Faltam adjetivos para qualificar a onça-pintada, rara e ameaçada de extinção, que voltou a ser registrada no Jardim Botânico da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
O professor Pedro Nobre, do Colégio de Aplicação João XXIII da UFJF, fotografou o animal, às 20h35, desta terça, 30, enquanto realizava o monitoramento no local com o professor Artur Andriolo, do Departamento de Zoologia da Universidade.
O acompanhamento é fundamental para apontar as localidades e as rotas utilizadas pelo felino. A partir disso, é elaborado um mapa e outras ferramentas a fim de indicar características físicas e comportamentais e elaborar estratégias de localização.
A equipe continua, nesta quarta, 1º, os trabalhos de acompanhamento do animal. E nesta quinta, 2, ganha reforço com a chegada de dois profissionais do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros (Cenap).
A vinda dos dois especialistas faz parte da série de ações que visam garantir, em caso de captura, que o animal passe o menor tempo possível no processo de coleta e transporte.
Vinculado ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, do Ministério do Meio Ambiente (ICMBio/MMA), o Cenap é órgão federal de referência no tratamento da espécie. Há ainda as recomendações do Plano Nacional de Ação para Conservação da Onça-pintada. A UFJF já havia recebido um analista do Cenap do dia 26 a 29 de abril.
Orientações
Também nesta quinta, cerca de 30 educadores ambientais do Jardim orientarão pessoalmente, de casa em casa, quem mora nas ruas próximas às duas entradas do local, de visitantes e funcionários. As visitas começarão às 13h.
Residentes poderão tirar dúvidas e receberão orientações sobre segurança, a espécie de onça-pintada e o andamento das ações relacionadas ao caso.
Na última segunda, 29, representantes de associações de moradores do entorno da Mata do Krambeck tiraram dúvidas e receberam recomendações, em reunião, com parte da comissão interinstitucional, criada para o caso. A visitação e outras atividades, no Jardim, seguem interrompidas.
Emergências e proteção mútua
A comissão está, em atividade constante diariamente, tomando as providências técnicas e legais para garantir a proteção da população e a sobrevivência do animal. E consequentemente da espécie. Restam apenas 280 exemplares, na Mata Atlântica, que cobre parte do país da região Sul à Nordeste.
Há riscos de caça, que é um crime, de atropelamento, ferimentos e acidentes com a onça-pintada, uma vez que ela tem se mostrado habituada à circulação em área urbana.
A comissão solicita a moradores do entorno da Mata do Krambeck que fiquem atentos à presença do animal e que crianças evitem brincar nas imediações da floresta. Em caso de ele ser avistado, podem entrar em contato com o Corpo de Bombeiros (193) e Polícia Militar de Meio Ambiente (190 e 3228-9050). Um grupo, composto pelas duas corporações e por veterinários, está a postos para situações de emergência.
Atuam na comissão representantes da UFJF, por meio da Pró-reitoria de Extensão, do Jardim Botânico, do Departamento de Zoologia, do Colégio de Aplicação João XXIII e da Diretoria de Imagem Institucional; da Prefeitura de Juiz de Fora, com a Secretaria de Meio Ambiente e Ordenamento Urbano e a Secretaria de Comunicação Social; do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama); do Instituto Estadual de Florestas (IEF); da Polícia Militar de Meio Ambiente; do Corpo de Bombeiros e do Campo de Instrução do Exército em Juiz de Fora.
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