Com o crescimento populacional, o processo de urbanização tem se mostrado crescente no mundo, gerando um aumento de pressão nas cidades. Ao se considerar que o engenheiro civil é um dos principais profissionais envolvidos nesse fenômeno, é sua responsabilidade organizar e aproveitar os espaços da melhor maneira, utilizando o retorno econômico advindo desse crescimento para, baseado em tecnologia, construir cidades eficientes nos âmbitos econômicos, sociais e políticos.
Essa foi a temática discutida pelo professor da Universidade do Minho, em Portugal, Rui Ramos, no Workshop “Cidades inteligentes e sustentáveis: desafios para a engenharia civil”, nesta quinta, 16. O evento, que integrou a programação do VI Congresso de Engenharia Civil (Conenge), da Faculdade de Engenharia da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), buscou discutir o futuro das cidades a partir do exercício profissional dos engenheiros civis.
Segundo o professor, uma cidade inteligente é aquela que coloca pessoas no centro do desenvolvimento, incorporando à gestão urbana tecnologias da informação e ferramentas de comunicação, além de utilizar esses elementos como estímulo para a formação de um governo eficiente. Para Ramos, um bom engenheiro deve se tornar um profissional capaz de utilizar a tecnologia, a matemática e seus conhecimentos teóricos e práticos buscando inovar e gerar o bem-estar, a proteção ambiental e o desenvolvimento da sociedade.
Perguntamos ao professor Rui Ramos qual a importância de se pensar a atuação da engenharia civil frente às mudanças urbanas atuais. Confira o vídeo.
O professor destacou que o engenheiro civil trabalha para a sociedade e deve ter como base a ética e a responsabilidade social, para o desenvolvimento de seu trabalho. Além disso, observou que as smart cities, ou cidades inteligentes, diferentemente dos smartphones, que são descartados a cada nova tecnologia desenvolvida, devem ser pensadas de forma a manter todos os níveis de avanço desenvolvidos anteriormente, visando uma atualização, e não o descarte.
Sua crítica é que essa urbanização rápida gera um trabalho focado nos novos conceitos, que se baseiam nas dimensões digitais e não na utilização do espaço de forma funcional e consciente. O professor reafirma, no entanto, que é necessário haver uma noção de valor para as áreas urbanas, projetando, construindo e mantendo os espaços construídos, para promover a construção de cidades sustentáveis.