A Diretoria de Ações Afirmativas (Diaaf) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) promove, nesta quinta-feira, 28, o 1º Encontro de Mulheres da UFJF. A iniciativa integra as ações em prol do Mês de Atividades pelo Dia Internacional das Mulheres e acontece às 17h, no anfiteatro do Instituto de Ciências Humanas (ICH). O encontro é aberto ao público, gratuito e não há necessidade de inscrição prévia.
O objetivo é promover uma roda de conversa entre estudantes, docentes, trabalhadoras terceirizadas e servidoras técnico-administrativas em educação (TAEs) da Instituição. Para discutir a situação da mulher na Universidade, visando a conscientização sobre as violências de gênero sofridas no ambiente acadêmico, participam da roda a ouvidora especializada em Ações Afirmativas, Cristina Bezerra, da Faculdade de Serviço Social; Zélia Ludwig, do Departamento de Física; e Célia Arribas, do Departamento de Ciências Sociais, que irão conduzir a conversa.
Para sinalizar o compromisso da Universidade com o enfrentamento das desigualdades e das violências, a Diaff formará, na ocasião, um grupo de trabalho para produzir uma cartilha contra o assédio na UFJF. O objetivo é discutir as ideias que irão resultar em uma cartilha que pense não apenas em normas, mas na formação de homens e mulheres.
Segundo Célia, pesquisadora da área, é importante unir forças para transformar a cultura de violência e de assédio por meio do diálogo e acolhimento entre as mulheres. “Nosso objetivo é compartilhar experiências, uma vez que todas, embora ocupem posições diferentes na Universidade, têm histórias muito parecidas de violências sofridas ao longo da vida. Pretendemos com este encontro pensar juntas em possíveis soluções ou formas de atuação para minimizar estas questões”.
Campanha institucional
Com o intuito de dar visibilidade e protagonismo às mulheres, a UFJF lançou, na última sexta-feira, 22, a campanha institucional do Mês da Mulher. Quem passar pelas imediações do campus sede até o próximo dia 30, poderá conferir os 18 banners localizados em diversos setores da instituição. As fotografias buscam representar a diversidade de mulheres de todos os segmentos da instituição e reafirmar suas presenças no ambiente acadêmico.
Além dos banners, foram desenvolvidos um vídeo institucional e programação com uma série de eventos que valorizam o papel da mulher na sociedade. Todo o processo produtivo foi realizado em conjunto com os coletivos Ana Montenegro, Marielle Franco, Sempre-Vivas e Maria Maria; com as entidades representativas Diretório Central das e dos Estudantes (DCE UFJF), Associação de Professores de Ensino Superior de Juiz de Fora (Apes-JF) e Sindicato dos Trabalhadores Técnico-administrativos em Educação das Instituições Federais de Ensino (Sintufejuf); com trabalhadoras terceirizadas; e com as diretorias de Ações Afirmativas e de Imagem Institucional da UFJF.
De acordo com a ouvidora especializada em Ações Afirmativas da UFJF, Cristina Simões Bezerra, o objetivo da campanha é fomentar no espaço acadêmico a discussão sobre as lutas e formas de resistência das mulheres. “Entendemos que nesse momento, na nossa sociedade, as mulheres fazem parte de um dos setores mais prejudicados pela falta de políticas públicas e, principalmente, pelo machismo, violência doméstica, assédio e vários processos históricos nos quais foram submetidas. Então, a campanha no âmbito da UFJF busca demonstrar que uma universidade diferente pode ser construída a partir do momento em que essas lutas e resistências forem respeitadas”.
Para Cristina, ressaltar as mulheres presentes na Universidade afirma que, além de um espaço de produção de conhecimentos, a academia é também um local de luta por direitos e equidade. “Demonstrar a importância da mulher no cenário acadêmico é caminhar na contramão do machismo e preconceito, que muitas vezes as invisibiliza dentro da própria universidade”. Segundo a ouvidora, construir a campanha de forma horizontalizada em conjunto com mulheres de diversos setores que integram a UFJF, reafirma este esforço. “Tem sido um processo muito bonito, coletivo e próprio das mulheres, sem momentos de concorrência ou desqualificação do trabalho uma das outras. Nós sabemos que somos diferentes, mas temos muitos pontos em comum. E isso nos fortalece”.