escrita da história negra na cidade e região.”
Quinta-feira, 28 de novembro
Na quinta-feira, 28, às 8h, na sala 107, no Instituto de Artes e Design (IAD), terá início a oficina “Caderninhos bordados: resgate da ancestralidade”. Ao todo, serão duas sessões de quatro horas cada uma, nos dias 28 e 29 de novembro.
“O intuito é desmistificar os ofícios manuais e artesanais, repensar o afastamento dos afazeres perdidos durante o século passado e sugerir o resgate dessas práticas ainda vigentes em algumas sociedades”, contam os proponentes, Vitória Camillo, graduanda em Turismo; Vanessa Gomes e Lucas Caetano, graduandos em Artes e Design e integrantes do Coletivo Descolônia.
Às, 9h, no Auditório 3 do ICH, acontece a mesa “Pós Abolição e Cultura Negra em Minas Gerais”, com as debatedoras Sílvia Brugger, da Universidade Federal de São João del-Rey; Lívia Monteiro, da Universidade Federal de Alfenas; Gilmara Mariosa e Patricia Lage, da Prefeitura de Juiz de Fora.
Já às 14h, no mesmo Instituto, no Bloco C, 1° andar, sala 03, terá início o minicurso “O que queremos dizer quando falamos sobre filosofia africana?”, também ministrado pelo mestre em Ciência da Religião, Lucas Soares. Ao todo, serão duas sessões de quatro horas cada uma, nos dias 28 e 29 de novembro.
“O objetivo é analisar os argumentos contrários à existência de uma forma de filosofia africana, apresentar os principais temas abordados por essa tradição à luz dos modos de agir e pensar dos filósofos africanos e outros pensadores, com ênfase nas críticas ao colonialismo, e compreender qual é a relação entre os filósofos e pensadores europeus com os intelectuais do continente africano”, destaca Soares.
Sexta-feira, 29 de novembro
Na sexta-feira, 29, às 9h, no Auditório 4 da Faculdade de Engenharia (prédio Itamar Franco), será realizada a palestra “Histórias Contadas x Histórias vividas: Seu Lugar é na Cozinha”, proposta pela arquiteta do quadro técnico-administrativo em educação da UFJF, Miriam Carla do Nascimento Dias.
“Falaremos sobre bem receber, dos espaços criados para receber em casa e, especificamente, da sala de estar, sala de jantar, copa e cozinha, que foi a área que mais sofreu transformação e tudo começou na abolição da escravatura. A cozinha do Brasil Colônia era externa, suja e o serviço era muito artesanal e pesado, pensado na mão de obra escravizada”, explica.
Também na sexta-feira, 29,, às 17h30, no Anfiteatro das Pró-reitorias, será realizada a mesa “15 anos de cotas na UFJF”, com a presença do professor Ignácio Delgado e de ex e atuais cotistas da instituição.
“As cotas foram aprovadas na UFJF no ano de 2004, através da Resolução nº 16/2004 do Conselho Universitário. A decisão pela adoção dessa política de ações afirmativas se baseou num relatório elaborado por uma comissão especial que trabalhou durante dois anos e submeteu uma proposta à instituição. Tem-se o registro de 24.925 estudantes que ingressaram pelas cotas na UFJF. Esta mesa, nesse sentido, fará uma avaliação da Política de Ações Afirmativas em nossa Instituição e procurará apresentar exemplos de profissionais que cursaram como cotistas na UFJF”, explica o diretor de Ações Afirmativas e proponente da atividade, Julvan Moreira de Oliveira.
Outras informações: (32) 2102-6919 – Diretoria de Ações Afirmativas